domingo, dezembro 10, 2006

Pianista português interpreta Schostakovitch e Lopes-Graça em Tallinn e Moscovo


Na foto: o pianista Filipe Pinto-Ribeiro e Evgueni Muravitch, o meu mais "perigoso" concorrente", apanhados "em flagrante" pela minha câmara depois do jantar no café "Elefant".

O Schostakovitch Ensemble, sob a direcção artística do pianista português Filipe Pinto-Ribeiro, realizou vários concertos em Tallinn e Moscovo, respectivamente capitais da Estónia e Rússia, a fim de assinalar os centenários de Dmitri Schostakovitch (1906-1975) e Fernado Lopes-Graça (1906-1994).

O concerto na Estónia foi organizado pela empresa Eesti Kontsert, pela Embaixada de Portugal em Tallinn e pelo Instituto Camões. Na capital russa, a iniciativa pertenceu à Embaixada de Portugal em Moscovo, Instuto Camões e Biblioteca Estatal Russa para Literatura Estrangeira.

Na sala de concertos Estónia, uma das melhores e mais belas do Norte da Europa, Filipe Pinto-Ribeiro, acompanhado pela violionista russa Tatiana Samouil e pelo violoncelista russo Pavel Gomziakov, interpretaram a Sonata para Violoncelo e Piano Opus 40 (1934), Sonata para Violino e Piano Opus 134 (1968) e Trio Nº 2 para Piano, Violino e Violoncelo Opus 67 (1944) de Dmitri Schostakovitch, bem como obras de Fernando Lopes-Graça: Página Esquecida para Violoncelo e Piano Opus 80 (1955) e Galope para Violino e Piano (1941).

Na capital russa, o reportório foi praticamente o mesmo, devendo salientar-se que ambos os espectáculos tiveram uma boa afluência do público.

“Um concerto muito bom. Este trio de jovens deveria manter-se na realização de novas iniciativas, pois é excelente a comunicação entre os seus membros. Talvez porque os três músicos tenham saído da escola musical russa” – declarou Liudmila Roschina, professora de piano do Conservatório Tchaikovsky de Moscovo, à Lusa, depois do concerto.

Filipe Pinto-Ribeiro doutorou-se e Pavel Gomzkiavov e Tatiana Samouil diplomaram-se no Conservatório da capital russa, uma das mais conceituadas escolas musicais do mundo.

É pouco frequente a interpretação de obras de compositores clássicos portugueses na Estónia e na Rússia. No primeiro país, tratou-se da estreia absoluta de Lopes-Graça. Quanto ao segundo, em 1969, o grande violoncelista russo Mstislav Rostropovitch interpretou o Concerto de Câmara para Violoncelo, encomendado a Lopes-Graça pela União Soviética.


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