A Rosneft, maior empresa pública russa no campo da exploração
de petróleo, anunciou que tenciona construir um oleoduto entre Moçambique e o
Zimbabwe, que deverá custar cerca de 500 milhões de euros.
Segundo
Roman Trotzenko, conselheiro do diretor dessa empresa, estão a ser realizadas
conversações sobre a construção de um oleoduto que irá ligar o porto da Beira a
Harare, capital do Zimbabwe.
“O
projeto não é complicado em geral, mas é complicado do ponto de vista jurídico,
pois iremos trabalhar, no início, com duas jurisdições, mas quando se juntarem
outras, teremos um grande acordo intergovernamental entre seis países”,
precisou ele, em declarações à agência ITAR-TASS.
Trotzenko
frisou que o acordo deverá ficar pronto até ao fim do ano.
A
necessidade da construção deste oleoduto é explicada pelo sobrecarregamento das
infraestruturas existentes.
“Por
isso consideramos este projeto comercialmente importante para as infraestruturas
e justificado”, justificou Trotzenko, acrescentando que, no Zimbabwe, o preço
da gasolina é um dos mais altos no mundo.
O
atual diretor da Rosneft é Igor Setchin, um dos homens mais próximos do
Presidente Putin. Nos anos de 1980, esteve em Moçambique e Angola, onde
trabalhou para a espionagem soviética.
Porém,
alguns analistas consideram este projeto puramente político.
“A
atividade económica nesses países está ligada a altos riscos políticos. Além
disso, não se compreende onde é que a Rosneft vai buscar o petróleo. Nos
últimos tempos, foi publicada informação de que a plataforma continental de
Moçambique é rica em hidrocarbonetos, mas a empresa pública não tem atualmente
capacidade de realizar semelhantes projetos de extração de petróleo”, considera
Valeri Nesterov, perito da empresa Troika Dialog, em declarações ao jornal
Kommersant.
7 comentários:
...Porém, alguns analistas consideram este projeto puramente político.
“A atividade económica nesses países está ligada a altos riscos políticos. Além disso, não se compreende onde é que a Rosneft vai buscar o petróleo...
Confesso que não percebo estes analistas, até parece que o facto da Rosneft participar na construção de um pipeline é uma coisa negativa.
Estamos a falar de um projecto, de ganhar dinheiro, de trabalho, estamos a falar da Rosneft meter o pé neste lugar, onde já andam americanos, italianos, franceses, etc.
Que raio de analistas são estes, que quando se anuncia a participação da construção de um pipeline, ficam a interrogar-se onde a Rosneft vai buscar o petróleo. Que raio, EXISTE a necessidade de construção de mais pipelines, portanto petróleo existe certo?
Ele há coisas...
PM, só são aceites os analistas que têm a sua opinião. Estes analistas talvez saibam melhor do que você qual a situação financeira da Rosneft.
...Estes analistas talvez saibam melhor do que você qual a situação financeira da Rosneft...
Ou se calhar talvez não.
Porque se esses analistas pôem em causa a situação financeira da Rosneft, é o mesmo que meter em causa a situação financeira da Rússia.
Com analistas deste calibre, talvez se explique porque o Troika Dialog se lixou ao ponto do estado ter de vir em seu auxílio.
Talvez devamos começar pela base:
"alguns analistas"... ora bem, QUEM SÃO estes analistas? Têm nome? Trabalham para algum organismo ou empresa?
Desvendado este mistério talvez possamos perceber se realmente estes analistas sabem ou não melhor do que o PM (ou outros) qual a situação financeira da Rosneft.
Pippo, tem o nome de um dos analistas e da empresa. Vá ver quem são.
Ao PM, recomendo ir dar uma volta ao bilhar, pois a paciência tem limites.
...Ao PM, recomendo ir dar uma volta ao bilhar, pois a paciência tem limites.
Toquei em algum nervo meu caro? Não posso fazer uma simples crítica a uns analistas?
Tenho que engolir tudo o que me dizem por aí?
Sabe, o tempo da outra senhora já lá vai.
Para quem coloca tantos artigos críticos sobre o que se passa na Rússia, causa-me espanto esta a agressividade a um leitor, apenas por colocar a sua opinião sobre analistas.
A não ser que o blogue tenha mudado de direcção e já não permita a diferença de ideias. Nesse caso deveria avisar os seus leitores.
Ok, temos UM nome quando são referidos VÁRIOS analistas. Não fico muito esclarecido...
Quanto à análise, o único país politicamente instável é o Zimbabwe, pois Moçambique, apesar de tudo, tem mantido uma enorme estabilidade política face às circunstância locais (Fim de guerra civil sem vencedores nem vencidos, pobreza, etc.). Se uma empresa vê perspectivas de negócio numa zona "virgem", é de aproveitar agora. Além disso, mais cedo ou mais tarde Mugabe, com 88 anos, irá desaparecer e alguém, se calhar o Morgan Tsvangirai, irá suceder-lhe. Quando isso acontecer o país certamente melhorará, quer política, quer economicamente, e quem já lá estiver estará numa melhor posição para recolher os louros.
Portanto, neste campo, lamento mas terei mesmo de concordar com o PM.
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