O fim de
semana ficou marcado por confrontos entre a oposição ucraniana
pró-europeia e a polícia, que já provocou dezenas de feridos entre
manifestantes e agentes de segurança, entre os quais alguns se
encontram em estado grave.
Os
manifestantes ocuparam a Câmara de Kiev e tentaram ocupar a
presidência, tendo sido travados pela polícia de choque. A oposição
pró-europeia acusa provocadores de terem dado início aos incidentes
para levar a polícia de choque a reagir com violência. Victor
Ianukovitch, Presidente da Ucrânia, encontra-se na sua residência
oficial dos arredores de Kiev, para onde se dirigem centenas de
manifestantes. No centro da capital ucraniana, manifestam-se mais de
200 mil pessoas, que exigem a demissão do Presidente, do governo,
bem como a assinatura do Acordo de Parceria com a União Europeia.
Recordo que,
durante a “revolução laranja” de 2004-2005, não foi derramado
sangue, não obstante, então, estar em jogo uma falsificação em
massa das eleições presidenciais por parte de Victor Ianukovitch.
Os ucranianos conseguiram resolver as divergências entre eles e,
naquela altura, as forças pró-Europa conseguiram vencer depois da
repetição das eleições presidenciais.
Mas os
pró-Rússia não baixaram os braços e, também devido à
incompetência, corrupção, entre outros factores, desforraram-se
nas eleições presidenciais seguintes, com a eleição de
Ianukovitch.
Este
político e a sua equipa tentaram tirar proveito da luta entre a
Rússia e a UE em torno da Ucrânia, mas, quando chegou a hora da
definição, o dirigente ucraniano “vendeu a alma” a quem promete
mais.
Os protestos
do fim de semana visam protestar contra o facto de Victor Ianukovitch
se ter recusado a assinar o Acordo de Parceria com a União Europeia
na sexta-feira e a falta de diálogo entre o poder e a oposição
sobre este problema.
Além disso,
este problema é agravado pelo facto de o futuro da Ucrânia estar a
ser resolvido através do prisma da Guerra Fria e da Geopolítica
clássica, ou seja, numa luta por “zonas de influência”, pela
criação ou manutenção de “zonas-tampão”, com o emprego de
termos como a “teoria da anaconda”, etc.
Nesta
situação e seguindo esses conceitos, os presidentes da Ucrânia e
da Rússia, Victor Ianukovitch e Vladimir Putin, propuseram que o
futuro da Ucrânia seja resolvido entre Moscovo, Kiev e Bruxelas.
Porém, esta
proposta não agrada à oposição ucraniana, pois vê nisso uma
forma de retirar a soberania ao país, um perigo de que a Ucrânia se
transforme numa vítima de pactos secretos do tipo do pacto
“Molotov-Ribbentrop”, assinado entre a URSS
comunista e a Alemanha nazi em 1939.
Nas
palavras, a União Europeia discorda dessa proposta e quer deixar aos
ucraniano o direito de optar pela UE ou pela União Alfandegária,
constituída pela Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão. Porém, no
interior da UE, como acontece cada vez mais frequentemente, há
opiniões diferentes face à “política de chantagem” da Rússia.
Se países como a Polónia e a Lituânia exigiram, na “Cimeira do
Leste”, a aprovação de um documento com fortes críticas à
Rússia, a chanceler alemã Angela Merkel pede maior contenção e
propõe um encontro com Putin “para esclarecer todos os equívocos.
Resumindo,
Bruxelas pode não tomar uma posição unânime de apoio claro à
oposição ucraniana e de condenação da política de Moscovo no
antigo espaço soviético. Os interesses económicos e financeiros
parecem continuar a prevalecer, tanto mais em período de crise,
quando cada país da UE tenta salvar-se como pode. Como tem vindo a
acontecer, a Alemanha não quer perder um dos seus maiores parceiros
comerciais: a Rússia.
O
desfecho da luta entre a Rússia e a UE em torno da Ucrânia será
muito importante não só para os destinos da Europa, mas para as
relações internacionais em geral. A vitória alcançada por Moscovo
ao travar a aproximação de Kiev em relação a Bruxelas é, talvez,
a maior humilhação na política externa da União Europeia. Porém,
a grave crise que afecta a UE não permite acreditar que
Bruxelas, no mínimo, equilibre as coisas.
A social ucraniana está dividida a meio e o agravamento da crise na Ucrânia torna cada vez mais real o cenário da sua desintegração.
