quarta-feira, julho 25, 2007

Livros importantes sobre a Rússia



A publicação em português de duas obras importantes sobre a situação na Rússia obriga-me a suspender temporariamente o silêncio imposto por umas curtas férias.

Começo por falar de "A Rússia de Putin", o último livro escrito pela jornalista russa Anna Politkovskaya antes de ter sido assassinada a tiro a 7 de Outubro do ano passado. Até hoje os autores do crime não foram encontrados, o que levou a oposição russa a apontar o dedo acusador para o Kremlin de Moscovo. Enquanto os criminosos não forem julgados e condenados, o Presidente Vladimir Putin continuará a ser olhado como o responsável político por um dos actos mais selvagens contra a liberdade de expressão da Rússia.

Pode-se não se estar de acordo com todas as ideias e opiniões de Anna Politkovskaya, mas elas incomadaram de tal forma algumas pessoas que estas foram cobardes ao ponto de a mandar assassinar. Este crime é mais uma prova a favor da verdade apresentada no livro por esta jornalista russa.

O livro "A Rússia de Putin" foi editado em português pela Pedra da Lua e merece uma leitura atenta de todos aqueles que se interessam pela actual situação na Rússia.


A segunda obra: "Terror na Rússia", da autoria de Alexander Litvinenko e Yuri Felshtinsky, foi publicada pela Porto Editora. Escrita por um antigo agente secreto russo envenenado no ano passado em Londres e por historiador russo emigrado nos Estados Unidos, esta investigação mostra as vias, a maioria das quais ilegais e sangrentas, utilizadas pelos serviços de segurança da Rússia para eleger Putin, antigo coronel desses serviços, para o cargo de Presidente da Rússia e tomar o poder total e absoluto no país.

Os serviços secretos russos nunca explicaram cabalmente a autoria de alguns dos maiores atentados terroristas na Rússia, enquanto que os autores do livro apresentam argumentos sérios e importantes que levam a pensar que esses serviços estiveram por detrás desses actos que provocaram centenas de mortos e feridos.

6 comentários:

Unknown disse...

Caro José Milhazes, leio atentamente o seu blog e como russo sempre me deu um grande prazer ver o seu interesse pela Rússia e a sua cultura, mas nos seus utimos blogs não me deixo de espantar pelas suas avaliacões da situacão actual na Rússia. Primerio de todo não creio que seja correcto dizer que o reigme de Putin seja absulotista, mesmo que hajam certas brechas. Afinal, sempre há mais liberdades do que na União Sovietica e para repor a ordem e levantar a economia há que sacrificar certas coisa e eu personalmente não considero melhor o tempo de Yelsin, quando o país era roubado, os ordenados não eram pagos, etc.... Sobre Litvinenko e Politkovskaya: eles não eram figuras de tal clase para que o governo tivesse interese em os eliminar, a a fim de todo, quem beneficio da sua morte for os enimigos da Rússia e não o reigme de Putin, já que estivesem eles vivos niguem falaria deles.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Andrey, é uma satisfação particular saber que entre os meus leitores estão russos e recebo de bom grado as suas críticas, porque escrevo sobre a Rússia, a sua casa.
Estou em parte de acordo com as suas opiniões, mas deixe-me fazer algumas observações.
Começo pelo fim. Eu não escrevi que tenha sido pessoalmente o Presidente Putin o autor moral ou material dos crimes descritos nos dois livros, mas continuo a achar muito estranho que não seja possível esclarecer a autoria da maioria desses crimes. Seria do interesse de Vladimir Putin que fossem encontrados os criminosos, não é assim?
Quanto às liberdades, ninguém, nem mesmo os autores do livro, considera que actualmente na Rússia haja menos liberdades do que durante a União Soviética. O que a mim me preocupa é que, neste campo, a situação se torna cada vez mais sufocante e pesada. Neste campo, deposito grandes esperanças na Internet, como meio contra novos "muros de Berlim".
Quanto "aos sacrifícios para impôr a ordem e levantar a economia", seriam justificados se tal coisa estivesse realmente a acontecer.
Como pessoa que vive há trinta anos da Rússia e gosta desse país e do seu povo, preocupa-me o facto de tanto a ordem, como o levantamento económico serem um tanto ao quanto duvidosos.
Será que depois da chegada de Vladimir Putin ao Kremlin, juntamente com milhares e milhares de pessoas saídas dos serviços secretos russos e soviéticos, a corrupção diminuiu? Será que a economia russa está realmente a reanimar-se ou tudo não passa de um momento rico efémero devido ao aumento do preço do petróleo nos mercados internacionais? Estamos a observar um renascimento técnico-científico ou a gastar as últimas reservas do passado?
Num mundo global, à Rússia resta muito pouco tempo para conseguir apanhar o "comboio do progresso científico" e o país arrisca-se a perder definitivamente essa fundamental corrida.
É verdade que em Moscovo, São Petersburgo e em algumas outras cidades da Rússia, os sinais descaradamente ostensivos de riqueza, podem levar a pensar que o país se está a transformar num "paraíso terrestre". Para alguns, realmente chegou o "comunismo", a tal sociedade onde se faz o que se pode e se recebe o que se quer.
Mas a Rússia é muito mais do que esse reduzido número de cidades. Olhe-se para aldeia, para o campo russo! Não sou eu que digo que a vodka afoga a província russa, mas escritores como Rasputin. Acredita, caro Andrey, que a Rússia poderá ser um país próspero, deixando no séc. XIX as suas zonas rurais?
Caro Andrey, se alguma coisa está a mudar nas minhas ideias, isso apenas se deve ao pessimismo cada vez maior que me invade sobre o futuro da Rússia.
Espero, para bem dos habitantes de toda a Rússia, que me engane nas análises. No fim de contas, sou jornalista e não adivinho ou bruxo. Um grande abraço

Anónimo disse...

A verdade é que já estava interessada em ler o segundo livro de que fala e acho que agora ainda fiquei mais...

Diogo disse...

«Começo por falar de "A Rússia de Putin", o último livro escrito pela jornalista russa Anna Politkovskaya antes de ter sido assassinada a tiro a 7 de Outubro do ano passado. Até hoje os autores do crime não foram encontrados, o que levou a oposição russa a apontar o dedo acusador para o Kremlin de Moscovo»

e,

«A segunda obra: "Terror na Rússia", da autoria de Alexander Litvinenko...Escrita por um antigo agente secreto russo envenenado no ano passado em Londres e por historiador russo emigrado nos Estados Unidos, esta investigação mostra as vias, a maioria das quais ilegais e sangrentas, utilizadas pelos serviços de segurança da Rússia para eleger Putin, antigo coronel desses serviços, para o cargo de Presidente da Rússia e tomar o poder total e absoluto no país.

Milhazes, é raro ver tamanha devoção à Rússia e à verdade como nos seus escritos. Para quando é que temos um Bush ou um Blair à frente dessa grande nação? A democracia grita desesperadamente por eles!

xana disse...

A proposta de um Bush ou um Blair para a Rússia só pode ser um piada de mau gosto...
:(

Anónimo disse...

Boa tarde..

Tenho milhares de livros de todos assuntos da na lingua Russa, se alguém estiver interessado.

meu email: anafla20@hotmail.com

sou de Campinas/Sp.

obrigada