sábado, março 01, 2014

Kremlin promete “anonimamente” apoio separatistas da Crimeia


Serguei Aksionov, o rosto do separatismo russo na Crimeia

Palavras de Andrei Illarionov, antigo conselheiro de Vldimir Putin para questões económicas: "Não tem completamente razão o que diz: Putin quer combater. Hoje, Putin não quer combater. Hoje, ele quer que combatam na Ucrânia. Que combatam ucranianos, russos, tártaros da Crimeia. Para que na Ucrânia comece uma guerra civil em grande escala.
O principal (único) objectivo das provocações putinistas sem fim nos últimos tempos: já realizadas, agora realizadas ou planeadas para os tempos próprios, é provocar o início de uma guerra civil na Ucrânia".
Estas palavras de Ilarionov, actualmente adversário político de Putin, recebem novas confirmações. Não obstante todas as declarações e juras do Kremlin de que não se ingere, nem se tenciona ingerir nos assuntos internos da Crimeia, ele continua a atiçar os ânimos dos separatistas.
Serguei Aksionov, novo primeiro-ministro do Governo da Crimeia, lançou um apelo a Vladimir Putin para “garantir a paz e a calma” e a resposta veio hoje de uma fonte anónima do Kremlin: “A Rússia não deixará sem atenção o pedido da Crimeia”.
Claro que podem dizer que se trata de uma fonte anónima, mas o problema é que ela é citada em regime de “urgente” pelas três grandes agências de informação russas (Interfax, ITAR-TASS e Ria-Novosti). Ou seja, para bom entendedor meia palavra basta.
Aksionov deu hoje um passo que talvez venha acelerar o início de um conflito civil de grandes dimensões na Península da Crimeia. Ele chamou a si o comando da polícia, das forças de protecção civil e das forças armadas ucranianas estacionadas naquele território, bem como tropas fronteiriças, que, por lei, deveriam receber ordens de Kiev.
O novo dirigente da Crimeia, segundo alguns meios de informação russos e ucranianos, é um homem de negócios ligado ao mundo do crime, sendo nesse meio conhecido pelo cognome de “Goblin”.
O Presidente interino da Ucrânia, Alexandre Turtchinov, a acusou a Rússia de estar a tentar repetir o cenário de 2008 na Geórgia e o Ministério ucraniano da Defesa promete responder às provocações e defender a integridade territorial do seu país.
O barril de pólvora está pronto a rebentar a qualquer momento, basta que alguém, consciente ou inconscientemente, acenda o rastilho ou atire uma ponta de cigarro acesa para cima dele.
Segundo o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, os primeiros tiros já soaram durante a madrugada, quando militares (alegadamente ucranianos) tentaram ocupar o edifício do Ministério do Interior da Crimeia, mas "foram repelidos pelas acções de destacamentos de autodefesa popular.
 







8 comentários:

Anónimo disse...

A hiena imperialista comunista arreganha os dentes

PortugueseMan disse...

Meu caro,

Da maneira como o dinheiro está a derreter no país, ainda bem que as pessoas estão distraidas a ver a "invasão" dos russos.

Porque bem mais grave, é uma corrida aos bancos para tirar de lá dinheiro que já não existe.

Ukraine’s hryvnia at all-time low against the dollar, IMF loan essential says new PM

...Ukraine’s central bank said it was not going to buy the hryvnia to support it – anyway it is running out of foreign currency reserves to do that...


http://www.euronews.com/2014/02/27/ukraine-s-hryvnia-at-all-time-low-against-the-dollar-imf-loan-essential-says-/

Isto vai rebentar, agora não me parece que se possa voltar para trás.

Quanto mais a moeda desce em relação ao dólar, mas rápido será o declínio, eles não vão aguentar a pressão.

A Ucrânia vai mudar e vamos descobrir no quê num futuro próximo.

PortugueseMan disse...

Meu caro,

Da maneira como o dinheiro está a derreter no país, ainda bem que as pessoas estão distraidas a ver a "invasão" dos russos.

Porque bem mais grave, é uma corrida aos bancos para tirar de lá dinheiro que já não existe.

Ukraine’s hryvnia at all-time low against the dollar, IMF loan essential says new PM

...Ukraine’s central bank said it was not going to buy the hryvnia to support it – anyway it is running out of foreign currency reserves to do that...


http://www.euronews.com/2014/02/27/ukraine-s-hryvnia-at-all-time-low-against-the-dollar-imf-loan-essential-says-/

Isto vai rebentar, agora não me parece que se possa voltar para trás.

Quanto mais a moeda desce em relação ao dólar, mas rápido será o declínio, eles não vão aguentar a pressão.

A Ucrânia vai mudar e vamos descobrir no quê num futuro próximo.

Pippo disse...

Não se preocupe, PM, que o pagode (isto é, nós, você e eu, etc.) irá pagar para que os "ucranianos" se possam ver livres do bicho-papão Rússia e ser imensamente livres, quem sabe até perseguindo judeus e russos como no antigamente.

A Reuters diz que Ukraine is unlikely to receive financial assistance from the International Monetary Fund before April according to Ukrainian Finance Minister Oleksander Shlapak.

