O Ministério da Defesa da Rússia começou a preparação intensiva de
tropas especiais para ações no estrangeiro, nomeadamente na Síria, revela hoje
o Nezavissimaia Gazeta.
Segundo o jornal,
que cita fontes nesse ministério, estão a ser treinadas a divisão
aerotransportada de Pskov, a brigada militar Nº 15 de Samara, bem como duas
divisões chechenas Ocidente e Oriente.
A divisão de Pskov
é uma das mais bem treinadas das Forças Armadas da Rússia. Os seus militares
participaram em operações de paz no Kosovo (1999-2001), nas duas guerras da
Chechénia (1994-1996 e 1999-2007) e na guerra contra a Geórgia, em agosto de
2008.
Quanto às divisões
chechenas, elas pertencem à Direção de Reconhecimento (Espionagem) Central
(GRU) das Forças Armadas russas. Os seus soldados combateram contra a guerrilha
separatista na Chechénia, realizaram operações de manutenção de paz no Líbano e
destacaram-se na guerra contra a Geórgia.
O Nezavissimaia
Gazeta acrescenta que já estão prontas para ações militares na Síria unidades
especiais de fuzileiros da Armada do Mar Negro. Eles encontravam-se no navio de
guerra russo Smetlivii, quando este, em maio, esteve na base russa situada no
porto sírio de Tarus.
A imprensa russa receia
que a Rússia e os países ocidentais se vejam no limiar de um conflito armado
como já aconteceu, em 1999, no Kosovo, quando a NATO bombardeou a Jugoslávia
sem a sanção da ONU. Então, tropas especiais russos ocuparam o aeroporto de
Pristina.
“Fonte no
Ministério da Defesa revelou que, para que tropas russas combatam fora do país,
nomeadamente na Síria, é preciso uma decisão política da direção da Rússia e as
respetivas resoluções da ONU. Mas as tropas russas já treinam operações de paz
tanto como parte de forças multinacionais possíveis, como separadamente”,
sublinha o jornal.
16 comentários:
Penso que isto seja paleio para a imprensa fazer render o peixe.
Que a NATO vá bombardear a Síria não tenho dúvidas. Agora que a Rússia vá lá defende-los, não acredito.
Se a Rússia interviesse directamente na Síria isso significaria o inicio da III Guerra mundial, e não vejo os Russos a quererem meter-se em tal aventura.
Já agora outro aspecto importante, que é o facto de para as operações da NATO haver sempre guito.
Mas todos os dias vemos marretas pagos na TV a dizer alarvidades tipo "Não há dinheiro, temos de apertar o cinto, ser", "temos de ser mais competitivos(empobrecendo)", "Não há alternativa á austeridade" etc etc.
Meu caro,
A Rússia tem tantos aviões, não precisa de colocar a foto de um avião europeu...
Relativamente à notícia em si, parece-me coisa para aumentar venda de jornais.
JM, organicamente, as unidades chechenas Oriente e Ocidente (Vostok e Zapad) eram batalhões, e não divisões.
Por norma, um batalhão, com um efectivo de até 1000 homens, é uma subdivisão de um regimento, excepto, é claro, se for um batalhão independente, como era o caso dos Vostok e Zapad; vários regimentos formam uma brigada, e várias brigadas formam uma divisão.
Tanto quanto sei, os referidos batalhões foram dissolvidos em finais de 2008 por pressão do Ramsan Kadyrov, sendo convertidos em companhias de infantaria motorizada.
O comandante do batalhão Zapad foi o Said Magomed Kakiyev, um valente soldado, muito leal ao Estado Russo, conhecido por por ter graves cicatrizes de guerra e por manter um admirável “low profile”, ao contrário dos outros “senhores da guerra” chechenos que se digladiaram pelo poder no território.
Apesar das notícias, não vejo grandes motivos para uma intervenção russa a não ser, é claro, que o governo sírio assim o peça, o que em caso de aceitação seria um enorme passo de Moscovo no Médio Oriente e, creio eu, uma precipitação, pois a Rússia estaria assim a “subir a parada” e a apostar, “manu militari” e de forma ostensiva, na manutenção do regime.
Fará muito mais sentido enviar especialistas e observadores militares para o terreno. Os primeiros auxiliarão as FA sírias em matérias tais como a defesa aérea ou de costa (o que não tem implicações humanitárias, ou seja, não ajudam à repressão dos grupos opositores e como tal não têm implicações políticas negativas), e os segundos recolherão informações que ajudarão os decisores políticos a elaborar um programa de acção ou de eventual desengajamento de forças, com vista a cessar o conflito.
De notar de a 15ª Brigada de Infantaria Motorizada está especialmente destinada a operações de manutenção de paz (“peacekeeping”), o que poderá indicar as tais “acções no estrangeiro” certamente serão bem mais pacíficas do que o artigo parece prenunciar.
