quinta-feira, novembro 16, 2006

"No Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da União Soviética


A Fundação Gorbachev acaba de lançar um livro importante para a compreensão da política soviética, entre o início da Perestroika (25 de Abril de 1985) e o fim da URSS (25 de Dezembro de 1991). A obra reúne um grande número de notas recolhidas pelos próprios assessores de “Gorbi” e aborda, muito resumidamente, Álvaro Cunhal, Moçambique, e, claro está, o comunismo.Álvaro Cunhal, que liderou durante décadas o Partido Comunista Português, é referido no livro – que tem como título “No Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da União Soviética” – num episódio acontecido em 31 de Março de 1988. Numa reunião entre Gorbatchev e Alexandro Natta, secretário-geral do PC italiano, este contou que, ao conversar com Cunhal, sentiu-se “como se estivesse a discutir com os seus camaradas nos finais dos anos 50 [do séc. XX]”.Anatoli Tchernaiev, Vadim Medveded e Gueorgui Chakhnazarov, assessores de Gorbatchov, foram os autores da notas e revelam, na obra, não serem observadores frios e imparciais das lutas a que assistiam nas sessões do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Tomavam-se decisões fulcrais para o seu país, no meio de um confronto entre os “conservadores”, que não aceitavam mudanças do tecido económico, político e social, e os defensores da perestroika (reestruturação), que exigiam mudanças no sistema comunista.As notas desses funcionários permitem penetrar no aparelho soviético e observar como nasceu e se desenvolveu a política da perestroika e da glasnost (Transparência), desencadeada por Gorbachev, e perceber como eram discutidos os problemas e tomadas as decisões.Para os ex-assessores de Gorbachev, “estes documentos acabam com mitos formados nos últimos anos, estereótipos fortes, conclusões injustas, tudo o que impede compreender, não só a inevitabilidade da Perestroika como também a verdadeira importância histórica”.A perestroika surge, no livro, como uma grande tragédia histórica. A tragédia reside no facto do país, que necessitava de mudança, se ter mostrado incapaz e impotente de gerir o seu passado.O livro aborda a forma como os soviéticos viam os aliados africanos, principalmente Moçambique. Na reunião do Bureau Político, 6 de Agosto de 1987, o dirigente soviético faz um balanço do encontro com Joaquim Chissano, Presidente de Moçambique.“Chissano é um erudito racional, ao contrário deMachel. A Etiópia, Angola e Moçambique são a nossa entrada em África. É preciso fazer cálculos a longo prazo”, disse Gorbatchov.

6 comentários:

Diogo disse...

Gorbachev?

Gorbachev, Maurice strong and Al Gore are referred to as "The Three Musketeers" of the environmental movement. It appears that the environmental situation is being used along with instilling the fear of biological warfare in order to further the one world agenda. Gorbachev states " The environmental crisis is the cornerstone for the New World Order" Maurice strong ( U.N. environmental leader ) was quoted as saying, " Isn't the only hope for the planet that the industrialized civilizations collapse? Isn't it our responsibility to bring that about?" James Garrison ( President of the Gorbachev Foundation ) says " we are going to end up with world government. It's inevitable... There's going to be conflict, coercion and consensus. That's all part of what will be required as we give birth to the first global civilization."

Diogo disse...

talvez o alinhado Gorbachev se engane:

Formação de uma Aliança Militar da Eurásia?

Desde Agosto de 2006 que a Rússia, a China, o Casaquistão, o Uzbequistão, o Tajiquistão e o Quirguistão têm efectuado conjuntamente manobras militares e exercícios anti-terrorismo. Estas operações foram supervisionadas pela Conferência Internacional de Xangai (SCO) e/ou Organização do Tratado de Segurança Colectiva (CSTO) (com o envolvimento da Comunidade de Estados Independentes (CIS). Estas manobras militares foram efectuadas na mesma altura em que o Irão esteve também envolvido em importantes manobras militares.

