Na véspera de 09 de Maio, estava a ler o bissemanário "Novaya Gazeta" e deparei com um poema de Ion Degen, judeu soviético, que combateu como tanquista na Grande Guerra Pátria contra o nazismo alemão.
O poema foi escrito durante a sanguinária, mas não foi bem recebido pela crítica literária e política de então.
Gostei tanto deste poema, que arrisquei-me a traduzir para que os meus leitores o possam também conhecer. Como nem sou poeta, nem traduzo profissionalmente poesia, peço desculpa pelas rima e métrica imperfeitas, mas não resisti à tentação. Trata-se de um forte retrato da guerra.
que na agonia final jazes,
não chames pelos teus amigos em vão.
Talvez seja melhor que aqueça,
no teu sangue quente,
a palma da minha mão.
Não chores, não gemas,
não és uma criança,
já não estás ferido, mas, sim, morto.
As tuas botas, terei de te descalçar,
como recordação,
pois ainda temos muito de avançar."
O poema foi escrito durante a sanguinária, mas não foi bem recebido pela crítica literária e política de então.
Gostei tanto deste poema, que arrisquei-me a traduzir para que os meus leitores o possam também conhecer. Como nem sou poeta, nem traduzo profissionalmente poesia, peço desculpa pelas rima e métrica imperfeitas, mas não resisti à tentação. Trata-se de um forte retrato da guerra.
"Camarada meu,
que na agonia final jazes,
não chames pelos teus amigos em vão.
Talvez seja melhor que aqueça,
no teu sangue quente,
a palma da minha mão.
Não chores, não gemas,
não és uma criança,
já não estás ferido, mas, sim, morto.
As tuas botas, terei de te descalçar,
como recordação,
pois ainda temos muito de avançar."
5 comentários:
Palavras que retratam o pior da guerra.Muito profundas e eloquentes, que aterrorizam quem já conheceu a guerra.
Caro Fr ancisco, é verdade, quando leio este poema recordo-me de alguns quadros de Goya.
Um combate à resignação. A vida continua. Não podemos refazer a realidade. A esta a leitura que eu faço do poema.
Um grande abraço,
Saudações com um copo de vinho Porto.
Um combate à resignação. A vida continua. Não podemos refazer a realidade. É esta a leitura que eu faço do poema.
Um grande abraço,
Saudações com um copo de vinho Porto.
lindo
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