Em todo o caso, com tanta contestação interna, tantas manifestações e face ao conflito armado, a posição de Assad não me parece muito sustentável a longo prazo. Eventualmente terá de ser negociada uma transição política pacífica, mesmo sob o risco, diria eu quase inevitável, de vir a conferir poder aos grupos islamistas que já infectam todo o “Grande Médio Oriente”.
OFF Topic,
Saiu há pouco um noticia que me está a indignar.
Parece que andam a matar cães e gatos na Ucrânia por causa do EURO!!!
http://desporto.sapo.pt/futebol/euro_2012/artigo/2012/06/06/ucr_nia_impressiona_comunidade_i.html
Isto é simplesmente repugnante.
Apesar das notícias, não vejo grandes motivos para uma intervenção russa a não ser, é claro, que o governo sírio assim o peça, o que em caso de aceitação seria um enorme passo de Moscovo no Médio Oriente e, creio eu, uma precipitação, pois a Rússia estaria assim a “subir a parada” e a apostar, “manu militari” e de forma ostensiva, na manutenção do regime.
Meu caro, também não estou a ver um pedido por parte do governo Sírio. Que motivos forneceriam para requerer a presença militar russa lá?
E quer a Rússia atolar-se numa guerra civil por tempo indeterminado, onde existe muito interesses por trás?
Fará muito mais sentido enviar especialistas e observadores militares para o terreno. Os primeiros auxiliarão as FA sírias em matérias tais como a defesa aérea ou de costa...
Mas aqui já seria para um outro tipo de envolvimento, ou seja uma ajuda contra forças vindas do exterior.
Confesso que na minha ideia, não vejo a Rússia entrar em ajudas deste tipo.
A única que me deixa a pensar é um possível bloqueio a acções de forças estrangeiras por falta de autorização da ONU e mesmo assim...
"A única que me deixa a pensar é um possível bloqueio a acções de forças estrangeiras por falta de autorização da ONU e mesmo assim..."
Pippo e PM,
Já avaliaram o caso de um ataque da Otan similar à Líbia e a Rússia perdendo este país como aliado estratégico?
Este post do sr. José Milhazes foi bom, mas também um pouco infeliz.
Não pelo texto em sí, mas pela foto... Foi um ultraje postar uma foto de um A-400 GRIZZLY europeu, em vez de um ANTONOV AN-124 RUSLAN ou um IL-76!!!
A Força-Aérea Russa tem uma frota de aviões cargueiros robusta e forte, um orgulho nacional. Todos projetados e fabricados apenas por russos, o que não ocorreu com o A-400 e o EUROFIGHTER, que precisou da participação de várias nações para desenvolver estas aeronaves, demonstrando o fracasso da indústria aeronáutica da Europa Ocidental!!!
Pedro Lopes disse:
"Que a NATO vá bombardear a Síria não tenho dúvidas. Agora que a Rússia vá lá defende-los, não acredito."
Meu caro está redondamente enganado, o espaço aéreo Sírio é hoje uma fortaleza impenetrável a USAF, a Israel ou qualquer outra força aerea da NATO, a menos que se queiram abilitar a pesadíssimas baixas.
Dizer que a Rússia e China não vão defender a Siria é andar no minimo distraído no que respeita ao panorama geo-politico internacional, em duas semanas o senhor Hu Jintao recebeu Putin e Amadinejad.
A decisão de defender a Siria foi tomada já há largos meses, depois da Russia e China terem visto o que aconteceu com a no-fly zona na Libia.
Os russos instalaram sistemas de defesa anti-aerea ultravançados na Siria, e o próprio General Dempsey já admitiu que neste momento os EUA perderam o dominio aéreo na Siria e que os EUA não têm capacidade para invadir o pais.
PM e Wandard,
Neste momento existe a forte possibilidade de uma intervenção internacional directa na Síria com vista a expulsar Bashar al-Assad e instalar um governo "democrático" no país.
Penso que tal intervenção será contrária aos interessas da Rússia pois privaria este país de de "uma lança no Médio Oriente", de um país onde Moscovo se pode apoiar na sua política regional, em suma, de um elemento de poder na esfera internacional. Para a Rússia, perder a Síria para o "Ocidente" seria ficar mais isolada, mas desapoiada na esfera internacional.
Assim, sob esta perspectiva, poderá interessar a manutenção de um grupo de especialistas no país com vista a desencorajar uma possível intervenção directa estrangeira.
De igual modo, como forma de afirmação de poder na esfera internacional, o envio de uma força de manutenção de paz russa, mediante o acordo prévio entre as partes, poderá ser um factor de pressão para uma evolução favorável (sob o ponto de vista russo) da situação interna síria.
Caros,
Eu sinto-me bastante céptico sobre um eventual envolvimento militar por parte da Rússia. Não haverá sim o aval por parte da ONU para um intervenção militar porque a Rússia não vai deixar passar isso.
