Os rendimentos dos funcionários públicos corruptos na Rússia correspondem a cerca de um terço do Orçamento de Estado, declarou hoje Vassili Piskariov, alto funcionário do Comité de Investigação da Procuradoria-Geral russa.
“Os rendimentos dos nossos funcionários públicos provenientes da corrupção constituem, segundo os peritos, cerca de um terço do Orçamento nacional”, afirmou Piskariov, acrescentando que “anualmente, os empresários gastam 33 mil milhões de dólares em subornos aos funcionários públicos.Além disso, três mil milhões de dólares são gastos em subornos de nível local”.
Piskariov acrescentou que “a Rússia encontra-se no 71º lugar quanto ao nível da corrupção, partindo das avaliações da população”.
"Esse facto mostra o alto nível desse tipo de crimes como a corrupção no nosso país”, sublinhou.
Dados do Comité de Investigação da Procuradoria-Geral da Rússia mostram que “no primeiro trimestre do ano corrente, foram registados mais de 14 mil de crimes de corrupção, ou seja mais 10 por cento do que em igual período do ano passado”.
Vassili Piskariov chamou a atenção para o facto de “entre 2006 e 2008, se observar uma tendência constante para o crescimento do número de casos descobertos de suborno. Se, em 2006, foram descobertos mais de 6,5 mil crimes desse tipo, em 2007, 6,8 mil e, no primeiro trimestre deste ano, 2,7 mil, ou seja 69 crimes mais em comparação com um índice análogo do ano passado”.
Alexandre Bastrikin, dirigente do Comité de Investigação da Procuradoria-Geral da Rússia, prometeu lutar contra a corrupção, sem olhar ao cargo dos funcionários públicos e carteiras dos empresários.
“O Comité de Investigação vai tomar decisões, sem dó, nem piedade, com vista a julgar os criminosos de qualquer nível. Para nós, a medida não é a altura do gabinete de serviço ou o volume da carteira do homem de negócios, mas exclusivamente a questão de se existe ou não indícios de crime nas suas acções”, ameaçou.
Bastrikin mostrou-se surpreendido com a atitude dos réus em casos de corrupção em relação aos meios orçamentais.
“Vejam como alguns réus olham para grandes quantias do Orçamento: mil milhões para a direita, mil milhões para a esquerda, para o seu bolso, para zonas off-shore”, declarou.
“Isso não tem nada de extraordinário: nas casas das pessoas que ganham salários baixos, durante as buscas, são encontrados centenas de milhares, milhões de dólares ou euros, e claro que estão habituadas a viver à grande: ter grandes propriedades, grandes negócios em nome de outras pessoas”, acrescentou.
De acordo com Bastrikin, "quando são chamados à responsabilidade, tentam tornar culpado aqueles que cumprem honestamente o seu dever profissional: os investigadores e seus dirigentes”.
O dirigente do Comité de Investigação reconheceu que também nesse órgão policial há “corruptos” e “traidores”.
“O Comité de Investigação abriu quase 450 processos crime contra funcionários públicos e mais de 1600 contra agentes dos órgãos de segurança”, disse.
Estas declarações ocorrem no momento em que o novo Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, desencadeou mais uma campanha contra a corrupção no país.
O antecessor no cargo, Vladimir Putin, colocou o combate à corrupção como um dos objectivos da sua política mas, a julgar pelos números, sem grandes resultados.
Esperemos que esta nova campanha não conduza a mais um surto de corrupção.
Vem à memória a luta de Putin contra os oligarcas. Quando chegou ao poder em 2000, havia sete oligarcas, hoje há 78 multimilionários legais? E se a estes se juntarem os novos ricos clandestinos?
“Os rendimentos dos nossos funcionários públicos provenientes da corrupção constituem, segundo os peritos, cerca de um terço do Orçamento nacional”, afirmou Piskariov, acrescentando que “anualmente, os empresários gastam 33 mil milhões de dólares em subornos aos funcionários públicos.Além disso, três mil milhões de dólares são gastos em subornos de nível local”.
Piskariov acrescentou que “a Rússia encontra-se no 71º lugar quanto ao nível da corrupção, partindo das avaliações da população”.
"Esse facto mostra o alto nível desse tipo de crimes como a corrupção no nosso país”, sublinhou.
Dados do Comité de Investigação da Procuradoria-Geral da Rússia mostram que “no primeiro trimestre do ano corrente, foram registados mais de 14 mil de crimes de corrupção, ou seja mais 10 por cento do que em igual período do ano passado”.
Vassili Piskariov chamou a atenção para o facto de “entre 2006 e 2008, se observar uma tendência constante para o crescimento do número de casos descobertos de suborno. Se, em 2006, foram descobertos mais de 6,5 mil crimes desse tipo, em 2007, 6,8 mil e, no primeiro trimestre deste ano, 2,7 mil, ou seja 69 crimes mais em comparação com um índice análogo do ano passado”.
Alexandre Bastrikin, dirigente do Comité de Investigação da Procuradoria-Geral da Rússia, prometeu lutar contra a corrupção, sem olhar ao cargo dos funcionários públicos e carteiras dos empresários.
“O Comité de Investigação vai tomar decisões, sem dó, nem piedade, com vista a julgar os criminosos de qualquer nível. Para nós, a medida não é a altura do gabinete de serviço ou o volume da carteira do homem de negócios, mas exclusivamente a questão de se existe ou não indícios de crime nas suas acções”, ameaçou.
Bastrikin mostrou-se surpreendido com a atitude dos réus em casos de corrupção em relação aos meios orçamentais.