As manobras militares efectuadas na ex-União Soviética e na Ásia Central foram dominadas pela Rússia e pela China. Foram efectuadas sob o disfarce de combate ao "terrorismo, ao extremismo e ao separatismo". O terrorismo, o extremismo e o separatismo são áreas críticas de cooperação para todos os estados membros. Qual é a agenda oculta? Estarão estas manobras militares relacionadas com os preparativos dos EUA para a guerra?

O terrorismo, o extremismo e o separatismo são alimentados pelas operações dos serviços secretos anglo-americanos, que incluem sabotagem e ataques terroristas feitos por Forças Especiais. O incitamento de tensões étnicas, ideológicas e sectárias e as movimentações separatistas têm sido uma marca tradicional da estratégia anglo-americana no Médio Oriente, nos Balcãs, na Índia, no Sudeste Asiático, na ex-União Soviética e em África.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro leitor, com o pseudónimo de Sofocleto, é com atenção que leio os seus comentários, nomeadamente sobre as versões conspirativas.
Surpreende-me apenas uma coisa: a sua falta de atenção para com a história. Coloca a pergunta: formação de uma aliança militar da Eurásia? Eu seu que isso é um sonho dos "eurasistas russos",leia-se, anti-ocidentalistas, mas com poucas ou nenhumas probabilidades de se concretizar.
Imagina a China a participar numa aliança militar com qualquer outro país?
Pequim é suficientemente pragmático para não se deixar "atar as mãos" com acordos militares. A aproximação à Rússia e aos países da Ásia Central tem uma explicação: aproveitar as matérias-primas russas e de outros vizinhos: petróleo, gás, madeira, etc., etc. para o seu intenso desenvolvimento económico, bem como os espaços quase desabitados da Sibéria e Extremo Oriente russo para canalizar para aí a sua população excedente.

Diogo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Diogo disse...

«falta de atenção para com a história»

Veja o que diz um site de um think tank militar americano (Heritage Foundation):

Club for Dictators

Peter Brookes | June 12, 2006

Some see it as a NATO counterweight. Others call it a Club for Dictators -- or at least near-dictators. Some consider it an anti-American stalking horse for Chinese and or Russian hegemony, with the potential to become "OPEC with nukes."
Whatever: The Shanghai Cooperation Organization (SCO) -- a so-called "anti-terrorism, anti-separatism, anti-extremism" grouping, including China, Russia, Kazakhstan, Kyrgyzstan, Uzbekistan and Tajikistan, which holds its fifth annual meeting this week -- definitely reeks of trouble for Uncle Sam.

Start with this: The "anti-terrorism" SCO has given observer status to Iran, the world's top state sponsor of terrorism -- including an annual convention of just about every terror group on the planet.

Then consider the wider strategic implications. Beijing and Moscow are using the SCO as a tool to eliminate U.S. influence in the Eurasian heartland -- the home to half the world's population, a key front in the War on Terror and the location of key world energy supplies.

Diogo disse...

Milhazes, talvez você não esteja suficientemente informado:

No Wikipedia:

Grigory Logninov claimed in April 2006 that the SCO (Shanghai Cooperation Organization) has no plans to become a military bloc; nonetheless he argued that the increased threats of "terrorism, extremism and separatism" make necessary a full-scale involvement of armed forces.

There have been a number of SCO joint military exercises: The first of these was held in 2003, with the first phase taking place in Kazakhstan and the second in China.

On a larger scale, but outside the SCO framework, the first ever joint military exercise between the China and Russia, called Peace Mission 2005 started on August 19, 2005. Following the successful completion of the Sino-Russian military exercises, Russian officials have begun speaking of the SCO taking on a military role and of India also joining these exercises in the future.

The next joint military exercises are planned for 2007 in Russia, near the Ural Mountains and close to Central Asia, as was agreed upon on April 2006 at a meeting of SCO Defense Ministers. Air forces and precision-guided weapons are likely to be used. Russian Defense Minister Sergei Ivanov said that the exercises will be transparent and open to media and the public.

The next meeting of Defense Ministers is planned for 2007 in Kyrgyzstan.