A visita do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, a Atenas, que começou ontem, irá ficar marcada pela assinatura de um acordo entre a Rússia, a Bulgária e a Grécia sobre a construção de um novo oleoduto que transportará petróleo russo para a Europa Ocidental. Este pipe-line deverá compensar as limitações impostas pela Turquia à passagem de petroleiros pelos seus estreitos entre os mares Negro e Mediterrâneo e diversificar as vias de exportação do petróleo russo.
O acordo será assinado numa cimeira de dirigentes dos três países, a realizar em Atenas.
Serguei Narichkin, vice-primeiro-ministro da Rússia, declarou que a construção do oleoduto, cujo projecto foi discutido durante 15 anos, deverá começar no início de 2008 e estar pronto um ano depois. O petróleo será transportado em petroleiros do terminal de Novorossiski para o porto búlgaro de Burgas (ambos os portos ficam situados no Mar Negro) e daí para a Europa Ocidental através de um oleoduto que atravessará a Bulgária e Grécia. A capacidade anual de transporte deste novo tubo será de 30 a 50 milhões de toneladas de crude.
A empresa que concretizará este projecto, que custará cerca de 800 milhões de euros,
será controlada pela Rússia, com 51% das acções do pipeline, enquanto a Bulgária e a Grécia controlarão 24,5% cada uma.
Os analistas são unânimes em ver na construção do novo oleoduto uma vitória da diplomacia económica russa.
“O novo oleoduto garantirá a exportação sem problemas de petróleo russo para a Europa” – considera Valeri Nesterov, analítico da empresa “troika Dialog”, sublinhando que o novo tubo “terá uma capacidade semelhante à que é transportada através da Bielorrússia”.
O oleoduto que liga a Rússia à Europa Ocidental através da Bielorrússia tem uma capacidade de transporte de 80 milhões de toneladas por ano. Porém, no início do ano, devido a divergências entre Moscovo e Minsk quanto ao preço do trânsito do crude através do oleoduto “Drujba” que atravessa o território bielorrusso, as autoridades russas “fecharam as torneiras”, o que provocou sérias preocupações na Europa Central e Ocidental. O novo oleoduto constituirá uma alternativa.
Além disso, Nesterov chama também a atenção para o facto de o novo oleoduto diversificar as vias de exportação do petróleo russo e torná-la menos dependente da Turquia, que, nos últimos anos, impôs uma série de limitações à passagem de petroleiros pelos estreitos que ligam os mares Negro e Mediterâneo.
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