“Vejam como alguns réus olham para grandes quantias do Orçamento: mil milhões para a direita, mil milhões para a esquerda, para o seu bolso, para zonas off-shore”, declarou.
“Isso não tem nada de extraordinário: nas casas das pessoas que ganham salários baixos, durante as buscas, são encontrados centenas de milhares, milhões de dólares ou euros, e claro que estão habituadas a viver à grande: ter grandes propriedades, grandes negócios em nome de outras pessoas”, acrescentou.
De acordo com Bastrikin, "quando são chamados à responsabilidade, tentam tornar culpado aqueles que cumprem honestamente o seu dever profissional: os investigadores e seus dirigentes”.
O dirigente do Comité de Investigação reconheceu que também nesse órgão policial há “corruptos” e “traidores”.
“O Comité de Investigação abriu quase 450 processos crime contra funcionários públicos e mais de 1600 contra agentes dos órgãos de segurança”, disse.
Estas declarações ocorrem no momento em que o novo Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, desencadeou mais uma campanha contra a corrupção no país.
O antecessor no cargo, Vladimir Putin, colocou o combate à corrupção como um dos objectivos da sua política mas, a julgar pelos números, sem grandes resultados.
Esperemos que esta nova campanha não conduza a mais um surto de corrupção.
Vem à memória a luta de Putin contra os oligarcas. Quando chegou ao poder em 2000, havia sete oligarcas, hoje há 78 multimilionários legais? E se a estes se juntarem os novos ricos clandestinos?
4 comentários:
Quando o Medvedev se saiu com essa do pacote de medidas anti-corrupcao, estava a comer a minha sopa. Ate me engasguei.
Os corruptos sao como certos e determinados especimenes da nossa pos-moderna era. A falta de se poderem reproduzir, multiplicam-se.
A serio , a Russia so esta em 71 lugar em termos de corrupcao? Quem podera estar a frente da Russia? A Russia esta a falhar. Ainda bem que Medvedev colocou a luta contra a corrupcao nas suas prioridades e dar continuidade aos esforcos do seu antecessor, que e para a Russia subir na tabela)).
Caro Milhazes, sendo eu altamente maquiavélico escrevo:
entäo, se antes eram 7 ricos e agora são 70, näo se estará a democratizar a riqueza?
Entäo mas näo diziam que a corrupçäo era *consequência* do regime comunista que vigorou naquelas bandas por 70 anos?
Chegamos é à (maquiavélica) conclusäo que os russos eram corruptos antes, durante, e depois do comunismo! Seja qual for o sistema, o resultado é o mesmo?
Ou começaräo a dizer que o capitalismo é mau, já que gera corrupção?
Caro Maquiavel, acho o seu pensamento maquiavélico demais. Talvez tivesse alguma razão se essas fortunas fossem conseguidas com trabalho e esforço. Penso que a democratização da riqueza passa por multiplicar a classe média por 70x7 e não por distribuir a crescente riqueza por algumas dezenas de espertos.
Não sei quem lhe disse que a corrupção tinha origem no comunismo, mas não fui eu. Antes do Marx e Lénine, já existia corrupção. Hoje há mais corrupção porque há mais dinheiro, porque os órgãos repressivos não funcionam tão rigidamente e, principalmente, porque é muito difícil esconder. Na Rússia ainda há alguma imprensa independente, o número de utilizadores da net é cada vez maior e a luta pelo poder faz com que "quando se zangam as verdades, zangam-se as comadres".
Mas posso-lhe dizer uma coisa: aqueles que, na era comunista, não tiveram tempo, nem possibilidade de se utilizar abertamente a riqueza, incluindo os comunistas, estão agora a desforrar-se.
Apenas um exemplo: quem era Abramovitch na era comunista? Um pobretano. E agora? Agora, desforra-se enquanto pode, compra clubes de futebol, iates, etc. Juntam-se nestas personagens dois momentos importantes: parte da vida passada cheia de privações e riqueza fácil. O resultado está numa frase russa que ouviu num filme de que não me recordo o título: "Ivan goza, porque Deus não existe!"
Infelizmente, corrupção não é só na Rússia. Também por cá a corrupção "passeia" livremente. Basta vermos certas figuras públicas ligadas muitas das vezes aos quadrantes politicos que hoje vivem como senhores feudais enriquecidos sabe se lá como. No expresso deste fim de semana uma notícia apontava que mais de 80% dos espaços ocupados ma marina de lagos são de portugueses. Sabendo como vai a crise económica por estas bandas, seria urgente saber de onde vem tanta riqueza para comprar iates e alugar lugares na marina. Se a Rússia ocupa o 70º lugar dos países mais corruptos, qual será o lugar de Portugal?
O que acontece é que na Rússia à muito dinheiro a circular devido ao petróleo e gás que fornece mais de metade da europa, não esquecendo o negócio das armas e por fim o negócio do sexo. Segundo a revista Courrier de Maio deste ano, o tráfego de mulheres provenientes da Rússia e dos antigos estados da era soviética, movimenta milhares de mulheres e de raparigas. A consequância directa de todos estes aspectos é o enriquecimento apenas de alguns, a maioria, e as vítimas, limitam-se a sobreviver ou então tentam seguir os exemplos do que veêm. Em Portugal o fenómeno está mais ligado à politica, aos lobies, às empresas privadas e as relações obscuras com o estado. Não se deve esquecer que Portugal apresenta o maior desiquilibrio na igualdade de riqueza. Também não será uma forma de corrupção?
Enviar um comentário