Ukraine, which faces a further $6 billion in foreign debt payments this year, has asked the IMF for financial assistance of at least $15 billion. An IMF team is expected in Kiev next week.

mas a Gazprom vai ajudar a Ucrânia a respeitar o seu compromisso com o FMI:
Ukraine may lose a discount to the gas price it now pays to Russia’s state gas company Gazprom due to Kiev’s outstanding gas debt, Gazprom spokesman Sergei Kupriyanov told Reuters on Saturday.
In December, Russia agreed to reduce gas prices for Kiev by about a third, to $268.50 per 1,000 cubic metres from around $400 which Ukraine had paid since 2009, after ousted President Viktor Yanukovich spurned an EU trade deal in favour of closer ties to Moscow.
Kupriyanov said Ukraine’s outstanding gas debt stood at $1.55 billion for 2013 and gas deliveries so far this year.
“It seems that with such gas payments and fulfilment of its obligations Ukraine may not keep its current gas discount. The gas discount agreement assumed full and timely payment,” he said.
The deal allowed for the price to be revised quarterly between the 5th and 10th day of the first month every quarter.

Entretanto, outros ucranianos parecem não estar muito satisfeitos com as novas autoridades "patrióticas" e preferem (pasme-se!) o tal bicho-papão:

According to various Russian and Ukrainian reports, the crisis is spreading from Crimea to other parts of the Ukraine. There are reports that pro-Russian demonstrators in Donestsk and Kharkiv have attempted to take parliament buildings.
According to Interfax, there was also a pro-Russian demonstration in Odessa with between 5,000 to 20,000 participants, some armed with clubs.

Os tipos do costume continuam a exigir explicações à Rússia:
German Foreign Minister Frank-Walter Steinmeier warned on Saturday that developments in Ukraine over the past few hours were dangerous and urged Russia to explain its intentions regarding its troops in the Crimea region.

Rússia essa que deveria dizer ao ministro alemão que as suas intenções relativas à Crimeia são as mesmas que a Alemanha teve relativamente à Croácia separatista, cuja independência reconheceu à revelia da PESC (Política Europeia de Segurança e Defesa).

ovigia disse...

meus caros,

depois de norte americanos e britânicos terem quebrado o acordo que existia entre ucranianos e claro tb russos de não ingerência nos assuntos da Ucrânia, é no mínimo ridiculo vir agora atribuir as culpas a Putin e à Rússia qdo esta tem um contrato até 2042+5 anos para usufruir das bases militares que por lá tem e claro com isso poder movimentar e ter as tropas que quiser nessas mesmas bases.

se os srs dos EUA, UK e EU estivessem quietinhos e a arrumar as suas casas e não a patrocinarem criminosos da al-qaeda desde o médio oriente aos balcãs http://muslimmatters.org/2010/02/20/nafeez-mosaddeq-ahmed-our-terrorists/ até aos nazis http://www.paulcraigroberts.org/2014/02/26/ukrainian-neo-nazis-declare-power-comes-barrels-guns/ que agora detém o poder em Kiev depois de ilegalmente deporem o presidente democráticamente eleito e de recusarem acordos que supostamente antes aceitaram, este caos que ainda está no início não existiria.

mas claro os papagaios dos MSMedia já andam a arranjar outro desastre depois da Líbia uma vez que não o conseguiram, ainda, com a Síria e o Irão.
os mesmos MSM que agora nada reportam sobre o terror que se vive na Líbia.

Fernando Negro disse...

Por "ingerir", deve o Kremlin querer dizer: actuar no terreno, mandando para lá pessoas, sem que tenham sido convidadas para tal, para prestar apoio a certos grupos; andar a pagar a grupos locais, para que façam isto ou aquilo; invadir militarmente; bombardear o país; etc. (Desrespeitando a lei internacional, como faz constantemente o Ocidente, em tudo o que são países estrangeiros.)

Se fazer coisas, nas suas embaixadas, que são legítimas e que estão dentro da lei internacional, é estar a "ingerir"... Então, uma simples conversa, ou negociação, de um embaixador com alguém do país onde o primeiro se encontra, é estar a "ingerir" em tal país.

Se o que o Kremlin fizer, estiver dentro do que é permitido pela lei internacional...


Quanto a uma possível intervenção armada,

Lembrem-se de que Ianukovitch foi eleito democraticamente e de que o golpe que ocorreu não tem legitimidade. E, consequentemente, são ainda Ianukovitch e o seu Partido das Regiões o legítimo governo da Ucrânia e quem tem o direito de governar este país - até que, possivelmente, sejam efectuadas as novas eleições que foram acordadas com a oposição. (E de que, como tal, tem este governo ainda o direito de se defender de, e reprimir, os insurrectos neonazis - que são, aliás, uma minoria, até mesmo na parte ocidental da Ucrânia.)

E, assim sendo, se quiserem Ianukovitch e o seu governo democraticamente eleito - e a maioria dos ucranianos que neles votaram - pedir a ajuda/protecção de forças militares russas e convidar as últimas para dentro do seu território, isso é algo de legítimo que estão a fazer, de acordo com as normas internacionais.

Tão legítimo, como é, para os países da OTAN, terem tropas estrangeiras dentro no seu território, se estas lá estiverem a convite dos governos locais democraticamente eleitos.

Fernando Negro disse...

"Ingerir", tal como eu o entendo, é estar a fazer, ou impor, algo, em território alheio, contra vontade de quem lá vive.

Se, o que se estiver a fazer, estiver a ser feito a pedido, ou por vontade, de quem lá vive, isso já não será estar a "ingerir" - mas antes, a fazer algo que quem vive nesse mesmo território alheio quer. (Ou seja, é um executar/cumprimento da vontade de quem lá vive.)

("Ingerir", tal como eu o entendo, é um sinónimo de se estar a "intrometer"...)

Desde que as acções que se pratiquem tenham o consentimento, e sejam feitas de acordo com a vontade, da pessoa alheia, não há nisso um problema.

É a mesma coisa que, quando se está em casa doutra pessoa e se faz algo nessa mesma casa...

(É uma questão de usar o senso comum, para perceber onde está a fronteira.)

Anónimo disse...

Olha, um sósia do Relvas!