terça-feira, julho 14, 2015

Fragmentos da memória: "Vinho do Porto" no País dos Sovietes

O "Portwein" foi talvez o "vinho" mais utilizado na era comunista na União Soviética (1917-1991) para não fazer pensar a classe operária, o campesinato e a intelectualidade. Não obstante o nome, esse veneno feito a martelo nada a tinha a ver com o vinho originário das encostas do Rio Douro, que só começou a chegar à URSS depois do 25 de Abril de 1974 graças aos esforços com vista a reforçar as finanças do Partido Comunista Português, embora, verdade seja dita, contribuiu também para o aumento das exportações portuguesas.

Não obstante a chegada do verdadeiro Porto da Real Companhia Velha à União Soviética (recordo-me bem do D. José- Ruby), ele não substituiu o "porto amartelado", porque o primeiro era bem mais caro. As massas continuaram a gostar da "bomba" "777" (também conhecido por três martelos), não obstante os seus efeitos. Por exemplo, provocava tais dores de cabeça no dia seguinte que só uma nova dose do mesmo veneno podia "curar". 
Frequentemente, o poder comunista não perdia tempo a engarrafar o "vinho" e este era vendido em cisternas.
Inscrição na cisterna "Portwein"


Claro que quando chegavam as cisternas, não se podia perder a oportunidade.

O que pensaria Lénine, cujo perfil se vê ao fundo, se estivesse vivo?


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