domingo, maio 07, 2006

Dínamo de Moscovo volta a ser derrotado


O Dínamo de Moscovo, equipa de futebol onde alinham os portugueses Costinha, Cícero, Danny, Derlei e Nuno, voltou a perder no campeonato, desta vez por 1-0 frente ao Spartak de Naltchik (Kabardino-Balcária). O golo decisivo foi marcado por Serdiukov aos 87 minutos de jogo.
Esta partida, onde dos jogadores lusos alinhou apenas Danny, foi a sétima derrota do Dínamo em oito jogos do campeonato, lançando esta equipa para o último lugar da tabela.
O sítio electrónico do clube - www.fcdinamo.ru - publica apenas um curto comentário a esta situação: "não se entende onde está a saída desta situação", mas o jornal electrónico gazeta.ru apresenta a saída mais provável, ou seja, a saída do treinador Iúri Siomin: "Todo o crédito de confiança tem limites. Mesmo o ilimitado. Siomin viu-se à beira do precipício e parece que a equipa está cheia de vontade de o empurrar. De outro modo, como explicar o facto de o jogo do clube estar cada vez mais desorganizado. Embora, teoricamente, tudo devesse ser ao contrário".
Segundo fontes do clube, a direcção do Dínamo prepara-se para fazer uma "limpeza do balneário". Dos jogadores portugueses só deverão ficar Derley e Danny. Além disso, também deverão ser dispensados Seitaridis (ex-Futebol Clube do Porto) e Enakarire (ex-Sporting).

4 comentários:

Anónimo disse...

Tanto expectativa e agora é isto... Em que lugar está o Dínamo ? Vai descer ? Tenho acompanhado o Blog. Está muito bem organizado.

Vostradong disse...

Ó Milhazes, diz lá o que é que achas que acontece com os tugas quando vão para aí!... Tens alguma teoria?

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Penso que não se trata de uma teoria, mas de uma explicação que advém da minha longa permanência na Rússia.
1) Os jogadores não faziam a mínima ideia para que país iriam jogar, tanto mais que não houve qualquer tipo de preocupação do empresário ou empresários em explicar-lhes isso. O principal para os jogadores era ir ganhar muito dinheiro e, para os empresários, receber grandes percentagens. Algumas das nossas estrelas julgavam brilhar rapidamente num campeonato que consideravam "de segunda", ser donos e senhores no balneário e no estádio. Nem sequer se dignaram pensar, por exemplo, que iriam ter de jogar no início do Inverno russo e no princípio da Primavera, quando os relvados são mais semelhantes a pantanais. Isto para jogadores que estão habituados a relvados que permitem jogo de boa técnica!
Os nossos empresários de futebol fizeram lembrar alguns produtores de calçado português que, no final dos anos 80 e princípios dos anos 90, consideraram ser possível escoar para a Rússia stocks que há muito tempo se encontravam a apanhar pó nos armazéns ou botas com tacões de cartão prensado que se desfizeram com as primeiras neves.
O resultado foi o descrédito da imagem do nosso calçado no mercado russo por longos anos.
Além disso, os jogadores portugueses e suas famílias não foram devidamente acompanhadas num país pouco conhecido como a Rússia. O Dínamo de Moscovo ofereceu grandes vivendas para os jogadores portugueses, mas longe do centro de Moscovo e afastadas umas das outras. Equipas como o Spartak de Moscovo ou o TSKA de Moscovo preocuparam-se em manter os seus jogadores estrangeiros mais perto uns dos outros e mais próximos do centro da capital russa.
Por estas razões, estou convencido que novos jogadores portugueses no mercado russo só para a segunda metade do séc. XXI. Melhor seria se me enganasse.

Miego Daradona disse...

Excelente explicação, permite perceber o porquê de uma situação a todos os títulos estranha.

Mas no entanto é curioso verificar que até jogadores com nacionalidades habitualmente mais propensas a dificuldades de adaptação parecem integrar-se melhor no futebol russo. Um bom exemplo são os brasileiros, existem vários nos últimos anos que tiveram histórias positivas na Rússia sendo que serão talvez um tipo de jogador ainda mais propenso a problemas não só com o relvado mas com o choque cultural. Provavelmente os seus clubes terão tido cuidados que o Dínamo não teve.

Existe outra verdade do futebol que o Dinamo desafiou: o excesso de jogadores de uma só nacionalidade costuma trazer problemas (Barcelona de Van Gaal, Sporting de Fernando Santos e Peseiro, etc).