quarta-feira, agosto 13, 2014

Ajuda humanitária ou intervenção militar ?


Depois de aturadas e difíceis conversações, as autoridades de Kiev deram luz verde a Moscovo para enviar ajuda humanitária para o leste da Ucrânia. Não obstante os acordos alcançados, fica sempre o receio de que Vladimir Putin envie “capacetes azuis” para a região e acabe por dividir o país vizinho.
Os analistas políticos russos são da opinião de que o envio de ajuda humanitária não irá contribuir para o fim da guerra entre as tropas ucranianas e os separatistas pró-russos.
Depois da ajuda humanitária russa, antes de tudo para o Donbass, chegarão observadores estrangeiros e verão o que aí realmente acontece”, declara Oleg Kudinov, presidente do Centro de Consulta Política, ao diário “Moskovskii Komsomolets”.
Segundo ele, a criação de corredores humanitários será seguida do envio de “capacetes azuis”: “se até ao outono Kiev não esmagar Donbass, terá lugar a divisão do país e a presença de capacetes azuis, e isso será por muito tempo”.
Na véspera, ao anunciar o envio de ajuda humanitária para o leste da Ucrânia, Vladimir Putin declarou que ela seria acompanhada de “escolta”, o que criou receios em Kiev.
Muito depende do que será mais importante: o “humanitário” ou a “escolta”. Se se tratar simplesmente de ajuda humanitária, não deverão surgir problemas. Se ela for acompanhada de homens russos armados, principalmente militares, o conflito aumentará de dimensões”.
O Kremlin, pela voz do seu porta-voz Dmitry Peskov, tenta acalmar os receios: “Ela será organizada pela Cruz Vermelha Internacional, mas será constituída por uma coluna russa que entrará no território ucraniano no lugar acordado com a parte ucraniana”.
Porém, os receios são grandes. Oleg Soskin, director do Instituto de Transformação da Sociedade de Kiev, sublinha: “Ele [Putin] não pode manifestar apoio aberto aos guerrilheiros, mas eles recebem armas russas, ele não pode continuar a fazer desse modo os fornecimentos”, por isso recorre à via humanitária.
Além disso, ele não exclui a possibilidade de que a coluna russa seja atacada e isso possa servir de pretexto para a intervenção militar directa do Kremlin.
Durante muito tempo, Kiev recusou essa proposta de Moscovo e só a aceitou depois de intensas consultas com os líderes da UE e dos EUA, fazendo destes garantes da sua integridade territorial.

Segundo as notícias publicadas, tudo ficou definido entre Putin e os dirigentes ocidentais, mas os receios continuam no ar. Depois de amanhã, o dirigente russo vai discursar na Crimeia perante os deputados do Parlamento russo: para anunciar novas conquistas ou para “apenas” reafirmar que “A Crimeia é nossa!”?

10 comentários:

Ricardo disse...

Gostaria de saber onde estão os 300 caminhões dos EUA ou da UE. Esses só sabem criticar, mas nada fazem por uma população que está sitiada, quase sem água e comida.

PortugueseMan disse...

Os analistas políticos russos são da opinião de que o envio de ajuda humanitária não irá contribuir para o fim da guerra entre as tropas ucranianas e os separatistas pró-russos.

Pois claro que não. Para chegarmos a essa conclusão não precisamos de nenhum analista político russo.

Agora o que esses analistas poderiam dizer é que a Ucrânia foi obrigada a aceitar a ajuda humanitária, porque não têm como impedir a entrada. Porque estão sem alternativas. Não conseguiram controlar as regiões separatistas em tempo útil e agora o Inverno está à porta. Aproxima-se a altura das negociações...

...Durante muito tempo, Kiev recusou essa proposta de Moscovo e só a aceitou depois de intensas consultas com os líderes da UE e dos EUA, fazendo destes garantes da sua integridade territorial...

Os EUA e UE não AVANÇAM com dinheiro na Ucrânia, que é o que eles mais precisam e MUITO e são estes que fazem garantia da integridade territorial??

Qual integridade? a Ucrânia já não é o mesmo país.

Que valor têm estas declarações?

absolutamente nenhumas.

A Ucrânia está sem dinheiro, independentemente de haver regiões separatistas ou não, vai ter que haver negociações e vai ter que negociar com a Rússia.

E vai ser nos termos desta.

N. Amorim disse...

Crimeia recebe o "invasor"
https://www.youtube.com/watch?v=Jm8alxD6YjI

no comments needed.

Anónimo disse...

Mas alguém duvida que se os Russos quisessem entrar na Ucrânia com homens e armas alguém os impediria?
Para quê estas insinuações torpes a propósito de uma atitude humanitária?
Ou só na UE e nos EU é que podem dar apoio humanitário?
Ridículo.
J.Corvo

Anónimo disse...

é só esperar algum tempo e o seu
blog vai estar cheio dos habituais
comentários de "Troll's" , dizendo o de sempre, que a atitude da Rússia é louvável, e que os maus são o outro lado. Como sigo este sitio desde longa dado a minha opinião é a seguinte, a politica do senhor mais rico da Europa(Putin) está a ficar muito perigosa, pois a tendência é para o mesmo tentar criar inimigos externos para depois (como manda o manual) se poder eternizar no poder, quem paga é a própria população. Ou seja nada de novo pois este utilização do poder na Russia sempre foi normal ao longo da sua Historia.

antónio m p disse...

Não tem receios (jornalísticos)de ter tantos receios (políticos)?

Unknown disse...

http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/08/alguns-indicadores-sobre-situacao-no.html?m=1

Anónimo disse...

sim... agora que a caravana humanitaria ja esta na ucrania todos temos a confirmação que os camioes
iam carregados de armas ate aos dentes. Eram bombas, metrelhadoras, armas de destruição em massa
inclusive nucleares com a mais alta e destrutiva tecnologia. Misseis para derrubar avioes cheios de civies inocentes.
Foi uma invasao sem treguas, os combates ferozes.
A poderosa e infame invasao russa filmada e registada por todas as televisoes do mundo e arredores foi rechaçada
pelos bravos herois da ucrania e da NATO.
Ou poderemos dizer ... os caes ladram mas a caravana passou

Unknown disse...

http://vineyardsaker.blogspot.com.br/2014/08/the-significance-of-russian-decision-to.html?m=1

Pippo disse...

Jonathan, parece que a hipótese 2 da sua publicação (http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/08/alguns-indicadores-sobre-situacao-no.html?m=1) poderá estar a confirmar-se.