A polícia de choque russa OMON deteve dezenas de pessoas, entre os quais três conhecidos dirigentes da oposição depois de uma manifestação de protesto contra os resultados presidenciais na Rússia.
“A polícia deteve pessoas que se manifestavam pacificamente e arrastou-as pelo chão para autocarros. Eu também foi detido, depois atirado por cima de uma fonte e empurrado para um carro celular”, declarou um dos detidos Serguei Udaltsov, dirigente da organização Frente de Esquerda.
Ele declarou, por telefone, que o número de detidos são “dezenas”.
Além disso, a polícia de choque deteve mais três dos principais organizadores das manifestações massivas contra a política de Putin em Moscovo: Ília Iachin, dirigente do movimento liberal Solidariedade, o conhecido advogado e blogger Alexei Navalni, e a militante ecologista Evguenia Tchirikov.
Dezenas de milhares de pessoas reuniram-se na Praça Pushkin para protestar contra os resultados das eleições presidenciais da véspera, em que venceu Vladimir Putin com cerca de 63 por cento dos votos, e exigir a realização de eleições presidenciais e parlamentares antecipadas livres e transparentes.
“Putin ladrão!”, “Rússia sem Putin!”- gritaram os manifestantes.
Terminado o comício, algumas centenas de manifestantes continuaram na Praça Pushkin, tendo a polícia de choque lançado uma carga contra eles a fim de limpar o local.
Antes, Serguei Udaltsov prometera realizar um protesto sine die e instalar tendas na praça, que só seriam retiradas quando o poder satisfizesse as reivindicações da oposição.
Os detidos estão a ser transportados em vários carros celulares para esquadras russas.
5 comentários:
O mais importante é que o que aconteceu (ou não aconeceu) hoje parece ser um collapso deste movimento que saia protestar para as ruas. Se há alguns meses a quantidade dos manifestantes podia chegar em Moscovo a 100 mil pessoas, hoje, segundo dizem alguns dos bloggers moscovitas, eles conseguiram juntar no máximo 20 mil pessoas. Claro que não foi por causa da polícia. Foi por causa da derrota politica forte que todo esse movimento alaranjado sofreu. È uma veradeira derrota, e muitas pessoas, pelos vistos, desiludiram-se com todo o este movimento e os seus lideres. Provavelmente, Putin tinha razão, quando disse "eles não passarão".
E isso é bom. Nem a "primavera árabe", nem a "revolução alaranjada" ou cor-de-rosa são possiveis na Rússia de hoje.
Uma correção pequeno: não Evguenia Tchirikov, mas Tchirikova.
Caro leitor, tem razão, Tchurikova, mas correcção é feminina, por isso é pequena. Abraço, acontece. Estamos aqui para nos ajudar.
Caro José, claro que "pequeno", obrigado. Sou russo e aprendo português. Leio o seu blog para praticá-lo e ao mesmo tempo para saber as notícias mais recentes.
Um abraço. Vassili.
Agora eu quero ver dizerem que o Loukaschenko é o último ditador da Europa, pois lá tem "eleições" tb. E lá, as eleições, são igualzinhas as da Rússia, ou seja, forjadas. Acontece que Belarus não fornece gás ao Ocidente, daí é mais coveniente chamar apenas o seu último ditador como o último da Europa, quando, na verdade, ele não está sozinho. Hoje Putin governa ditatorialmente, e já está exportando seu "modelo" de governo para países como Ucrania, Hungria e até República Tcheca.
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