Ásia Central sem armas nucleares

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do Cazaquistão, Quirguízia, Tadjiquistão, Uzbequistão e Turcoménia, países da Ásia Central, assinaram uma declaração que proíbe a produção, aquisição e instalação de armas nucleares e de seus componentes na região, definindo também que a energia nuclear só poderá ser utilizada para fins pacíficos.

O documento foi assinado na cidade de Semipalatinsk, onde a União Soviética realizou numerosos ensaios de armas atómicas.

"A nova zona desnuclearizada na Ásia Central será diferente por diversas razões. Primeira, esta zona incluirá um Estado que, no passado, possuía armas nucleares[Cazaquistão]; segunda, será a primeira criada no Hemisfério Norte; terceira, trata-se de um acordo que une todos os cinco Estados da Ásia Central. E, finalmente, é a primeira zona desnuclerizada criada numa região que tem uma longa fronteira comum com dois Estados que possuem armas nucleares [China e Rússia] e abrange um área de 3 milhões e 882 mil metros quadrados" - lê-se num comunicado publicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Cazaquistão.

Kazimjokart Togaev, chefe da diplomacia cazaque, sublinhou que todo o urânio extraído no seu país será empregue apenas para fins pacíficos. Actualmente, o Cazaquistão é o terceiro maior produtor de urânio do mundo, depois do Canadá e da Austrália, mas, em 2010, espera passar a ser o primeiro.

Moscovo já saudou a assinatura dessa declaração. "Trata-se de um passo na direcção correcta, que poderá contribuir para o aumento da confiança e da estabilidade" - declarou Mikhail Kaminin, porta-voz da diplomacia de Moscovo.