5 comentários:
Eles fizeram uma revolução laranja e
comprometeram o futuro da Ucrânia,
agora se fizerem uma nova revolução arriscam-se a uma revolução vermelha. Vermelha de sangue.
Esta gente em vez de pensar, numa maneira de se tornarem independentes da energia russa e exigirem ao governo que pare de se endividar para proteger as contas do gás de cada um daqueles que está a ali a barafustar, só se preocupam em juntar-se à UE. Só porque a UE é mais "in", só porque está na moda.
Cambada de tristes, que não conseguem ver que estão a levar o seu país para uma guerra civil, que não conseguem ver que a UE NÃO VAI PAGAR AS DÍVIDAS UCRANIANAS.
Ianukovitch, agora até devia sair, metam lá um da oposição que resolva os problemas juntamente com a UE.
Nem a Rússia, nem a UE podem ajudar a Ucrânia. Nenhum deles vai enterrar dinheiro num país que não se decide o que quer fazer.
A Ucrânia vai a caminho de uma bancarrota, e desta vez até pode entrar em guerra civil, porque já existem pipelines alternativos que minimizam a situação.
Esta gente não vê que NINGUÉM os vai ajudar? eles estão CONTINUAMENTE a pedir dinheiro.
RESOLVAM os problemas primeiro.
A UE não é a Santa Casa, não vai injectar dinheiro num país desta dimensão.
A UE não vai prejudicar as suas ligações com uma Rússia cada vez mais poderosa.
Ucrânia deveria se juntar a UE, por um motivo óbvio: o país é Europeu e não asiático como Putin e Dugin pretendem usando de idéias fajutas e falaciosas para criar um novo sistema de poder tão autoritário, imperialista e repressivo quanto a URSS.
O que a Rússia quer é fazer um pressão suja e covarde contra a Ucrânia ameaçando o país. Ameaçado-o de aumentar o preço do gás que a Ucrânia paga que já o mais caro da Europa. Querem manda na política do país e transforma-lo numa espécie de estado tampão. Querem aniquilar a soberania ucraniana. A Rússia quer se adonar dos recursos do país e de suas industrias, igual como fez com Belarus.
Que o povo Ucraniano seja livre e soberano. A Ucrania já sofreu demais sob o imperialismo russos. Essa gente quer se libertar do jugo russo. A Rússia não é um parceiro, mas um país opressor. Ela quer escravizar a Ucrania e os demais países da antiga URSS para formar seu império asiático. A Rússia conseguiu que a Armênia aderisse a União Aduaneira ameaçando tomar partido a favor do Azerbaijão com o conflito armênio com este país. Isto é chantagem. Agora proíbe os produtos ucranianos de entrarem em território russo, criam burocracia e falsas barreiras fitosanitárias.
A Rússia jogo muito sujo, tudo o que ela fez a Ucrania: holodomor, Chernobyl... é demais! É hora de virar a página! A Rússia não tem futuro a oferecer a UCrânia, pois é um país atrasado, autoritário, anti-europeu e corrupto.
ja houve um referendo pra saber se a ucrania quer participar da ue?
ja houve um referendo pra saber se a ucrania quer participar da ue?
Que eu saiba não, mas existe a intenção de o fazer.
O problema na minha opinião é complicado, porque a Rússia não quer ver a Ucrânia dentro da UE.
O referendo deveria ser feito quando houvesse condições para isso.
Sendo a Rússia o principal parceiro económico, a Ucrânia não pode ignorar os desejos russos.
Já para não falarmos de dependência energética.
Como a UE nada garante sobre o corte das ligações entre estes, a Ucrânia teve que recuar.
A Ucrânia está amarrada à Rússia independentemente de quem está aos comandos.
E a situação será para durar.
Se a Ucrânia aderisse à UE, ou firmasse um acordo que a afastasse da Rússia, quem é que a abasteceria de gás? Quem é que investiria na sua economia? Quem é que apostaria nas minas, nas indústrias, na aeronáutica, nomeadamente, ...?
Será que a UE tem dinheiro para isso? Neste momento, ela nem tem dinheiro para ajudar os seus a não ser com "Planos de resgate" e afins que reduzem os países à miséria!
Neste momento a UE não tem qualquer viabilidade económica e, na minha opinião, a situação agravar-se-á cada vez mais devido a factores de produção e de demografia.
Como é que a Ucrânia poderia abraçar um titubeante bloco pseudo-político (mas dividido) e pseudo-económico (mas em profunda recessão), virando as costas a um país que a domina estrategicamente?
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