quinta-feira, setembro 13, 2012

Rússia: Finalistas guineenses apelam a militares que os ajudem a regressar à Guiné-Bissau

Os 22 finalistas guineenses que ocuparam a embaixada do seu país na capital russa lançaram hoje um apelo às chefias militares do seu país para que os ajudem a receber o bilhete de regresso à Guiné-Bissau.
"Lançamos um apelo a António Indjai, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, para que obrigue as autoridades civis a cumprir a promessa de enviar os bilhetes de avião para regressarmos a casa. Ele é a nossa última esperança", declarou à Lusa Vicente Soares Borges, finalista guineense.
O chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau financiou, no início de setembro, o regresso ao país de 37 crianças que estavam retidas na Costa do Marfim, onde foram para jogar futebol, mas não conseguiram regressar por falta de dinheiro para as passagens.
Segundo Roberto Metcha, representante dos pais cujos filhos estavam retidos em Abidjan desde o início de agosto, António Indjai, informado da situação, "pagou do próprio bolso" quatro milhões de francos CFA (6.106 euros) e ainda disponibilizou um autocarro militar para levar as crianças a casa.
Os estudantes guineenses encontram-se no edifício da embaixada da Guiné-Bissau em Moscovo desde 17 de agosto e, não obstante as promessas dos ministérios da Educação e das Finanças de enviarem os bilhetes de regresso ao país, continuam à espera de resposta.
"Os ministros da Educação e das Finanças já nem sequer atendem as chamadas telefónicas do nosso embaixador. Por isso, só nos resta apelar aos nossos militares para nos livrarem desta situação cada vez mais desesperada", afirmou Carfa Mané, porta-voz dos estudantes.
"O apartamento da embaixada é minúsculo, não temos condições para dormir. Já temos dois finalistas doentes e este número poderá aumentar pois o frio já se faz sentir em Moscovo", acrescentou.
Mané chama a atenção para o facto de os finalistas se verem obrigados a vender os seus parcos haveres para conseguirem dinheiro para comer.
"Alguns de nós tinham comprado computadores e outros objetos para levar para o país depois de terminado o curso, mas estamos a vender tudo, pois falta-nos dinheiro para comer", precisou.
"Já não sabemos mais o que fazer, estamos desesperados e, por isso, os militares guineenses são a nossa última esperança. Talvez o comando militar do nosso país consiga chegar a um acordo sobre os militares russos para que nos tirem daqui", acrescentou Vicente Soares Borges.
Os finalistas guineenses lançaram também um apelo aos seus parentes e amigos em Bissau para que se manifestem a fim de chamarem a atenção para a sua situação.

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