quinta-feira, março 21, 2013

Assinatura que custou 138 vidas


Texto enviado pelo leitor Jest:
 
Estranhamente ou não, os crentes neo-estalinistas continuam com a sua crença do que, ora na URSS não havia as repressões, ora Estaline desconhecia a sua existência. É muito difícil discutir com as pessoas que negam o evidente. Os documentos existem, são perfeitamente conhecidos e bem claros, de maneira que os comentadores não têm muita coisa para adicionar.

por: Jan Rachinski, sociedade Memorial (Facebook)  

Eis a nota que o camarada-chefe do NKVD, Nikolay Yezhov, apresentou ao camarada Estaline no dia 26 de julho de 1938: “Ao camarada Estaline. Envio a lista dos detidos, sujeitos ao julgamento do Colégio Militar na primeira categoria”.

E eis a resolução do camarada Estaline: “Pelo fusilamento (assim no original) de todos 138 pessoas”. Mais em baixo a assinatura do segundo carrasco mais importante – Molotov.

Inicialmente a lista continha 139 nomes, Estaline riscou (até a segunda ordem), o nome do marechal Alexander Yegorov e emendou a cifra 139 para 138, significa que leu a lista.

A lista continha os nomes dos: 9 chefes das circunscrições militares, chefes da Força Aérea e da Frota militar, 5 Comissários de povo e uma dúzia de vice-comissários, diretor do Instituto Central de Aerodinâmica (TsAGI) e diretor da fábrica de aviação, 2 chefes do Planeamento estatal, chefes dos Departamentos do Comité Central do PC(b), primeiros secretários do partido comunista na Quirguízia e Arménia, secretários distritais dos comités do partido e até o comandante do Kremlin…

Todos eles tiveram o mesmo destino: o “processo” no Colégio Militar durou cerca de 10 minutos (sem presença de advogados, testemunhas e direito ao apelo) e fuzilamento. Camarada Vasiliy Ulrikh executava as ordens do ditador soviético de uma maneira extremamente operativa: 45 pessoas foram condenadas e executadas já no dia 28 de junho, no dia seguinte foram outros 67 e mais 14 no dia 1 de agosto. Nove pessoas viveram até dia 19 de agosto, um até 10 de setembro e mais um até o dia 3 de março de 1939. É desconhecido apenas o destino do Trofim Chubar, irmão do membro do Bureão Político, Vlas Chubar (ele próprio fuzilado em fevereiro de 1939).

O marechal Yegorov, retirado da lista, foi fuzilado (ou morreu na cadeia?) em 23 de fevereiro de 1939 (acusado de espionagem e participação na preparação do golpe do estado). É preciso notar, que todas as pessoas da lista foram mais tarde reabilitadas, menos três oficiais do NKVD, corresponsáveis pelos crimes estalinistas: Agranov, Bulakh e Leplevski.

Fonte:

9 comentários:

Anónimo disse...

- Ai sim? Foi assim que as coisa se passaram como o sr.Milhazes, diz que foi ou alguém aquém o sr. dá colo ?

-Pois muito bem, eu tenho outras fontes que me dizem que a coisa se passou de outra forma.

Dizem as minhas fontes que os processos dos militares foram muito mais longos, embora à porta fechada por razões óbvias. Pois tratava-se de militares de com responsabilidades ao nível da defesa nacional e segredo de Estado.
-Mais diz-me essas fontes que no mesmo julgamento estiveram presentes todos os militares seus pares que foram chamados a Moscovo para assistir a esses processos. -Por tanto a coisa piou mais fino do que aquilo que o senhor Milhazes, quer fazer crer.

Vou continuar a descascar esta cebola espere noticias minhas.

aferreira

Anónimo disse...

