O dia 1 de Abril está próximo, mas o caso é sério de mais para brincadeiras. Os dirigentes da Chechénia, república da Federação da Rússia, ameaçam fornecer armas ao México para reconquistar aos Estados Unidos a Califórnia, Iowa, Arizona, etc.
A
decisão de armar os separatistas pró-mexicanos, que já foi
aprovada pelo Parlamento da Chechénia, entrará em vigor se os
Estados Unidos fornecerem material de guerra letal à Ucrânia.
O
Kremlin tentou desvalorizar aquela decisão, frisando que os membros
da Federação da Rússia não têm direito de vender ou fornecer
armas.
“Essas
declarações não podiam ter sido acordadas com Moscovo... pois isso
é impossível segundo a nossa legislação actual”, comentou
Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.
Porém,
Dukuvakha Abdurakhmanov, presidente do Parlamento tchetcheno, volta a
insistir na proposta a despeito da opinião do Kremlin: “A
República da Chechénia não pode fazer isso, mas nós planeamos,
através da Duma Estatal e do Conselho da Federação, fazer o que o
Congresso dos EUA fez ao Presidente [americano]. Ninguém nos retirou
esse direito enquanto membro da Federação da Rússia”.
Escusado
será dizer que os deputados chechenos não podiam tomar semelhante
decisão sem a autorização do líder checheno Ramzan Kadirov, que
se afirma disposto fazer tudo o que Vladimir Putin quiser.
Os
deputados chechenos, na ânsia de agradar ao seu líder, não ficam
atrás dos seus colegas da Duma e do Conselho da Federação (câmaras
alta e baixa) da Rússia em relação ao Presidente Putin.
Uma
das últimas decisões dos membros da Duma foi pedir às autoridades
que abram um processo crime contra Jennifer Psaki, porta-voz da Casa
Branca, pois ela utilizou o termo “anexação” em relação à
Crimeia, o que constitui um um ataque à “integridade territorial”
da Rússia, o que actualmente é punido por lei neste país.
Este
tipo de decisões que, no caso da Duma Estatal, já deram azo ao
aparecimento de numerosas anedotas, mostram que se trata de órgãos
de poder completamente controlados pelo Kremlin e onde será
impossível chamar oposição aos deputados comunistas,
liberal-democráticos e russos justos.
Além
disso, esse tipo de “discussões” visam desviar a atenção das
pessoas dos problemas reais, tendo o mesmo objectivo a “ideologia
conservadora” que Putin tenta injectar na opinião pública russa.
Uma
das teses fulcrais é de que Moscovo é o centro da “conservação”
dos verdadeiros valores europeus, enquanto que a Europa Ocidental e
os Estados Unidos estão cada vez mais afogados na decadência e no
pecado.
Outra
das bandeiras é o combate contra o renascimento do nazismo na
Europa, tese cada vez mais acentuada à medida que se vão
aproximando as celebrações dos 70º aniversário da Segunda Guerra.
Alguns “antifascistas” russos já se lembraram de dar início a
uma campanha com vista a enviar “postais de felicitações pela
vitória” à chanceler alemã Angela Merkel, por esta se ter
recusado a visitar Moscovo a 9 de Maio, quando Putin tenciona
organizar mais uma grande parada militar.
Porém,
o porta-voz do Kremlin recusou-se a comentar a realização de um
congresso internacional de “forças conservadoras” em São
Petersburgo. Isso porque esse congresso, onde participaram conhecidos
dirigentes neonazis vindos da Alemanha, Bulgária, Grécia e Itália,
manifestou o seu apoio à política externa anti-ocidental do
Presidente Putin, incluindo a “anexação da Crimeia”.
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