sábado, junho 03, 2006

Protestos contra manobras militares na Ucrânia



As autoridades ucranianas insistem na realização de manobras militares navais internacionais na Crimeia não obstante os protestos das forças de esquerda e pró-russas, que, na última semana, tentaram bloquear o desembarque de tropas e material de guerra norte-americanos naquela região do Sul da Ucrânia.
As manobras militares "Brisa Marítima", que se realizam na Crimeia desde 1997, provocaram sempre protestos das forças de esquerda e pró-russas. Porém, desta vez, a sua realização esbarra em protestos particularmente intensos. Por exemplo, a casa de repouso "Amizade", onde vivem 140 militares norte-americanos, foi bloqueada por manifestantes e o pessoal que aí trabalha cortou a canalização e esgotos em sinal de protesto.
Os adversários das manobras consideram que elas não receberam o aval da Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia, como exige a legislação ucraniana, mas Kiev responde que essa autorização será obtida no próximo dia 7, até porque as forças pró-ocidentais detêm a maioria nesse órgão legislativo.
Os manifestantes acusam o Governo ucraniano de querer integrar o país na NATO e criar bases militares na Crimeia, mas Kiev responde que as manobras "Brisa Marítima" nada têm a ver com a Aliança Atlântica e que, nelas, além de tropas dos EUA e da Ucrânia, participam também representantes da Turquia, Grécia, Macedónia, Geórgia e Espanha.
O Conselho Nacional para a Segurança e a Defesa da Ucrânia mantém a sua decisão de realizar as manobras militares e chama a atenção para o facto de nos protestos participarem cidadãos estrangeiros, principalmente russos.
"Se semelhantes factos ficarem provados, os cidadãos desses Estados serão deportados do território da Ucrânia" - ameaçou Vladimir Gorbulin, dirigente do Conselho Nacional para a Segurança e a Defesa da Ucrânia.
A Crimeia é um dos muito territórios disputados no antigo espaço soviético. Parte do Império Russo desde 1774, essa península foi oferecida à Ucrânia pelo dirigente soviético Nikita Khrutchov em 1954. Em 1991, aquando da desintegração da União Soviética, Moscovo reconheceu que esse território faz parte da Ucrânia, mas, na semana passada, alguns deputados da Duma Estatal (câmara baixa) do Parlamento russo propuseram a revisão desse acordo.

1 comentário:

Ibn von Faize disse...

acho muito curiosa esta mania que os antigos poderosos tinham de oferecer territórios!

Seria possivel voltar a esses tempos?

Seria tão bom poder oferecer Espanha ao Chirac... assim os franceses nao teriam de ir ao atol da Mororoa fazer testes radioactivos!