-" É muito difícil discutir com as pessoas que negam o evidente. Os documentos existem, são perfeitamente conhecidos e bem claros, de maneira que os comentadores não têm muita coisa para adicionar. "
-Por mim não tenho nenhum problema em discutir o assunto este ou outros.
-A discussão tem por essência o seu contraditório e analise das questão de forma desapaixonada e dentro de uma perspectiva histórica e não "politica" embora seja difícil confesso separar uma coisa da outra.
-----------------------------
-Lá vai mais uma das minhas contribuições para a discussão.


(a)“Segundo Issak Deutsher, o trotskista que escreveu
variadíssimos livros contra Stáline e a União Soviética, diz: -O golpe de Estado seria iniciado com uma operação militar contra o Kremlin e contra as tropas mais importantes nas grandes cidades como Moscovo e Leninegrado. A conspiração era, segundo Deutscher, chefiada por Toukhatchevski em conjunto com Gamarnik, chefe dos comissários políticos do exército, o general Iakir, comandante de Leninegrado, o general Ouborévitch, comandante da academia militar de Moscovo e o general Primakov um dos chefes da cavalaria”
(a)- Isaac Deutsher ,membro da ala troksquista do partido comunista Polaco que escreveu contra Stáline e a União Soviética,


aferreira

Anónimo disse...

2º-Contribuição para uma discussão dos factos.

Pôr a falar as testemunhas dos factos.



-Alexandre Werth, no seu livro Moscovo 41,escreveu: «O processo de
Tukhatchévski»

-Quem era Tukhatchévski? Pessoas do Deuxiéme BureauFrançais[serviços de informações militares] há muito que me diziam que Tukhatchévski era pró-alemão. E os checos
contaram-me a história extraordinária da visita de Tukhatchévski a Praga, onde, no final de um banquete – estava bastante embriagado – deixou escapar que um acordo com Hitler era a única esperança para a Checoslováquia e para a Rússia.- E começou a injuriar Stáline. Os checos não deixaram de relatar isso ao Krémline, e foi o fim de Tukhatchévski – e de muitos dos seus partidários"

* Alexandre Werth, jornalista, de origem russa naturalizado inglês , correspondente da BBC em Moscovo e mais tarde correspondente do Jornal The Guardian .

aferreira

Lura do Grilo disse...

Os fuzilados devem pedir desculpa. Derzinsky e Beria devem ser louvados para todo o sempre. Mesmo Katyn foi obra do pai dos Povos:isso não dava estatísticas.

Anónimo disse...

Continuando a ouvir os testemunhos.

-John Littlepage, "um dos especialistas estrangeiros contratados para trabalhar na União Soviética. Littlepage trabalhou 10 anos na indústria mineira soviética, entre 1927 e
1937, principalmente nas minas de ouro. No seu livro "In search of Soviet gold" escreve, "Eu nunca tive interesse pela subtileza das manobras políticas na Rússia enquanto as podia evitar; mas tive que estudar o que acontecia na indústria Soviética para poder fazer um bom trabalho. E estou firmemente convencido de que Stáline e os seus colaboradores levaram muito tempo até descobrir que os comunistas revolucionários descontentes eram os seus inimigos mais perigosos". Littlepage
escreveu também que a sua própria experiência confirmava as declarações oficiais de que uma conspiração conduzida do exterior utilizava de uma grande sabotagem
industrial como uma parte de um processo para fazer cair o governo. Já em 1931 Littlepage tinha sido obrigado a constatar isso durante um trabalho nas minas de cobre e chumbo no Ural e no Kasaquistão. As minas eram uma parte do grande complexo de
cobre-chumbo cujo chefe máximo era Piatakov, o vice comissário do povo para a indústria pesada. O estado das minas era catastrófico no que diz respeito à produção e
ao bem-estar dos trabalhadores. A conclusão de Littlepage foi de que havia uma sabotagem organizada proveniente da direcção superior do complexo de cobre-chumbo.
O livro de John Littlepage dá-nos também a conhecer de onde a oposição trotskista recebia o dinheiro necessário para pagar a actividade contra revolucionária. Vários membros da oposição secreta utilizavam os seus postos no governo da União Soviética para aprovar a compra de máquinas de certas fábricas no estrangeiro. Os produtos aprovados eram de uma qualidade muito baixa, mas eram pagos pelo governo soviético ao preço mais alto.
As fábricas estrangeiras davam à organização de Trotski no estrangeiro o ganho económico de tais transacções, em troca do qual Trotski e os seus conjurados na União Soviética continuavam a fazer mais compras nessa fábricas."

