terça-feira, setembro 19, 2006

Português acusado de pedofilia foi detido na Letónia




A polícia de Riga, capital da Letónia, deteve um cidadão português que utilizava crianças da cidade para fins sexuais. Segundo o diário letão Diena, o homem, de 29 anos, foi descoberto graças ao trabalho de um psicólogo que teria conseguido obter o depoimento de dois rapazes, respectivamente de oito e doze anos.
A detenção, que ocorreu no passado 1 de Junho, foi realizada por agentes de uma nova secção criada pela polícia de Riga para combater a prostituição. O detido visitava frequentemente a capital letã como turista, mas nunca se instalava em hotéis, preferindo alugar com antecedência apartamentos particulares. Ele encontrava as suas vítimas menores em cafés, estações ferroviárias e rodoviárias; regra geral, tratava-se de crianças de famílias necessitadas que pediam.
O presumível pedófilo, que continuará em prisão preventiva até ao fim da investigação em curso, que deverá terminar no final do ano, não tinha dificuldade em conversar com as crianças, porque domina o russo, língua falada pela maioria dos habitantes de Riga. Depois de entrar em contacto com os menores, o “turista” levava-os para locais desertos e, recorrendo à violência, violáva-os. Segundo a polícia, às vezes, ele “dava dinheiro” ou “oferecia gelados” às vítimas, mas, noutros casos, “nada dava às crianças”.
Ints Kuzis, chefe da Polícia Judiciária de Riga, afirma ter testemunhos de duas crianças, bem como “provas materiais encontradas num apartamento alugado pelo português”.
Sigita Pildava, funcionária das relações públicas da polícia, declarou que as autoridades já têm provas de que o português violou, pelo menos, dois rapazes e uma rapariga, todos menores, mas acrescenta que “esse número irá crescer”.
Os crimes sexuais tornam-se cada vez mais frequentes, mas as autoridades policiais de Riga consideram que “o caso do pedófilo português” é o mais mediático devido ao número de vítimas envolvidas. Fontes policiais letónias, contactadas pelo Público a partir de Moscovo, reconheceram que a investigação não pôs de lado a versão de que o detido possa estar ligado a redes internacionais de pedofilia.
“A situação com os crimes sexuais contra menores piorou seriamente depois da adesão da Letónia à União Europeia” – sublinha Sigita Pildava, explicando: “Deixou de ser necessário, para os cidadãos da UE, ter visto para entrar na Letónia, o que fez aumentar bruscamente o “turismo sexual”. Além disso, se antes, os turistas europeus podiam alojar-se apenas em hotéis, hoje têm possibilidade de alugar apartamentos particulares, o que dificulta o controlo por parte da polícia.
O presumível pedófilo poderá ser condenado a uma pena de prisão até oito anos.

1 comentário:

Arrebenta disse...

Os "lobbies" sórdidos que nos governam obtiveram, em Conselho de Ministros, mais uma vitória: doravante, coisas que incluam violação de menores, Neo-Casa Pias, tráfico de corpos, etc., só à porta fechada, e sem divulgação de nomes.
Acho bem: as pessoas sérias têm o direito de se divertir, em privado, sem verem imediatamente o seu nome enxovalhado na Praça Pública.
Suponho que a Lei seja retroactiva, pelo sorriso com que o Pedroso já se apresentou na Assembleia da República, o órgão -- relembra-se -- onde todos nós estamos legitimamente representados.