domingo, agosto 26, 2007

Mais um caso de envenenamento?


O dirigente comunista e antigo oficial dos serviços secretos soviéticos, Pavel Bassanets, receia ter sido alvo de uma tentativa de envenenamento devido às críticas dirigidas ao Presidente Putin, segundo declarações prestadas à rádio Eco de Moscovo.
Bassanets tornou-se conhecido na Rússia quando, no ano passado, durante os festejos do aniversário dos serviços secretos russos na Lubianka, sede desses serviços em Moscovo, acusou o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, também antigo agente dos serviços secretos, de ter "traído a honra de oficial, o seu juramento e o seu povo".

Bassanets declarou à Rádio Eco de Moscovo que, há cerca de duas semanas, se sentiu muito mal e teve de ser hospitalizado de urgência.

"Durante a noite, fui afectado por um edema da garganta e de manhã, quando acordei, tinha o corpo coberto de bolhas. Três dias depois, os braços e pernas incharam, o número de bolhas continuava a aumentar, a febre aumentava", contou o antigo agente secreto, acrescentando que "não obstante todos os sintomas de reacção alérgica, não foi detectado nenhum agente alergéneo".
O médico que trata Bassanets, citado pelo site na internet da oposição russa kasparov.ru, considera que "o principal diagnóstico é envenenamento com uma substância desconhecida".
"Não posso afirmar com certeza a causa disso, apenas posso supor que esteja ligada às ameaças que me foram feitas devido à minha actividade", declarou Bassanets, acrescentando que "agora, apenas como em casa e fora dela, só bebo água".
O antigo agente secreto sublinhou que recebeu ameaças não só dos seus colegas dos serviços secretos, mas também dos camaradas comunistas, que consideraram que ele tinha feito "declarações inaceitáveis em relação ao Presidente".

Os serviços secretos soviéticos e russos têm uma grande tradição de emprego de venenos para neutralizar "agentes traidores" e adversários políticos. A última operação do tipo conhecida ocorreu em Novembro do ano passado: Alexandre Litvinenko, antigo oficial dos serviços secretos russos refugiado em Londres, foi envenenado com polónio. As autoridades britânicas acusaram antigos colegas de Litvinenko de terem realizado a acção da sua liquidação física, exigiram a sua extradição da Rússia, mas o Kremlin recusa-se a entregá-los.

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