quinta-feira, setembro 28, 2006

Magia de Nani vale ponto ao Sporting em Moscovo



Nenhuma das equipas impôs o seu jogo, pelo que o empate foi justo, o que coloca
a formação lisboeta no segundo lugar do Grupo B da Liga dos Campeões
O regresso do FC Spartak de Moscovo à Liga dos Campeões depois de uma ausência de três épocas e a pesada derrota frente ao Bayern de Munique (0-4) faziam prever uma entrada impetuosa da equipa russa no confronto com o Sporting. Tanto mais que o clube da capital russa defrontava em casa um Sporting que nunca tivera jogado em relva sintética na Liga dos Campeões e gozava do apoio quase total dos cerca de 45 mil espectadores. Mas o Spartak não entrou no jogo "a matar" e a táctica parecia ser a definida pelo treinador, Vladimir Fedotov: travar o ataque do Sporting e aproveitar as falhas dos leoninos para lançar contra-ataques. E falhou, ao empatar 1-1.
Os moscovitas não perderam muito tempo para aproveitar um erro grave dos lisboetas, nem lhes deram grandes possibilidades de adaptação ao relvado sintético. Aos 4 minutos de jogo, um descuido da defesa sportinguista permitiu a Boryantzev entrar na grande área e, sem qualquer tipo de oposição, bater para o fundo das redes. Ricardo nada podia fazer para travar a bola.
Este golo rápido do Spartak atordoou os jogadores leoninos, que tardavam a recuperar. A equipa do Sporting não conseguia organizar jogo, limitando-se a passes pouco eficazes na zona central do terreno. Só aos 16 minutos Nani, na marcação de um livre directo, quase surpreendia o guarda-redes polaco Kowalewski. Dez minutos depois, o mesmo avançado entrou rapidamente pela direita, cruzou para o centro da área com muito perigo, mas o guarda-redes do Spartak "tirou o golo" dos pés de Liedson.
A equipa russa parecia estar a cumprir à risca a táctica traçada por Paulo Bento para o Sporting: controlar os movimentos do adversário para não o deixar jogar . Além disso, os "vermelhos e brancos" utilizavam todas as falhas na defesa leonina para passar rapidamente ao contra-ataque. Aos 41 minutos, Boyarintzev entrou pela esquerda, rematou e só uma grande defesa de Ricardo impediu um dos melhores jogadores da noite de marcar o segundo tento.
As equipas foram para o balneário com um resultado que só convinha ao Spartak. Os jornalistas russos já esfregavam as mãos de contentes, pois não esperavam um Sporting tão desorganizado e ineficaz. Paulo Bento tinha de aproveitar o intervalo para fazer alterações na sua equipa, se queria anular a desvantagem do marcador. Por isso, substituiu o defesa direito Miguel Garcia pelo avançado Alecsandro.
Porém, o segundo tempo começou com uma nova ofensiva do Spartak, que parecia disposto a marcar mais um golo para resolver o desfecho do encontro. Aos 48 minutos, Ricardo faz a defesa da noite e salva as suas redes de um perigoso remate do avançado Pavlitchenko. O Sporting respondeu com um contra-ataque, Liedson passa por dois adversários e remata com perigo à baliza de Kowalewski.

Nani cumpre missão quase impossível

O Spartak continuava à procura do segundo golo e criou várias vezes perigo junto da baliza do Sporting, mas foi a equipa de Alvalade que marcou numa jogada rápida de contra-ataque. Aos 58 minutos, Liedson põe a bola nos pés de Nani, que aparecera no flanco direito, e este avançado leonino tirou do caminho o guarda-redes Kowalewski e, de um ângulo muito difícil, quase impossível, conseguiu atirar a bola para o fundo das redes.
Agora era a vez de o Spartak reagir e Boyarintzev quase surpreendia novamente Ricardo. Aos 80 minutos, Vladimir Fedotov, treinador da equipa moscovita, tentou dar a volta ao resultado, pouco conveniente para o Spartak, reforçando o ataque: substituiu Pavliutchenko por Abeye e Mozart por Rebko. Paulo Bento respondeu dois minutos depois fazendo entrar o médio João Alves para o lugar do avançado Djaló, que não estava na sua melhor noite.
Os russos avançaram no terreno e fizeram passar a equipa de Alvalade por momentos desagradáveis. Se não fosse a pontaria desafinada de Kovac, defesa do Spartak, o Sporting poderia ter saído do Estádio Olímpico Lujniki de Moscovo com uma derrota.
Os adeptos do clube moscovita não saíram dos seus lugares antes do apito final, pois esperavam que a onda ofensiva do Spartak terminasse num golo que aumentasse as possibilidades de o ver na segunda fase da Liga dos Campeões, mas as duas equipas acabaram por repartir pontos, um resultado justo, que reflecte o que se passou no relvado sintético.

1 comentário:

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

O Miguel não se encontrou com a Alina da Sibéria, saiu muito cedo do balneário e foi para o autocarro. Mas teve uma atitude muito simpática. Através da assessora do Sporting para a imprensa, entregou-me um autógrafo e uma camisola sua, que foi prontamente entregue à Alina. Cumprimentos.