terça-feira, novembro 13, 2007

Eleitores indiferentes à campanha eleitoral


Os eleitores russos revelam indiferença face à campanha eleitoral no país, considerando que o resultado do escrutínio está predeterminado.
No dia 02 de Dezembro, os russos irão às urnas para eleger 450 deputados da Duma Estatal (câmara baixa) do Parlamento da Rússia.
Segundo dados da agência TNS Gallup Média, os debates eleitorais no primeiro canal da televisão, transmitidos entre as 07 e 08 horas da manhã, são vistos por 16 a 20% dos telespectadores e o rating é de 1,5 %, o que fica muito aquém dos índices diários médios do canal. No canal Rossia, que transmite os debates eleitorais entre as 22.50 e as 23.30, o rating é de cerca de 03 % e no canal TVTS, entre as 17.30 e 18.00) o rating é inferior a 01 %.
Nas eleições parlamentares anteriores, realizadas em 2003, o rating dos debates eleitorais foi, em média, de 06 a 07 %.
“Preocupa-me muito o facto de os debates televisivos não despertarem grande interesse” – declarou Vladimir Tchurov, presidente da Comissão Eleitoral Central da Rússia.
“Não se pode ficar surpreendido se os telespectadores não vêem os debates políticos ou preferem programas mais alegres do que conversas sobre política se os debates são transmitidos de manhã cedo ou à noite, tarde” – considera Anton Orekh, jornalista da rádio Eco de Moscovo.
“Quem participa nos nossos debates? Peixe podre. Políticos estranhos que representam partidos que, por sua vez, não se sabe bem quem representam, com popularidade situada na margem de erro estatística” – continua ele.
“O partido fulcral (Rússia Unida) não participa nos debates. Mas também nesse partido não há estrelas... mas apenas um homem que é a estrela única e incomparável do nosso universo político (Putin)” – frisa Orekh.
“Qualquer espectáculo tem interesse se tiver intriga, viragens inesperadas e um resultado desconhecido. Alguém pode dizer que o resultado das nossas eleições é imprevisível? Haverá nisso a mais pequena intriga?” – pergunta o jornalista.
A rádio Eco de Moscovo foi à era soviética buscar uma anedota para definir a actual campanha eleitoral na televisão russa: “O telejornal é constituído por notícias sobre Leonid Brejnev (dirigente soviético) e dois minutos para o boletim meteorológico”.
Segundo esse órgão de informação, hoje é apenas necessário “substituir o nome de Brejnev pelo de Putin”.
Segundo um estudo do Levada Tsentr, a campanha eleitoral é “seguida atentamente” por 13 % dos eleitores, enquanto que 34 % “não presta atenção alguma”.
Entretanto, os partidos da oposição ao Presidente Putin queixam-se das dificuldades que lhes são criadas durante a campanha eleitoral. A União das Forças de Direita apresentou hoje uma queixa na Procuradoria-Geral da Rússia, onde denuncia a pressão e perseguições da polícia em relação a essa força política.
“O carácter massivo das acções da polícia numa grande quantidade de regiões permite afirmar que se trata de pressão planeada e consciente da parte da direcção do Ministério do Interior sobre um partido político” – lê-se na queixa.
As sondagens continuam a dar uma maioria à Rússia Unida.
Segundo um estudo realizado pela Fundação Opinião Pública, o partido dirigido por Putin obterá 53 %, o Partido Comunista conseguirá 09 por cento e o Partido Liberal Democrático – 07 %. As restantes oito forças políticas não deverão superar a barreira dos 07 %, que permite eleger deputados.
Uma sondagem realizada pelo Centro Nacional de Estudo da Opinião Pública mostra que a Rússia Unida conquistará 57 %, enquanto que o Partido Comunista terá 7,7 % e o Partido Liberal Democrático – 07.
Segundo este estudo, também os restantes oito partidos não superarão a barreira dos 07 %.


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