O holandês Guus Hiddink, que colocou a selecção russa de futebol nas meias-finais do Euro-2008, vê a sua popularidade igualar e até superar a do primeiro-ministro Vladimir Putin e do Presidente Dmitri Medvedev. De súbito, um estrangeiro torna-se um ídolo de parte significativa da população da Rússia, as mães dão o nome de Guus aos seus filhos e os pais gritam “In Guus we trust”.
“O holandês Hiddink tornou-se, de súbito, o homem que soube encontrar a chave para abrir a misteriosa alma russa e incutir a esperança de que ainda temos uma ideia nacional” – escreve o jornal electrónico newsru.com.
No mês passado, na Rússia contava-se a seguinte anedota: “Se o Euro-2008 se realizasse em Maio, a vitória pertenceria à selecção russa”, pois há muito que o país não tinha um mês tão feliz, vencendo o Campeonato do Mundo de Hóquei no Gelo frente ao eterno rival, o Canadá, a Taça da UEFA “pelos pés” do Zenith de São Petersburgo e o Festival da Eurovisão por Dima Bilan.
“Era difícil esperar por mais, até porque a nossa selecção de futebol era considerada fraca e chegou à fase final do Euro-2008 devido aos fracassos dos ingleses e à preciosa ajuda dos croatas na fase de apuramento” - recorda Ivan, adepto que não duvida, agora, da vitória dos seus ídolos.
O facto é que os futebolistas russos estão a fazer um brilhante campeonato e podem ir muito longe, o que leva a que os políticos se aproveitem disso para apresentar mais um exemplo de que “a Rússia está a renascer”.
O Presidente Medvedev não se esqueceu de felicitar os jogadores russos e o treinador holandês sempre que a selecção venceu e, após o jogo Rússia-Holanda, admitiu conceder a cidadania russa a Guus Hiddink.
O Partido Liberal Democrático, mais conhecido por declarações xenófobas e racistas do seu líder Vladimir Jirinovski, propõe à Duma Estatal (Câmara Baixa) do Parlamento russo que peça ao Presidente Medvedev para agraciar Hiddink com a Ordem “Por Serviços Prestados à Pátria” de IV grau.
“Graças ao talento de direcção de Hiddink, a Rússia voltou a ter o direito de se sentir uma potência futebolística com capacidade de concorrência” – lê-se no apelo do Partido Liberal Democrático.
O Governo russo decidiu investir no desenvolvimento do futebol mais de um milhão de euros, anunciou o ministro das Finanças Alexei Kudrin, acrescentando que, em 2009, o país terá direito a um “programa especial de desenvolvimento do futebol”.
Estudos de opinião pública mostram que se Hiddink se pudesse candidatar agora a Presidente da Rússia, os actuais senhores do Kremlin teriam dificuldade em derrotá-lo.
A agência Interfax informa que, na semana passada, o nome de Guus Hiddink ficou em terceiro lugar quanto ao número de citações, mas o semanário Sobessednik escreve que o nível de popularidade do holandês já ultrapassou o de Vladimir Putin e poderá subir em flecha caso a Rússia bata a Espanha amanhã.
Após a queda do comunismo em 1991, os pensadores russos procuravam uma “nova ideia nacional” para substituir o marxismo-leninismo e, segundo o Sobessednik, essa ideia foi encontrada.
“Já está pronta a ideia nacional: vitórias no desporto. Este ideia une homens e mulheres, ricos e pobres, aqueles que ontem não distinguiam o futebol do hóquei”- considera o semanário.
Depois da vitória da selecção russa sobre a holandesa, vários casais deram aos seus filhos que nasceram nessa noite o nome de Guus, mas também ganharam popularidade os nomes de Roman, em honra de Pavliutchenko) e Andrei (em honra de Archavin).
Segundo o Primeiro Canal da televisão russa, os habitantes da cidade de Gus-Khrustalni (a capital da produção do cristal no país) estão seriamente a pensar em rebaptizá-la para Guus-Khrustalnii.
“O holandês Hiddink tornou-se, de súbito, o homem que soube encontrar a chave para abrir a misteriosa alma russa e incutir a esperança de que ainda temos uma ideia nacional” – escreve o jornal electrónico newsru.com.
No mês passado, na Rússia contava-se a seguinte anedota: “Se o Euro-2008 se realizasse em Maio, a vitória pertenceria à selecção russa”, pois há muito que o país não tinha um mês tão feliz, vencendo o Campeonato do Mundo de Hóquei no Gelo frente ao eterno rival, o Canadá, a Taça da UEFA “pelos pés” do Zenith de São Petersburgo e o Festival da Eurovisão por Dima Bilan.
“Era difícil esperar por mais, até porque a nossa selecção de futebol era considerada fraca e chegou à fase final do Euro-2008 devido aos fracassos dos ingleses e à preciosa ajuda dos croatas na fase de apuramento” - recorda Ivan, adepto que não duvida, agora, da vitória dos seus ídolos.
