domingo, fevereiro 19, 2012

Campanha eleitoral marcada por guerras de manifestações contra e favor de Vladimir Putin

A campanha eleitoral está a ficar marcada por manifestações cada vez mais frequentes a favor e contra a candidatura do primeiro-ministro Vladimir Putin ao cargo de Presidente na Rússia.
Na véspera, os apoiantes de Putin organizaram comícios de apoio ao seu candidato, que teve o corolário numa manifestação motorizada nas ruas noturnas de Moscovo que, segundo a polícia, reuniu cerca de dois mil automóveis, mas os organizadores falam em cinco mil.
Hoje, várias organizações da oposição russa, reunidas na Liga dos Eleitores, levaram a cabo manifestações motorizadas em várias cidades russas, mas tiveram de superar numerosas dificuldades criadas pela polícia.
Cerca de dois mil veículos, segundo os organizadores, desfilaram pelo Círculo dos Jardins, estrada que circula o centro de Moscovo, enfeitados com fitas, bandeiras e balões de cor branca, símbolo da reivindicação de “eleições limpas e transparentes”.
Num dos automóveis de uma conhecida estrela da televisão russa, Ksenia Sobtchak, via-se um enorme urso branco.
Nos passeios, dezenas de pessoas acenavam para o cortejo com fitas brancas.
“Patrulhas da polícia de trânsito impedem a entrada de automóveis nas faixas das ruas que conduzem ao Kremlin, onde há filas”, disse aos jornalistas Danil Lindele, um dos organizadores da iniciativa.
“Junto do edifício do Ministério dos Negócios Estrangeiros, nas faixas interiores da Circulam, cinco camiões avançam a passo de peão, impedindo-nos de ultrapassar”, queixou-se Piotr Chkumatov, outro dos participantes da marcha automóvel.
Os opositores falam em numerosas centenas de automóveis, mas a polícia fala em 150, sublinhando que alguns dos participantes organizam provocações e provocam filas.
“Na manifestação “Por eleições limpas” participam vários grupos: cerca de 100 com sinais brancos e mais 50 sem qualquer sinal. Estes últimos criam problemas à fluência do trânsito e já provocaram sérias filas na Circular dos Jardins”, declarou um porta-voz da polícia citado pela Agência Interfax.
A oposição queixou-se também de a polícia criar obstáculos à manifestação em São Petersburgo.
“Os polícias tentam dificultar de todas as formas. Mandam parar os automóveis sob todos os pretextos, verificam os documentos e não deixam continuar a viagem”, declarou à Interfax Olga Kurnossova, dirigente da Frente Cívica Unida.
A Liga dos Eleitores, que reúne conhecidos intelectuais russos que lutam pela realização de eleições transparentes, já anunciou a realização de um comício em Moscovo para o dia 05 de março, ou seja, no dia a seguir à realização das eleições presidenciais, bem como no dia 10.
Serguei Parkhomenko, um dos dirigentes da Liga, declarou aos microfones da Rádio Eco de Moscovo que essa organização “não irá reconhecer a legitimidade do escrutínio se ele for realizado com as mesmas violações da lei como está a ser realizada a campanha eleitoral”.
O Partido Comunista e o Partido Liberal-Democrático da Rússia acusaram Vladimir Putin de ter vantagem absoluta no que respeita à cobertura da campanha eleitoral por parte dos órgãos de informação, principalmente pelos canais de televisão.
Segundo eles, Putin ocupa 67 por cento do tempo dedicado pelas televisões à campanha eleitoral, enquanto que os restantes quatro candidatos têm direito a apenas 33 por cento.

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