terça-feira, maio 09, 2006

Putin condena nazismo e xenofobia no Dia da Vitória

O Presidente russo, Vladimir Putin, condenou o nazismo, o racismo e a xenofobia no Dia da Vitória, quando a Rússia comemora o 61º aniversário da vitória das tropas soviéticas sobre a Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (1941-1945).
"As forças que tentam levantar os prostados estandartes do nazismo e atiçar o ódio racial, o extremismo e a xenofobia, conduzem o mundo a um beco sem saída, a um derramamento de sangue sem sentido e à crueldade" - declarou Putin perante milhares de soldados e veteranos de guerra reunidos na Praça Vermelha de Moscovo.
O dirigente do Kremlin aludiu várias vezes nos últimos meses ao problema da crescente xenofobia na Rússia, fenómeno personificado em grupos de neonazis e "cabeças rapadas" que custou a vida de 14 pessoas este ano. São Petersburgo, terra natal do dirigente russo, tem sido um dos principais palcos de ataques racistas contra estrangeiros.
Poucas horas antes do Presidente russo discursar, foi tornada pública a notícia de que três operários uzbeques tinham sido assassinados nos arredores de Moscovo. Segundo as autoridades policiais, três homens armados abordaram os trabalhadores para exigir dinheiro. Quando lhes foi recusado, abriram fogo sobre os uzbeques.
Além do discurso de Putin, o ministro da Defesa, Serguei Ivanov, passou revista a vários regimentos das Forças Armadas, com cerca de 6.000 homens que desfilaram como nas tradicionais paradas militares soviéticas.
Onze aviões encarregaram-se de manter o céu de Moscovo limpo, utilizando reagentes químicos para não permitir que as nuvens chegassem ao centro da capital russa, enquanto que 15 mil polícias garantiram a segurança nas ruas.
Mais de cinco milhões de pessoas participaram nas cerimónias oficiais, comícios e outras actividades para celebrar o Dia da Vitória.
Para amanhã está marcada a leitura, por Vladimir Putin, da "mensagem sobre o estado da nação". Preparada no maior dos segredos, a leitura desse documento esteve marcada para 25 de Abril, mas foi adiada, porque, segundo a imprensa russa, o Presidente não gostou do texto, decidiu emendá-lo pessoalmente. Espera-se que o senhor do Kremlin se debruça principalmente sobre questões da política externa, não se esquecendo dos problemas internos.
A ideia central do discurso de Putin deverá consistir na aposta da Rússia no seu gás e petróleo como meios de recuperação do estatuto de superpotência e de modernização do país, bem como na apresentação de um programa ideológico para sua concretização

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