Eu continuo a achar que Putin está a fazer um esforço tremendo para melhorar a imagem da Rússia aos olhos do Ocidente e o preço a pagar por um apoio ao Bashar al-Assad é demasiado elevado. A situação na Síria não permite o apoio ao regime, defender militarmente a Síria implica um desgaste polítco gigantesco para a Rússia, para não falar dos custos de tal apoio.
A Líbia teve um actor que me surpreeendeu bastante. A França. Sarkozy esticou demasiado a corda quando convenceu Putin a aprovar uma resolução na ONU a permitir uma zona de exclusão aérea. Essa resolução foi usada para lançar um ataque á Líbia e ainda hoje estamos para saber o real valor a pagar pelos líbios..., seja como fôr, depois desta "esperteza" francesa, a Rússia não vai deixar passar o quer que seja na ONU.
Hoje, com a saída de Sarkozy de cena, duvido que Hollande esteja com tanta vontade de entrar em aventuras militares e ainda por cima numa zona bem mais complicada.
Está Obama com vontade de iniciar as hostilidades na Síria? também não deve estar.
Eu continuo a não acreditar que possa existir uma intervenção militar na Síria. Mas a acontecer, ainda acredito menos num apoio militar por parte dos Russos ao regime. Mesmo que isso signifique perder um aliado.
"Eu continuo a não acreditar que possa existir uma intervenção militar na Síria. Mas a acontecer, ainda acredito menos num apoio militar por parte dos Russos ao regime. Mesmo que isso signifique perder um aliado."
Caros PM e Pippo,
Eu acredito que não haverá uma intervenção militar na Síria única e exclusivamente pelo posicionamento adotado pela Rússia e China e pela disposição de forças chinesas e russas na região. A questão em jogo não é a Rússia perder um aliado, é muito mais que política e interesses econômicos, é puramente a condição síria de representar uma posição geográfica necessária à estratégia de defesa militar russa.
A presença de unidades das FE's ocidentais, especialmente francesas, não é segredo.
A queda da Síria para a esfera saudita deixará o Irão numa posição insustentável fechando ao mesmo tempo um anel nas fronteiras Sul da Rússia e negando importantes fontes de energia para a Índia e China.
Ao contrário da Líbia, a Síria alberga uma base naval russa e é uma peça fundamental para o equilibrio e segurança geoestratégico russo.
Por isso acredito que se o Ocidente continuar a fornecer apoio aos rebeldes, se não retirarem as suas FE's, se não forçarem os grupos rebeldes sunitas a uma mesa de negociações não restará outra possibilidade à Rússia que não seja entrar na dança.
Espero bem é que os políticos ocidentais ouçam por uma vez os seus generais e façam o que têm de fazer antes de forças GRU entrarem em contacto por fogo com as FE's ocidentais.....
D.S. Lukin
meros amadores,com comentários frágeis de analise ,não veem que as alianças já foram formadas e o tabuleiro de xadrez foi montado,não importa se o ditador da siria caia ou não a guerra é inevitável,as forças estão s mobilizando aos poucos ,porque sempre estiveram mobilizadas,milhões de soldados chineses ,milhares de soldados iranianos,milhões de soldados russos,suas forças estão tempestivamente sempre em prontidão,o ocidente ainda pensa que as hostes vão ser vistas em mobilização para uma guerra possível de cinema ,mais eles já estão mobilizados a muito e muito tempo,diga-me o porque das visitas de putin,do presidente do irã na china a não ser firmar aliança,fora isso o ditador da coréia também o foi a semana passada o palco do teatro da próxima guerra ou a terceira guerra mundial está feito,e só falta um evento para dar o estopim ,fico pensando qual seria,mortes, já acontecem em grande numero naquela região,um ataque a israel forçaria esse evento e vai acontecer,israel está preparando um ataque as centrifugas ao irã mais ,porque nãao o fez ainda,porque a ameaça de destruioção em massa de israel não se efetivou ainda,pois ela ou israel não quer ser o evento causador.,mas quando a russia aportar na síria com milhares de soldados e assim estiverem no centro do conflito aí sim,e de sr saber tamb´pem que a china já mobilizou quartéis esta semana ,para que mobilizaria ,se estão sempre mobilizados.
a todos que aqui se manifestaram,será que não enxergam ,a terceira guerra esta as porta do vale de josafa,e nada que falem contra isso mudará,a troco que china ,irã,russia ,siria ,iriam fazer manobras na siria em uma guerra civil conflagrada,deixem de ser imaturos em meras explicações sem nexo,a russia vendendo e mandando tropas,a china atravessando o canal para ir ao mar de guerra,junto com uma frota iraniana ,os estados unidos deslocando forças maritimas ,a turquia junto com a otan mobilizando seus exécitos na região ,acenda o pavio e verão,e israel em prontidão.e aí o que não pode acontecer .....
Não vejo com bom olhos essa entrada de combatentes do lado de Bashar Assad. Primeiro o Hezbollah, agora os Russo/Ucranianos. O bicho vai pegar. E quem irá lutar do lado dos rebeldes? - Ai é que está. Israel?
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