terça-feira, novembro 07, 2006

A Atlantida vermelha emergirá um dia


Hoje, os comunistas celebram o 89º aniversário da revolução comunista de 1917, mais conhecida por Revolução de Outubro, que pôs fim à breve experiência democrática na Rússia, iniciada com a Revolução de Março.
Não obstante o falhanço da experiência comunista na Europa do Leste e União Soviética, os marxistas-leninistas continuam a sonhar.
Anatoli Lukianov, antigo dirigente comunista soviético que, em Agosto de 1991, traiu Mikhail Gorbatchov, declarou: “É verdade que, hoje, o nosso Estado socialista, o nosso socialismo soviético, tal como a Atlândida, afundou-se temporariamente. Estou perfeitamente convencido de que chegará a hora em que a Atlântida vermelha emergirá e as ideias do Grande Outubro serão novamente aceites”.
Lukianov, também poeta lírico, esqueceu-se de um pequeno pormenor ao fazer tão poética alusão: a lendária Atlântida nunca mais emergiu.
Guennadi Ziuganov, actual dirigente comunista russo, não tem pejo de recorrer ao imperialismo e nacionalismo russo para ganhar votos: “Nós reconstituiremos a potênca destruída e defenderemos todos os deserdados, nomeadamente defenderemos os interesses dos russos, que, hoje, se encontram numa situação tão terrível”.

5 comentários:

xatoo disse...

é espectacular esta ideia de que Guennadi Ziuganov traiu o outro,
em compensação, Mikhail Gorbatchev, financiado pelos americanos, e com Fundação dourada em São Francisco Califórnia, não deve ter traído ninguém, I presume,,,

Diogo disse...

E a verdade? Emergirá alguma vez?

O general Leonid Ivashov era o chefe do Estado Maior das forças armadas russas quando aconteceram os atentados de 11 de Setembro de 2001. Este militar, que viveu estes acontecimentos por dentro, oferece-nos uma análise muito diferente da dos seus colegas norte-americanos. Tal como o fez na conferência «Axis for Peace 2005», explica-nos que o terrorismo internacional não existe e que os atentados do 11 de Setembro foram uma montagem:

O que estamos a viver não é mais do que terrorismo manipulado pelas grandes potências e não existiria sem elas. Afirma que, em vez de fingir uma «guerra mundial contra o terrorismo», a melhor maneira de reduzir os atentados é restabelecer o direito internacional e a cooperação pacífica entre os Estados assim como entre os seus cidadãos.

A análise da essência do processo de globalização, e das doutrinas políticas e militares dos Estados Unidos e de certos países, prova que o terrorismo contribui para concretizar um domínio mundial e a submissão dos Estados a uma oligarquia global. Isso significa que o terrorismo não é um ente independente da política mundial mas simplesmente um instrumento, um meio para instaurar um mundo unipolar com um centro único de comando mundial, um pretexto para diluir as fronteiras nacionais dos Estados e instaurar o domínio de uma nova elite mundial. É precisamente essa elite que constitui o tema chave do terrorismo mundial, é o seu ideólogo e o seu «padrinho».


Se analisarmos neste contexto o que aconteceu a 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, podemos chegar à seguintes conclusões:

1 - Os organizadores dos atentados provêm dos círculos políticos e económicos que tinham interesse em destabilizar a ordem mundial e dispunham de meios para financiar a operação. Há que buscar as razões dos atentados na confluência de interesses do grande capital a nível transnacional e global, nos círculos que não estavam satisfeitos com o ritmo do processo de globalização ou a direcção que esse processo estava a tomar. A diferença em relação às guerras tradicionais cuja concepção é determinada por políticos e generais, é que neste caso os iniciadores foram os oligarcas e os políticos a eles submetidos.

2 - Somente os serviços secretos e os seus chefes actuais ou retirados – mas que continuam a manter influência nas estruturas estatais – têm a capacidade de planificar, organizar e dirigir uma operação de tal envergadura. Geralmente são os serviços secretos quem criam, financiam e controlam as organizações extremistas. Sem o apoio dos serviços secretos esse tipo de estruturas não poderia existir – e muito menos levar a cabo acções de tal envergadura dentro de países particularmente bem protegidos. Planificar e realizar uma operação desta escala é extremamente complicado.

3 - Osama Bin Laden e a «Al-Qaeda» não puderam ser nem os organizadores nem os executantes dos atentados do 11 de Setembro. Não dispunham da organização necessária, nem de recursos. Por conseguinte, houve que criar uma equipa de profissionais e os kamikazes árabes foram apenas figurantes para encobrir a operação.


Ver artigo completo AQUI

Flávio Gonçalves disse...

Olhe que pelo menos o Partido Comunista da Federação Russa modernizou-se, é coisa que o "nosso" PCP não fez.

Creio até que na festa do "Avante" são aceites todos os partidos comunistas do mundo - disse-me uma comuna há pouco tempo para justificar a presença das FARC - com excepção do PCTP/MRPP e do PCFR (ex PCUS).

http://admiravelmundonovo-1984.blogspot.com

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro leitor que assina com o pséudónimo de Sofocleto, eu costumo ler atentamente os artigos do general Leonid Ivashov (Ivachov) e devo reconhecer que são muito convincentes para os adeptos das teorias da conspiração...
Caro leitor Flávio Gonçalves, é verdade que o Partido Comunista da Federação da Rússia se modernizou, mas numa direcção muito estranha: reabilitou Estaline e misturou o estalinismo com ideologias da extrema-direita russa e internacional, onde estão presentes o nacionalismo mais cavernoso, o anti-semitismo, o racismo, etc. Eu diria que já se trata de nacional-comunismo.
Neste caso, a modernização significa retrocesso. Paradoxo! Só aparentemente.

Diogo disse...

«devo reconhecer que são muito convincentes para os adeptos das teorias da conspiração...»

A que teorias da conspiração se refere? Existem várias. Uma defende mesmo que foi Bin Laden o autor dos atentados! Mas é pouco plausível: não explica porque motivo a Força Aérea norte-americana não se mexeu para interceptar nenhum dos aviões sequestrados.