Alexandre Prokhanov, um dos mais populares
rostos da actual propaganda do Kremlin
Evgueni
Fiedorov e Anton Romanov, deputados do partido “Rússia Unida”,
principal pilar político do Presidente Vladimir Putin, decidiram, na
terça-feira, pedir ao Procurador-Geral da Rússia, Iúri Tchaika,
que analise a legitimidade das decisões tomadas pelo Soviete de
Estado da União Soviética em 1991, nomeadamente as que dizem
respeito ao reconhecimento da independência da Letónia, Lituânia e
Estónia.
Nessa
altura, esse órgão e o Presidente da URSS, Mikhail Gorbatchov,
constituíam os poderes máximos na URSS.
Segundo
esses parlamentares “semelhantes decisões provocaram graves
prejuízos na soberania, inviolabilidade territorial, segurança do
Estado e capacidade de defesa do país, fizeram disparar os
mecanismos de desintegração de um Estado único”.
Quem
conhece minimamente os métodos e formas de tomada de decisão no
regime de Vladimir Putin, compreende perfeitamente que esta proposta
só podia aparecer graças a um sopro ou ordem do Kremlin, pois os
obedientes deputados russos da “Rússia Unida” não são
conhecidos pela sua ousadia em sectores tão sensíveis como a
política externa.
Pelos
vistos, Putin e a sua corte continuam a apostar nas ameaças, por
enquanto verbais, em relação aos três países do Báltico que
foram ocupadas pelo ditador José Estaline em 1939. Desta vez,
parecem ir longe demais, pois, como é sabido, esses países são
membros de pleno direito da NATO.
Por
isso, a iniciativa dos deputados deverá ser recusada pelo Ministério
da Justiça, o que parece ser o mais provável, mas a ameaça fica no
ar.
E,
depois de tiradas como estas, ainda há pessoas, dentro e fora da
Rússia, que ficam ofendidas com os receios manifestados pelos povos
da Letónia, Lituânia e Estónia face à ameaça de uma invasão de
tanques russos.
Uma
coisa é certa: a propaganda militarista, anti-ocidental e xenófoba
é uma realidade cada vez maior nos canais públicos de televisão
russos, o principal meio de informação da população do país.
Aqui
fica um exemplo. No passado 14 de Junho, Alexandre Prokhanov,
conhecido escritor e político nacional-comunista, forte apoiante da
política externa do Presidente Putin, declarou num popular programa
de televisão: “Eu considero que é melhor uma Terceira Guerra
Mundial do que uma “perestroika-2” [a “perestroika-1”
(reestruturação) constituiu o processo de reformas levado a cabo
por Mikhail Gobatchov entre 1985 e 1991]... Durante a “perestroika-2
perecerão a Rússia, a China e todo o resto do mundo...” .
Claro
que me podem dizer que se trata das palavras de um “louco
extremista”, mas a verdade é que a propaganda oficial está a
multiplicar rapidamente o número de pessoas que pensam dessa
maneira.
3 comentários:
Sr. Milhazes na Finlândia há sentimentos semelhantes, infelizmente, muito evidentes. Nato, Rússia, EUA, UE são td doidos e mercenários a soldo de interesses obscuros...
Cá estaremos para ver onde esta ´´ brincadeira`` de parte a parte vai dar.
Ricardo Fernandes
Com tantos lacaios por toda a Europa fica difícil haver suporte a Ucrania:
http://www.voxeurop.eu/pt/content/article/4839331-todos-os-amigos-de-putin
Prokhanov não é militante ou simpatizante do PNB, Partido Nacional Bolchevique? Coloca os ovos todos no mesmo cesto! Assim dá um acervo de radicalismo ao todos os comunistas. O ´J M é habilidoso.
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