Os aviões russos já aterraram em Cuba e realizaram o reconhecimento de locais, escreve o diário Izvestia.
Sublinhando que se trata de uma notícia confirmada pelo Ministério da Defesa da Rússia, o jornal escreve que “os aviões portadores de mísseis estratégicos Tu-160 (também conhecidos como “Cisnes Brancos” e Tu-95 MS (“Ursos”, na nomenclatura da NATO) podem a qualquer momento ser transferidos para aeródromos na América Latina e África”.
“Não se trata apenas de Cuba, mas também da Venezuela e Argélia” – sublinha o Izvestia.
“Os militares não escondem que a transferência de aviões porta-mísseis para as costas da América é uma reacção à instalação de elementos do sistema de defesa antimíssil norte-americano na Polónia e na República Checa, bem como ao alargamento da NATO para Leste” – declara uma fonte militar ao diário russo.
O Izvestia, citando fontes militares, sublinha que as operações de reconhecimento podem não ter sido realizadas por bombardeiros estratégicos, mas por aviões de transporte.
O Ministério da Defesa da Rússia Interfax, desmente todas essas notícias: “Trata-se de uma provocação”, e insinua que ela parte do estrangeiro.
Os aviões soviéticos de longo alcance Tu-95MC começaram a sobrevoar as costas do Continente Americano no início dos anos 80 do século passado, como resposta à instalação pelos Estados Unidos de mísseis de cruzeiro no Sul de Inglaterra, Norte de Itália e Alemanha Ocidental.
Em 1992, a Rússia suspendeu esses voos por falta de meios, mas, a 17 de Agosto de 2007, Vladimir Putin, então Presidente da Rússia, anunciou o reinício dos voos da aviação estratégica de longo alcance.
“O voo até à América demora dez horas, mas mesmo com dois reabastecimentos no ar, o aparelho pode estar apenas hora e meia perto da costa dos Estados Unidos” – explica Piotr Deinekin, antigo comandante da Força Aérea da Rússia.
Mas se na América Latina for instalado um aeródromo para reabastecimento, os voos podem ser permanentes.
Segundo militares citados pelo Izvestia, “em Cuba poderão basear-se os aviões abastecedores Il-78. Externamente, não se distinguem dos aviões de transporte Il-76, por isso os americanos não deverão fazer perguntas. Eles irão reabastecer os Tu-95MC e Tu-160”.
Nos últimos anos, esses tipos de aparelhos foram profundamente modernizados, podendo portar mísseis de cruzeiro H-555, que podem voar mais do que 3.500 quilómetros. Tendo em conta a mobilidade desses bombardeiros, eles, agora, não necessitam de uma base em países distantes, mas apenas de serem reabastecidos.
Além disso, segundo peritos russos, os actuais complexos de defesa anti-aérea são impotentes perante os mísseis H-555.
Washington tem revelado forte nervosismo face a estas notícias na imprensa russa, mas Moscovo responde com ironia.
Anatoli Korniukov, antigo chefe da Força Aérea da Rússia, declarou: “Os nossos bombardeiros têm direito a utilizar aeródromos estrangeiros, nomeadamente em Cuba, se os seus governantes não estiverem contra. Não obstante eles ficarem por baixa da “barriga” dos Estados Unidos, não serão uma ameaça, tal como o sistema de defesa antimíssil dos Estados Unidos na República Checa”.
O general Mikhail Oparin, comandante da Aviação de Longo Alcance russa entre 1997 e 2002, revelou ao diário Nezavissimaia Gazeta que essa proposta foi analisada há dez anos atrás.
“Porém, então, não foi tomada a decisão política respectiva. Se agora for tomada essa decisão, só a podemos saudar. É preciso aeródromos de reabastecimento no Vietname, África Ocidental, resumindo, em todo o mundo” – declarou o general.
O Nezavissimaia Gazeta chama a atenção para o facto de esta iniciativa russa ser extremamente dispendiosa.
“O transporte para a Ilha da Liberdade de gasolina, nas quantidades necessárias, exige meios significativos. Trata-se de várias caravanas de petroleiros. Além disso, é preciso muito dinheiro para organizar a infra-estrutura, só o arrendamento de uma base militar no estrangeiro exige centenas de milhões de dólares. No orçamento militar não estão previstos valores desses” – escreve o diário.
“Por isso, a resposta ao sistema de defesa antimíssil americano na Europa deixa de ser assimétrica, como tinha sido prometido, mas extremamente onorosa” – conclui o Nezavissimaia Gazeta.
Sublinhando que se trata de uma notícia confirmada pelo Ministério da Defesa da Rússia, o jornal escreve que “os aviões portadores de mísseis estratégicos Tu-160 (também conhecidos como “Cisnes Brancos” e Tu-95 MS (“Ursos”, na nomenclatura da NATO) podem a qualquer momento ser transferidos para aeródromos na América Latina e África”.
“Não se trata apenas de Cuba, mas também da Venezuela e Argélia” – sublinha o Izvestia.
“Os militares não escondem que a transferência de aviões porta-mísseis para as costas da América é uma reacção à instalação de elementos do sistema de defesa antimíssil norte-americano na Polónia e na República Checa, bem como ao alargamento da NATO para Leste” – declara uma fonte militar ao diário russo.
