terça-feira, dezembro 03, 2013

Parlamento da Ucrânia derrota moção de censura ao governo ucraniano


O primeiro-ministro, Mikola Azarov, foi à Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia tentar convencer os deputados a não apoiarem a exigência de demissão do seu governo, apresentada pela oposição.
Azarov fez algumas promessas para tentar “pôr água na fervura”. Primeiro, anunciou que, na próxima semana, serão reatadas as conversações com a União Europeia a fim de analisar a questão das compensações a Kiev pelas perdas que a economia ucraniana sofrerá depois de assinar o Acordo de Associação com a UE. Segundo ele, Durão Barroso teria dito, na véspera, que Bruxelas estava de acordo em analisar essa questão.
Além disso, o primeiro-ministro ucraniano, prometeu fazer alterações no seu governo, prevendo-se que um dos primeiros membros a ser substituído será o Ministro do Interior, devido à acção violenta da polícia de choque contra os manifestantes da oposição durante o fim de semana.
O Parlamento, como era previsível, não apoiou a moção de censura, porque a oposição e o Partido Comunista da Ucrânia não chegaram a acordo sobre uma moção comum. Ou melhor, o presidente da Rada não permitiu que o projecto do PCU fosse a votos e colocou à votação a moção de censura da oposição pró-europeia, que não recebeu os votos dos comunistas. A oposição pró-ocidental afirma que teria apoiado a moção comunista se ela fosse a votos, o que permitiria formar uma maioria contra o governo.
O PCU está claramente contra a aproximação da Ucrânia em relação à Europa e é completamente a favor da integração do país no Tratado Aduaneiro, constituído por Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão, mas discorda da forma como Azarov e Ianukovitch geriram todos estes processos.
A oposição precisava do apoio de 226 deputados para ver a sua moção aprovada, mas receberam apenas 186, porque os comunistas se juntaram ao Partido das Regiões, principal força de apoio de Ianukovitch no Parlamento, e chumbaram esse documento.
A oposição pró-europeia apelou aos seus apoiantes a cercarem o edifício da Administração do Presidente para exigir a demissão dele e da Rada Suprema. Arseni Iatzniuk, um dos principais líderes da oposição, declarou que Ianukovitch se encontra lá e que só partirá para a China amanhã e não hoje, como fora anunciado.
Além disso, é de salientar que manifestantes da oposição impedem o funcionamento do governo, pois bloquearam todos os ministérios.
Mikola Azarov prometeu que, amanhã, irá realizar-se uma reunião do gabinete de ministro no edifício do governo e ameaçou recorrer à força se o edifício continuar a ser bloqueado.
“Vós tendes advogados inteligentes, estes compreendem que vós violais não só a Constituição, mas também o Código Penal. Estamos abertos ao diálogo. Estamos prontos a conversar com os manifestantes... Nós estendemo-vos a mão. Se nos mostrarem o punho, garanto que temos força suficiente”, ameaçou ele.

Por enquanto, a situação continua instável e indefinida, sendo difícil prever como irá desenvolver-se. Uma coisa é certa: se o poder recorrer uma vez mais às forças policiais, a situação poderá tornar-se incontrolável.

1 comentário:

Pippo disse...

O título diz que "Parlamento da Ucrânia derrota moção de confiança ao governo ucraniano", mas o texto diz que "o Parlamento, como era previsível, não apoiou a moção de censura".

Então, que que é que ficamos?