quinta-feira, agosto 03, 2006

Serviços de Segurança limitam a liberdade de movimentos na Rússia



O Serviço Federal de Segurança (FSB, ex-KGB) da Rússia alargaram as zonas fronteiriças nas quais a liberdade de movimentos é limitada a uma superfície quase equivalente à dos tempos da União Soviética.
Segundo o diário Kommersant, a zona fronteiriça, que era de cinco quilómetros de largura, passou, em certas regiões, para 30 quilómetros ou mais. No Distrito de Leninegrado (onde se encontra situada a cidade de São Petersburgo), uma cidade situada a 90 quilómetros da fronteira, na costa do Golfo da Finlândia, encontra-se também na zona restrita. Nessas áreas, o FSB, que está encarregado da guarda das fronteiras, “tem não só o direito de limitar os movimentos dos cidadãos , mas também de controlar toda a actividade económica”.
Os habitantes da região de Primorie (Extremo Oriente russo) não poderão aceder a certas zonas de veraneio nas costas do Mar do Japão sem autorização dos guardas-fronteiriços. Os russos terão de esperar dez dias por essa autorização, enquanto que os estrangeiros necessitam de 15. Quem for detido nessas zonas sem salvo-conduto, será multado.
Esta medida poderá afectar seriamente o turismo na região, pois nas regiões abrangidas pelas novas medidas do FSB encontram-se conhecidas zonas de veraneio e praias.
O deputado Boris Reznik, do Partido Rússia Unida (pró-Kremlin), qualificou essas medidas de segurança, aos microfones da rádio Eco de Moscovo, de “draconianas” e “injustificadas”.
Segundo o comunista Victor Iliukhin, chefe-adjunto da Comissão Parlamentar da Defesa, é necessário alargar a zona fronteiriça “de maneira selectiva”, nas regiões “que interessam aos contrabandistas e traficantes de droga” no Sul e no Extremo Oriente da Rússia.
Interrogado sobre estas suas iniciativas, Nikolai Patruchev, chefe do Serviço Federal de Segurança da Rússia, apenas acrescentou que “cada decisão será tomada de acordo com as autoridades regionais”.
O próximo passo poderá constituir a restauração de uma das mais tenebrosas práticas soviéticas, quando os estrangeiros não podiam sair da cidade em que residiam sem uma autorização dos serviços secretos.

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