O Izvestia, citando fontes militares, sublinha que as operações de reconhecimento podem não ter sido realizadas por bombardeiros estratégicos, mas por aviões de transporte.
O Ministério da Defesa da Rússia Interfax, desmente todas essas notícias: “Trata-se de uma provocação”, e insinua que ela parte do estrangeiro.
Os aviões soviéticos de longo alcance Tu-95MC começaram a sobrevoar as costas do Continente Americano no início dos anos 80 do século passado, como resposta à instalação pelos Estados Unidos de mísseis de cruzeiro no Sul de Inglaterra, Norte de Itália e Alemanha Ocidental.
Em 1992, a Rússia suspendeu esses voos por falta de meios, mas, a 17 de Agosto de 2007, Vladimir Putin, então Presidente da Rússia, anunciou o reinício dos voos da aviação estratégica de longo alcance.
“O voo até à América demora dez horas, mas mesmo com dois reabastecimentos no ar, o aparelho pode estar apenas hora e meia perto da costa dos Estados Unidos” – explica Piotr Deinekin, antigo comandante da Força Aérea da Rússia.
Mas se na América Latina for instalado um aeródromo para reabastecimento, os voos podem ser permanentes.
Segundo militares citados pelo Izvestia, “em Cuba poderão basear-se os aviões abastecedores Il-78. Externamente, não se distinguem dos aviões de transporte Il-76, por isso os americanos não deverão fazer perguntas. Eles irão reabastecer os Tu-95MC e Tu-160”.
Nos últimos anos, esses tipos de aparelhos foram profundamente modernizados, podendo portar mísseis de cruzeiro H-555, que podem voar mais do que 3.500 quilómetros. Tendo em conta a mobilidade desses bombardeiros, eles, agora, não necessitam de uma base em países distantes, mas apenas de serem reabastecidos.
Além disso, segundo peritos russos, os actuais complexos de defesa anti-aérea são impotentes perante os mísseis H-555.
Washington tem revelado forte nervosismo face a estas notícias na imprensa russa, mas Moscovo responde com ironia.
Anatoli Korniukov, antigo chefe da Força Aérea da Rússia, declarou: “Os nossos bombardeiros têm direito a utilizar aeródromos estrangeiros, nomeadamente em Cuba, se os seus governantes não estiverem contra. Não obstante eles ficarem por baixa da “barriga” dos Estados Unidos, não serão uma ameaça, tal como o sistema de defesa antimíssil dos Estados Unidos na República Checa”.
O general Mikhail Oparin, comandante da Aviação de Longo Alcance russa entre 1997 e 2002, revelou ao diário Nezavissimaia Gazeta que essa proposta foi analisada há dez anos atrás.
“Porém, então, não foi tomada a decisão política respectiva. Se agora for tomada essa decisão, só a podemos saudar. É preciso aeródromos de reabastecimento no Vietname, África Ocidental, resumindo, em todo o mundo” – declarou o general.
O Nezavissimaia Gazeta chama a atenção para o facto de esta iniciativa russa ser extremamente dispendiosa.
“O transporte para a Ilha da Liberdade de gasolina, nas quantidades necessárias, exige meios significativos. Trata-se de várias caravanas de petroleiros. Além disso, é preciso muito dinheiro para organizar a infra-estrutura, só o arrendamento de uma base militar no estrangeiro exige centenas de milhões de dólares. No orçamento militar não estão previstos valores desses” – escreve o diário.
“Por isso, a resposta ao sistema de defesa antimíssil americano na Europa deixa de ser assimétrica, como tinha sido prometido, mas extremamente onorosa” – conclui o Nezavissimaia Gazeta.
2 comentários:
Cuba deveria era concentrar-se no esforço de modernização e desenvolvimento do seu país, assim como a Rússia, e esquecer as polémicas de uma vez por todas. Será que a Rússia não se apercebe que é sem dúvida uma grande potencia com um peso considerável no plano internacional, mas que infelizmente não tem, nem terá dimensão, para se opor sozinha aos desafios futuros e mesmo "ombrear" com as novas hiper-potencias que começam a surgir. Faz-me lembrar as potencias Europeias quando se viram após a 2 Guerra Mundial a braços com os EUA e URSS. A resposta face a esses desafios esteve então na criatividade e na busca de novas respostas. Percebo que a Rússia tenha que demonstrar aos EUA que está muito descontente com tudo o que se tem passado nos últimos anos, mas enfim, parece-me que este tipo de resposta do tipo "mais do mesmo" não criará nada de novo.
Bem, não sei ao certo o que se passa na Rússia mas, ao que parece os EUA querem subtilmente pinta-la como uma ameaça à seguarança Europeia/Mundial e com que intenção não sei. A verdade é que com o escudos anti-misseis e paises pertencentes à nato (espaço aereo aberto para EUA e aliados) nas suas fronteiras pode mesmo tornar-se uma ameaça a segurança tanto da Europa como dos EUA. E o pior é que os EUA com esta politicas só espicaçam o nacionalismo Russo dos Russos, ajudando assim quem esta neste momentp no poder na Russia a seguir as politicas à sua boa maneira sem haver uma oposição séria e credivel aos olhos do cidadão comum. Perde os EUA porque gasta mais em esforço de guerra, perde a Europa porque cria instabilidade com estas tensões e perdem os Russos que verão os seus impostos serem gastos em esforço de guerra e aplaudem...
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