Michael Mann, porta-voz da delegação europeia, declarou que os
representantes do “5+1” estão dispostos a prolongar as conversações em
Moscovo além dos prazos previstos se for conseguido progresso.
Segundo o
programa, o fim da conferência de Moscovo sobre o programa nuclear iraniano
está previsto para terça-feira.
Em declarações à
rádio Voz da América, Mann frisou que por enquanto o “5+1” não recebeu
sinais claros de que o Irão está disposto a cooperar.
Porém, ele
considerou que as conversações em Moscovo foram mais concretas que as de
Bagdade.
“As conversações
foram intensivas, elas decorreram numa atmosfera de trabalho, mas não foram
simples… Não foi a repetição das conversações de Bagdade. Houve uma troca de
opiniões, embora elas divergissem. Desta vez a discussão foi mais produtiva”,
acrescentou.
Mann revelou que
ainda não foi marcada a data da próxima conferência sobre o programa nuclear
iraniano.
“Por enquanto não
se fala nisso. É preciso esperar o fim das conversações em Moscovo e ver os
resultados da discussão de amanhã para marcar um novo encontro”, frisou.
Ali Bageri,
vice-secretário do Conselho Supremo da Segurança Nacional do Irão, considerou
as conversações “construtivas” e “sérias”, sublinhando que Teerão deu uma
resposta pormenorizada às propostas do “sexteto” apresentadas em Bagdade.
“Hoje realizámos
duas voltas de conversações construtivas… Elas continuarão amanhã, depois das
12 horas (9 horas em Lisboa)”, acrescentou.
Bageri frisou que
o programa nuclear iraniano é “transparente” e que Teerão está pronto a dar os
“passos propostos para a normalização da situação”.
O dirigente
iraniano considerou “ilegítima” a aprovação de novas resoluções contra Teerão.
Serguei Riabkov,
diplomata russo que participa nas conversações, considerou que “a principal
dificuldade consiste na difícil compatibilidade das posições de ambas as
partes”.
Na reunião de
Moscovo sobre o programa nuclear iraniano, além de representantes do Irão e União
Europeia, participam também diretores políticos do “5+1”: Rússia, China,
Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Alemanha.
O Presidente
iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou hoje que o seu país está pronto para
abandonar o enriquecimento de urânio a 20 por cento, se receber das grandes
potências a “garantia” de que lhe será fornecido o combustível nuclear que
precisa.
“A República
Islâmica do Irão sempre disse que se os países europeus venderem ao Irão o
combustível a 20 por cento, o Irão não fará o enriquecimento a esse nível. Hoje
mesmo, se nos derem a garantia que nos fornecerão combustível a 20 por cento
para os reatores, não haverá problema” em parar, declarou o líder, segundo a
transcrição de uma entrevista publicada no portal eletrónico da presidência.
O enriquecimento
de urânio a 20 por cento deixa receios por ser uma atividade que aproxima o
país do nível de enriquecimento necessário ao fabrico da bomba atómica (90 por
cento).
1 comentário:
"O Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou hoje que o seu país está pronto para abandonar o enriquecimento de urânio a 20 por cento, se receber das grandes potências a “garantia” de que lhe será fornecido o combustível nuclear que precisa."
Isso é uma estratégia para ganhar tempo pois a Rússia já se oferecera para fornecer urânio enriquecido ao Irão.
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