O Partido Nossa Ucrânia, do Presidente Victor Iuschenko, anunciou que as negociações para a formação de um novo Governo de coligação entre as forças aliadas durante a Revolução "Laranja" (2004) fracassaram por culpa do Partido Socialista.
"É de lamentar que as ambições pessoais de Moroz [dirigente do Partido Socialista] tenham frustrado as negociações. Consideramos que o Partido Socialista revela assim falta de responsabilidade perante o povo" - lê-se numa declaração publicada pela Nossa Ucrânia.
O dirigente socialista Alexandre Moroz, cujo partido obteve 5% nas eleições de Março passado, quer ocupar o cargo de Presidente da Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia, mas a Nossa Ucrânia pretende esse cargo para um dos seus líderes: Iúri Iekhanurov, actual Primeiro-ministro interino.
Iuschenko saiu em defesa deste esquema, sublinhando que a futura maioria parlamentar deve respeitar os resultados das eleições: "Isto significa que o Bloco de Iúlia Timochenko, que obteve mais de 22% dos votos, deve escolher primeiro os cargos, o de Primeiro-ministro ou de Presidente da Rada. O Partido Nossa Ucrânia, que teve cerca de 14%, deve ser o segundo a escolher e o Partido Socialista, com 5%, deve ser a terceira força a apontar as suas prioridades a respeito de cargos".
Iossif Vinski, um dos dirigentes socialistas, sublinha que não abandonam as negociações, mas mantêm a sua exigência.
Iúlia Timochenko, por seu lado, afirma que a recusa da Nossa Ucrânia de ceder a presidência da Rada aos socialistas é um pretexto para romper as negociações com os aliados e chegar a um acordo com o Partido das Regiões, de Victor Ianukovitch, ex-Primeiro-ministro pró-russo e rival de Iuschenko nas presidenciais.
O prazo para a formação do novo Executivo ucraniano termina a 27 de Junho. Se até essa altura não tiver sido nomeado o Primeiro-ministro, Iuschenko pode convocar novas eleições parlamentares, mas o Presidente recusa de todo este cenário, o que significa que espera ainda chegar a acordo
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