*John Littlepage,Engº Norte Americano.

aferreira

Anónimo disse...

-Coitados eram todos inocentes uns ingénuos, uns anjinhos papudos , dignos da serem canonizados...
-Não é sr Grilo falante.
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- Debate sobre o assunto de forma séria- já era.-É só tretas.

-O sr Milhazes & cia atiram a pedra e esconde a mão.
-Traz-nos o sr. Milhazes um suposto doc.em que um suposto Staline, aprova a execução de um grupo de indivíduos, etc & tal.../.. -como se trata-se de uma execução extra judicial. ou fazendo querer que foi assim que as coisa se passaram .
Ora para fique claro que os condenados tiveram um julgamento em tribunal militar pois era essa a sua condição . Um julgamento entre pares. - As provas contra essas pessoas eram esmagadoras
PS:
- Depois é assim: quando alguém é condenado à morte por um qualquer tribunal em um qualquer Estado Por exemplo nos EUA, A última aprovação da sentença passa pela aprovação ou não do presidente, a sua confirmação "assinando a sentença" nos casos mais complicados ou de grande interesse nacional como foram os casos do casal Rosenberg...e outros....
Ora o tal doc dá-do a estampa neste blog - É pura propaganda rasteira; nada mais! como dizem as gentes da minha santa terra.... Ribeira Street. Não vale um peido.

- Este não passa de certezinha absoluta no lápis azul.

aferreira

PEDRO LOPES disse...

aferreira,

qual a ideologia que defende?

Nacional Bolchevismo?
Ou a versão "Internacionalista"?

Eu sempre tive a sensação que Estaline rompeu com as facções trotskistas e internacionalistas, e por isso até lhe dou algum crédito(pouco) embora acho que seja inegável que também ele ou a mando dele e dos seus cometeu atrocidades.

Estaline é uma figura que me repugna mas acho que os anteriores eram bem piores. E foram amplamente financiados por bancos americanos e pela maçonaria.


Anónimo disse...

Caro amigo Pedro Lopes, Neste caso concreto procuro não defender ideologia alguma - embora como disse em cima por vezes é difícil fugir à questão politica/ideológica é um facto confesso.
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-Estes como outros casos passaram-se há mais de setenta anos havendo necessidade de os analisar à luz da história e sempre no contexto do seu tempo e nas circunstancias concretas da época.
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-Quanto a ideologia que defendo tenho a dizer que sou Marxista.
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- Digo-lhe também, que compreendo a necessidade que os agentes e defensores do sistema Capitalista- têm em diabolizar a pessoa de Staline. Eles também sabem bem porque o fazem.- Sabem também que mais cedo que tarde o mito que tentam construir se há-de desfazer como um pobre floco de neve exposto ao sol. Assim foi sempre na história e assim será . num futuro muitíssimo curto.

aferreira

Félix M. disse...

Sem optar à partida pelo fuzilamento há quem defenda que a purga dos finais dos anos 30 foi decisiva para a vitória da 2ª grande guerra e para o saneamento de traidores no seio das forças armadas... pelo exposto há uma grande maioria de oficiais e na totalidade representam gente com responsabilidades quer nas forças armadas quer na estrutura do PC(b).

sugiro a leitura de O Socialismo Traído, (Edições Avante, Setembro de 2008), da autoria de Roger Keeran e Thomas Kenny, um historiador, outro economista, constitui uma reflexão «interna» (ambos são militantes do partido comunista dos EUA) sobre a derrocada do «socialismo» soviético.
ou a História do PC da URSS (bolchevique) -Breve curso - aprovado pelo CC do PCUS em 1938.