Representantes de várias confissões religiosas (ortodoxos, católicos, judeus e muçulmanos) reuniram-se, numa mesa redonda em Moscovo, para discutir as possibilidades que as novas tecnologias abrem às religiões.
Clérigos ortodoxos e católicos estiveram de acordo em que não é válida a confissão de pecados através da Internet.
"É impossível realizar a confissão através da Internet, porque se trata de um mistério da Igreja" - declarou Vladimir Viguilianski, porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa, reconhecendo, porém, que "se se olhar para a Internet como meio único de transmissão de informação, a comunicação com o sacerdote através do correio electrónico é um dos maiores êxitos das últimas décadas, através dele pode-se também encomendar orações".
Igor Kovalevski, porta-voz da Igreja Católica Russa, tem posição análoga: "Há casos em que o homem chegou à fé através da Internet, mas nós não praticamos a confissão com a ajuda desse meio".
Os clérigos abordaram igualmente a questão da atitude das confissões religiosas face aos "toques" e "imagens" de telemóvel.
"Se no telefone móvel for instalada uma imagem religiosa, seria incorrecto colocar o aparelho, por exemplo, entre restos de comida na mesa ou na casa de banho. Se a vizinhança for adequada, não há problema." - defendeu o padre Vselovod Tchaplin, vice-presidente da Secção de Relações Externas da Igreja Ortodoxa Russa, acrescentando que se trata de um tema novo e merecer ser objecto de discussão não só entre confissões cristãs, mas também entre religiões.
Igor Kovalevski defende que "tudo depende da intenção do utilizador", sublinhando que "frequentemente, o toque de melodias religiosas ou a colocação de imagens sacras no telemóvel ajudam o sentimento dos crentes, mas há exemplos com sinal contrário".
Chafig Pchikhatchov, director da Missão Islâmica Internacional, manifestou-se contra "o soar de melodias islâmicas religiosas em lugares inadequados" e defendeu que "os muçulmanos se devem reunir para analisar essa questão".
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