A 11 de Março de 1931, as autoridades soviéticas colocaram a
Bíblia entre os livros de “propaganda anti-soviética”, que ia contra as ideias
do marxismo-leninismo, e proibiram a sua venda e difusão na URSS. Porém, a
União Soviética desapareceu e o livro mais vendido do mundo voltou às
prateleiras das livrarias russas.
A difusão da obra básica das religiões judaica, muçulmana e
cristã, de numerosas culturas, tornou-se um crime punível com prisão. Segundo o
Código Penal da URSS de 1922, “a guarda ou impressão de literatura
anti-soviética” previa uma pena “nunca inferior a seis meses de prisão”, mas,
no de 1960, as penas tornaram-se mais precisas a nível temporal: “penas de
prisão de seis meses até sete anos ou exílio de dois a cinco anos”.
A perseguição contra as várias crenças religiosas começou
logo após o golpe de Estado de Outubro de 1917 (assim os bolcheviques
denominaram a sua revolução durante muitos anos). Milhares de templos cristãos,
hebraicos, muçulmanos, budistas foram
transformados em salas de reuniões do Partido Comunista da Rússia
(Bolchevique), de concertos – isto nos melhores dos casos -, ou em armazéns e
pocilgas.
Para pôr fim às ligações com o velho mundo, as autoridades
comunistas incentivavam também os cidadãos soviéticos a substituírem os seus
nomes tradicionais, na maior parte das vezes ligados a cultos religiosos, por
“revolucionários”, ou a dá-los aos seus filhos. Foi então que apareceram nomes
verdadeiramente extravagantes:
Algumas mulheres optaram pelo nome de “Noiavrina” – em honra
da revolução comunista russa que ocorreu a 7 de Novembro de 1917; “Avrora” – em
memória do cruzador que deu o tiro para o início do levantamento bolchevique;
outros soviéticos prestavam homenagem aos seus chefes “Vladlen” – formado da
junção do nome e alcunha revolucionária do dirigente comunista Vladimir Lénine;
“Lenguenmir” – abreviatura de “Lénine é o génio do mundo”; “Lemark” – junção dos
apelidos de Lénine e Marx; “Arvil” –
“Exército de Vladimir Lénine”; “Dzermen” – abreviatura dos apelidos dos dois
primeiros dirigentes dos serviços soviéticos: Dzerjinsk e Menjinsk; “Damir” – abreviatura russa de palavras de
ordem como “Viva a paz” ou “Viva a Revolução Mundial”; “KIM – Internacional
Comunista da Juventude”.
Estaline e alguns dos seus carrascos também ficaram
eternizados em nomes criados nessa altura: “Stalber” ou “Stalenberia” – junção
dos nomes de Estaline (Stalin em russo) e de Béria, chefe dos serviços secretos
soviéticos; “Staliv” – abreviatura de Estaline, Iossif Vissarionovitch.
Mas nem todos tinham sorte na escolha porque a conjuntura
política também mudava na URSS. Por exemplo, nomes como “Stalet” (Estaline,
Lénine e Trotski), “Trolebuzina” (Trotski, Lénin, Bukharin e Zinoviev) ou
“Trolen” (Trotski, Lenine) tinham de ser rapidamente alterados para os seus
portadores escaparem à acusação de simpatias ou ligações a “inimigos do povo”.
Não obstante, a moda da “mudança de nomes e apelidos” não
pegou totalmente e conservaram-se até aos nossos dias os nomes bíblicos
utilizados pelos russos e por outros povos da antiga União Soviética.
Emilian Iaroslavski, dirigente da União dos Ateus Combatentes
da URSS, não podia ser mais claro: “as massas operárias devem esmagar o
principal inimigo de classe que se esconde sob o manto religioso. Chegou a hora
de pôr fim aos padres, rabinos, mulás, pregadores de todo o tipo, feiticeiros,
bruxos e restantes parasitas que se escondem no corpo da URSS, mas, na
realidade, é a contra-revolução mais retrógrada que ainda não foi parar a
Solovkin…”
Solovkin foi o primeiro campo de concentração soviético
criado por Vladimir Lénine numas ilhas do Norte da Rússia onde se encontrava um
conhecido mosteiro ortodoxo.
Parafraseando Mikhail Bulgakov, que no seu imortal romance
“Mestre e Margarida” escreveu: “os manuscritos não ardem”, podemos dizer que há
obras que perduram a todos os regimes. A Bíblia está entre elas.
4 comentários:
Gostaria que tivesse a bondade de me esclarecer se "O ataque à religião" que V. Exa refere, contemplou a religião judaica, se a Tora foi também proibida, se as sinagogas foram fechadas e os praticantes perseguidos. Seria igualmente interessante saber a sua opinião sobre o papel da comunidade judia na revolução e implementação do Estado Soviético. Obg.
...ópio do povo...
Jorge Silva, a religião judaica não foi poupada. Aliás. nenhuma foi. Quanto à segunda questão, não apoio a tese de que a revolução foi obra de judeus e maçons, como defendem alguns.
A Revolução bolchevique foi uma empreitada 100% judaica. 100%.
Em primeiro lugar foram os banqueiros capitalistas judeus de Nova Iorque que financiaram tudo e delinearam todos os planos da revolução bolchevique.
Quem quiser negar isto permanecerá para sempre no obscurantismo e jamais entenderá o que passa hoje no mundo.
Mas esta malta consegue negar tudo. Até negam que hoje quem controla a maioria dos media e a grande finança são judeus.
https://firstlightforum.files.wordpress.com/2012/05/jews-behind-stalin.jpg?w=590
http://davidduke.com/wp-content/uploads/2014/02/communist-ussr.jpg
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Já sei a resposta: Oh ixo é anti-semitismo, e ódio pá!
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