"O nosso Ostap Bender"
"O Artur Batista da Silva russo" (actor Andrei Mironov)
A história de Artur Batista da Silva chegou à Rússia com algum atraso, mas chegou. Claro que uma das tarefas dos leitores dos artigos publicados foi encontrar análogos na História da Rússia e dos países vizinhos.
Lembraram-se de muitos e até de alguns dos seus dirigentes da Rússia moderna, por exemplo, os que, no início dos anos de 1990, prometeram um milagre económico através de uma terapia de choque receitada pela famosa "Escola de Chicago" .
Um leitor ucraniano do site inosmi.ru, onde são publicados artigos de órgãos de informação estrangeiros, contou uma estória que aconteceu há alguns anos nesse país: " O famoso "Doutor П" surpreendeu todo o mundo com a sua fenomenal memória (decorou vários milhões de resultados do П (3,14). Iuschenko até criou um Instituto do Cérebro e propôs ao Doutor П dirigi-lo e Ianukovitch concedeu-lhe o Prémio de Estado da Ucrânia. O Doutor П leccionava no Instituto Politécnico de Lvov e fazia operações de neurocirurgia. Mais tarde veio-se a saber que ele não tinha diploma de neurocirurgião e que, na realidade, tinha terminado uma escola especial para crianças com problemas psíquicos e possuía o diploma de pintor de construção civil de uma escola técnica. Segundo as declarações de um dos professores de Sliussartchuk (Doutor П), ele nunca conseguiu decorar a tabuada".
Mas eu gostei mais que o "nosso economista" e "funcionário da ONU" tenha sido comparado a Ostap Bender, imortal personagem de dois romances soviéticos: "As Doze Cadeiras" e "O Bezerro de Ouro" de Ilia Ilf e Evgueni Petrov. Um deles, o primeiro, se não me engano foi traduzido para português.
Ficou conhecido por ser "filho do sultão da Turquia", "grande combinador", "combatente ideológico por notas [dinheiro]", conhecedor de "quatrocentas maneiras relativamente honestas de sacar (roubar) dinheiro".
Gostava de fatos brancos e o seu sonho era ir, depois de enriquecer, viver para o Rio de Janeiro. Este sonho de Ostap Bender tinha um protótipo real, que irei contar noutro post para os meus leitores brasileiros.
Nem o Imperador do Brasil D. Pedro II conseguiu escapar à trafulhice do russo.
Embora Ostap Bender não passe de uma personagem literária, podemos encontrar algumas casas com uma pedra memorial onde se lê: "aqui viveu Ostap Bender no ano de ...".
Quem irá imortalizar Artur Batista da Silva? Ou será que, no nosso mundo, ele se tornou um de muitos...
3 comentários:
Era muito bom termos uma Rua com o nome dele aheh
caso do professor Slissarchuk é muito mais sinistro: ele tratava os pacientes, um conhecido meu em resultado viu a filha quase perder a pele, além disso ele enganou dois últimos presidentes, não apenas Yuschenko mas tb Yanukovych. Neste momento decorre o seu julgamento, salvo erro...
Infelizmente o Artur é um de muitos pseudo qualquer coisa que andam por aí! Depois de ver governantes com licenciaturas "à pressão" e não só, o Artur já não espanta! Contudo existe uma certa admiração por este tipo de pessoas conseguir fazer o que para a maioria de nós seria impensável, se calhar porque achamos não ser possível! Eu sugiro, em vez de um nome de uma rua, que o Artur vá para espião do SIS a dissimulação supostamente é um requisito obrigatório!
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