O facto é que os futebolistas russos estão a fazer um brilhante campeonato e podem ir muito longe, o que leva a que os políticos se aproveitem disso para apresentar mais um exemplo de que “a Rússia está a renascer”.
O Presidente Medvedev não se esqueceu de felicitar os jogadores russos e o treinador holandês sempre que a selecção venceu e, após o jogo Rússia-Holanda, admitiu conceder a cidadania russa a Guus Hiddink.
O Partido Liberal Democrático, mais conhecido por declarações xenófobas e racistas do seu líder Vladimir Jirinovski, propõe à Duma Estatal (Câmara Baixa) do Parlamento russo que peça ao Presidente Medvedev para agraciar Hiddink com a Ordem “Por Serviços Prestados à Pátria” de IV grau.
“Graças ao talento de direcção de Hiddink, a Rússia voltou a ter o direito de se sentir uma potência futebolística com capacidade de concorrência” – lê-se no apelo do Partido Liberal Democrático.
O Governo russo decidiu investir no desenvolvimento do futebol mais de um milhão de euros, anunciou o ministro das Finanças Alexei Kudrin, acrescentando que, em 2009, o país terá direito a um “programa especial de desenvolvimento do futebol”.
Estudos de opinião pública mostram que se Hiddink se pudesse candidatar agora a Presidente da Rússia, os actuais senhores do Kremlin teriam dificuldade em derrotá-lo.
A agência Interfax informa que, na semana passada, o nome de Guus Hiddink ficou em terceiro lugar quanto ao número de citações, mas o semanário Sobessednik escreve que o nível de popularidade do holandês já ultrapassou o de Vladimir Putin e poderá subir em flecha caso a Rússia bata a Espanha amanhã.
Após a queda do comunismo em 1991, os pensadores russos procuravam uma “nova ideia nacional” para substituir o marxismo-leninismo e, segundo o Sobessednik, essa ideia foi encontrada.
“Já está pronta a ideia nacional: vitórias no desporto. Este ideia une homens e mulheres, ricos e pobres, aqueles que ontem não distinguiam o futebol do hóquei”- considera o semanário.
Depois da vitória da selecção russa sobre a holandesa, vários casais deram aos seus filhos que nasceram nessa noite o nome de Guus, mas também ganharam popularidade os nomes de Roman, em honra de Pavliutchenko) e Andrei (em honra de Archavin).
Segundo o Primeiro Canal da televisão russa, os habitantes da cidade de Gus-Khrustalni (a capital da produção do cristal no país) estão seriamente a pensar em rebaptizá-la para Guus-Khrustalnii.
1 comentário:
Desejo as maiores felicidades à selecção da Rússia e que esta se torne a campeã do euro 08. Porém o entusiasmo com o treinador é normal e não é surpreendente. O mesmo aconteceu com o Scolari nos inícios, em que a euforia com a selecção e com o treinador teve contornos de doença psicológica. Recordam-se daquela imagem em que o autocarro da selecção portuguesa a caminho do estádio para o último jogo com a Grécia era acompanhado por populares, os pescadores nos seus barcos a navegarem com as bandeiras nacionais e até uns indivíduos a cavalo seguiam ao lado do autocarro? Pois bem, se dava uma imagem de união nacional em torno de ... também transmitia muita loucura. Muito sentimento e paixão e pouco razão. Quando vejo esta imagem creio que há muita infantilidade. Não sei se sabem, mas esta realidade já teve direito a estudos na área da psicologia e sociologia com a consequente publicações de livros e de artigos. O problema é quando as equipas começam a perder e o treinador de herói passa a ser um "canalha". Scolari que o diga. Já está no Chelsea uma vez que a Lusitânia começou a detestá-lo. Rápidamente esqueceu-se as estrondosas vitórias que tanta alegria demente deu aos lusos. Não posso de deixar recordar a vitória de Portugal com a Republica Checa onde estive presente num dos espaços disponibilizados para o visionamento do jogo, neste caso no Castelo do Queijo, onde a alegria explodia no momento de cada golo e os elogios a Scolari e aos jogadores era uma constante. Depois o mesmo não aconteceu com a Suiça e a Alemanha. Dos elogios passou-se a insultos ao treinador e aos jogadores. Creio que o mesmo poderá acontecer com Guus Hiddink se não ganhar hoje à Espanha. Será que as mães vão continuar a dar o nome do treinador aos filhos? Será que o presidente Medvedev pretenderá dar-lhe a cidadania? Vladimir Jirinovski tencionará propor à Duma Estatal a ordem por serviços prestados à pátria de IV grau? Tudo isto me parece muito exagerado. Mas é um sinal dos tempos hodiernos em que as pessoas exigem e promovem super heróis instântaneos para logo a seguir os destruirem. É um sinal dos tempos em que valores e referências já não existem e por isso são substituidos por outros cada vez mais efémeros. O vazio existencial sendo um enorme abismo torna-se necessário criar novos mitos e paradigmas para dar um sentido saudável a cada um de nós. De qualquer maneira esta noite vou ver o jogo da Rússia com a Espanha e vou torcer pela Rússia.
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