O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, fez saber hoje que não tenciona participar nos debates televisivos durante a campanha para as eleições presidenciais de 04 de março, mas poderá delegar essa função em representantes seus.
“A participação do candidato a Presidente Vladimir Putin nos debates televisivos eleitorais exige que ele, segundo a legislação, entre em férias, o que não lhe permite cumprir devidamente as funções de primeiro-ministro do governo”, justificou Dmitri Peskov, porta-voz de Putin, em declarações à agência Interfax.
O dirigente russo já tinha justificado várias vezes a sua decisão de não participar em debates eleitorais.
“Eles (candidatos da oposição) simplesmente apelam às necessidades do povo e começam a prometer tudo”, declarou ele em meados de dezembro, sublinhando que a oposição não está em condições de fazer “algo de útil”.
“Trata-se de uma conversa desigual. Mas eu certamente garantirei a cada um deles a possibilidade de competir com um “irmão mais novo” sobre cada questão concreta, encontrarei pessoas que estarão em condições de responder a cada um dos candidatos”.
O diário Moskovskii Komsomolets considera esta decisão de Vladimir Putin “errada”.
“Uma coisa foi não participar nos debates em 2004, quando a sua popularidade atingia os 70 por cento e os líderes da oposição, receando cair no ridículo, apresentaram duplos seus nas eleições. Outra coisa completamente diferente é ignorar os debates hoje (se, claro, o primeiro-ministro não mudar de ideias), quando na sociedade são fortes as disposições antiputinistas e a popularidade do primeiro-ministro é igual a 44-45 por cento”, escreve o diário.
Guennadi Gutkov, um dos dirigentes do partido da oposição parlamentar Rússia Justa, considerou a decisão de Putin “um grande erro” e “inaceitável”, acrescentando que ele não é digno de ser Presidente “se não tem nada a dizer, se não sabe falar com as pessoas”.
Quanto às sondagens, Putin vai aparece à frente na corrida, mas sem maioria absoluta. Segundo o Levada Tsentr, ele poderá conseguir 42% dos votos. No início de Dezembro, as sondagens davam-lhe 45%.
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