Ouvintes concentrados
Implacável avozinha russa
O trio na rua à chuva
O trio luso-nipónico, constituído pelo pianista Pedro Emanuel Pereira, pelo violinista Álvaro Pereira e pelo violoncelista Makio Horie conquistaram, a simpatia e os aplausos dos melómanos russos com a sua mestria musical.
O trio luso-nipónico, constituído pelo pianista Pedro Emanuel Pereira, pelo violinista Álvaro Pereira e pelo violoncelista Makio Horie conquistaram, a simpatia e os aplausos dos melómanos russos com a sua mestria musical.
O
concerto destes três jovens músicos, realizado com o apoio do Instituto Camões
e a Embaixada de Portugal na Rússia, decorreu, no domingo ao fim da tarde, na bela
Sala Miguel Ângelo do Museu de Belas Artes Pushkin de Moscovo, um dos mais
conceituados da Rússia.
Na
primeira parte do concerto, o duo luso interpretou a Natureza morta para
violino e piano (1942) do compositor português Joly Braga Santos, a Sonata para
violino e piano, lá menor (1886) do compositor belga César Franck e a Sonata
Nº2 para violino e piano, lá maior, op.100 de Johannes Brahms.
Na
segunda parte, ao dueto português juntou-se o violoncelista japonês Makio Horie
para interpretarem o Trio Nº 3 para violino, violoncelo e piano, dó menor, op.
101 de Johannes Brahms.
A
julgar pela reação dos numerosos ouvintes, os jovens músicos mostraram um alto
nível de execução e uma maturidade caraterística de alunos que estão a terminar
os seus estudos nos dois maiores conservatórios russos: Moscovo e São
Petersburgo.
O
pianista Pedro Emanuel Pereira nasceu em 1990 em Guimarães. Depois
de estudar piano na Companhia da Música em Braga e na Academia de Música de
Guimarães, o músico ingressou no Conservatório de Moscovo, onde estuda no
quinto ano.
Paralelamente
aos estudos, Pedro Pereira atua em numerosos concertos, tendo obtido vários
prémios nacionais e internacionais: foi
vencedor por três vezes do Concurso Nacional de Piano “Florinda Santos” em S. João da Madeira,
obtendo ainda o 1º prémio nos concursos internacionais de piano “cidade do
Fundão”, “cidade de Vigo”, “cidade de Lleida” e “cidade de S. Sebastien”.
O
violinista Álvaro Pereira, também de Guimarães, estuda no 4º ano do
Conservatório de Rimski-Korsakov, em São Petersburgo.
Ao mesmo tempo, tem realizado concertos em várias cidades
russas e portuguesas. Álvaro e Pedro Emanuel atuaram no Paço dos Duques de
Bragança, no âmbito de Guimarães 2012 – capital europeia da Cultura.
A
única dissonância no concerto foi provocada pelo “zelo excessivo” das avozinhas
que guardam as salas do Museu Pushkin de Moscovo.
O
concerto deveria começar às 17 horas, mas sofreu um atraso de cerca de 45
minutos devido a uma forte tempestade que atingiu Moscovo. Mas como o museu encerra
às 19 horas, uma das velhotas decidiu, alguns minutos antes da hora de
encerramento, aproximar-se dos músicos e “aconselhar-lhes” a acabarem o
concerto o mais rápido possível.
“Pode
parecer incrível, mas tive de acelerar a interpretação da última peça”,
declarou à Lusa Álvaro Pereira.
Terminado
o concerto, os espetadores mal tiveram tempo para aplaudir ou dar os parabéns
aos músicos, pois um grupo de avozinhas, acompanhado por um polícia,
apressou-se a despejar a sala. Os cumprimentos e as entrevistas tiveram de
realizar-se na rua, onde chovia copiosamente.
4 comentários:
Tem um senão a noticia - os espetadores. Não concebo que houvesse lá alguém para espetar fosse o que fosse. Talvez para ouvir...mas esses eram os espectadores que tem a particularidade de o seu "C" não ser mudo e portanto não se perder nem nessa coisa aberrante a que chamam acordo ortográfico.
fm
"Terminado o concerto, os espetadores mal tiveram tempo"
Era uma tourada?
Ai, as babushki, as babushki... tststs
Parabéns aos actuantes (com C) :)
Falta de educação russa. Típica...
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