segunda-feira, setembro 11, 2006

Rússia envia tropas de engenharia para o Líbano


A Rússia vai enviar um batalhão de engenharia para o Líbano para participar na reconstrução das infraestruturas desse país do Médio Oriente, mas não participará nas forças de paz das Nações Unidas. Os engenheiros militares russos deverão chegar ao Líbano até ao fim do mês de Setembro.
Este anúncio foi feito pelo Presidente Putin com o ministro da Defesa russo, Serguei Ivanov (na foto), numa reunião convocada especialmente para o efeito. "Segundo cálculos prévios, o batalhão de sapadores e engenheiros será aquartelado fora da zona da operação de manutenção da paz. Nós não iremos participar na manutenção da paz, iremos, numa base bilateral, realizar a reconstrução de infraestruturas nas regiões que se encontram fora da realização da operação de manutenção de paz da ONU" - sublinhou Ivanov depois do encontro.
Os engenheiros e sapadores russos irão dedicar-se especialmente à reconstrução de pontes e estradas fora do corredor criado na fronteira entre o Líbano e Israel. "Isso é necessário para reconstruir o resto, visto que o país está praticamente todo despedaçado" - declarou Serguei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, que esteve recentemente em Beirute.
O Kremlin tem abordado com muito cuidado a possível participação de tropas suas num contingente de "capacetes azuis" das Nações Unidas. Ivanov explicou assim essa posição: "por enquanto, não está claro o estatuto das forças de manutenção da paz, os seus direitos, o que irão fazer no local e o seu mandato".
As causas reais desta inciativa parecem prender-se com o facto de Moscovo não querer ver tropas suas comandadas por oficiais estrangeiros numa missão de paz tão complicada como esta, bem como com o facto de pretender conservar o seu papel de país que mantém relações com Israel e o movimento islâmico Hazbolah, partes do conflito no Líbano.
O Kremlin teve capacetes azuis nos Balcãs e continua a ter na Ossétia do Sul e Abkházia, zonas separatistas da Geórgia. Em todos os casos, o comando dessas forças pertence a oficiais russos. Regularmente, as autoridades georgianas acusam os militares russos de serem "tendenciosos" e apoiarem os separatistas.

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