segunda-feira, setembro 01, 2008

Putin diversifica tubos


A Rússia não tenciona limitar as suas exportações de petróleo e gás para a Europa, mas vai “diversificá-las”, declarou no domingo Vladimir Putin, primeiro-ministro russo, numa entrevista ao programa televisivo Vesti Nedeli (Notícias da Semana).
“Não tencionamos limitar o que quer que seja. Vamos respeitar estritamente as nossas obrigações contratuais, mas vamos alargar e diversificar as nossas possibilidades de exportação desses produtos tão necessários à economia mundial”, declarou ele, na véspera de uma cimeira da UE extraordinária consagrada à crise georgiana.
A Rússia fornece cerca de um quarto do gás consomido pela UE e 60 por cento do petróleo.
Em visita de trabalho ao Extremo Oriente russo, Putin exigiu que não haja atrasos na construção do oledoduto Sibéria Oriental – Oceano Pacífico.
Nikolai Tokarev, presidente da Transnefti, a empresa pública que detém o monopólio da construção de tubos para transportar combustíveis, declarou que, ainda este ano, entrarão em funcionamento 500 quilómetros do novo oleoduto.
Moscovo tenciona levar, através desse novo tubo, que deverá entrar em funcionamento pleno depois de 2010, petróleo até à China, Coreia do Sul e Japão.
O primeiro-ministro russo declarou também que o seu país tenciona suspender alguns programas de ingressão na Organização Mundial do Comércio, nomeadamente no campo da indústria e agricultura.
“Por enquanto, não somos membros da OMC, vamos esperar e suspender alguns programas. Mas voltaremos a eles logo que nos tornemos membros de pleno direito dessa organização”, sublinhou.

7 comentários:

antónio m p disse...

«um quarto do gás consumido pela UE e 60 por cento do petróleo...». Com tais argumentos o orgulho "ocidental" vai-se diluindo... em petróleo. Não há Sarkosy que aguente, claro.

Anónimo disse...

Cá está o que eu ando a dizer há algum tempo! Há aqui gente que tem a mania que a Rússia depende da Europa Ocidental, e enquanto esta enche o peito os russos diversificam o seu mercado...
Solução:
1 - Deixarmos de andar a reboque da política externa norte-americana;
2 - Investirmos em energias alternativas e não poluentes (um desejo meu, mais por preocupações ecológicas do que meramente político-económicas)

Anónimo disse...

É engraçado ver a posição da Europa ou melhor falta de posição sobre determinados assuntos em que há um confronto ou pseudo-confronto entre EUA e Rússia, ficando numa posição em que o silencio é a melhor opção ou mesmo a única...
A lamentar nisto tudo so o facto da Russia não estar a aproveitar este Oil/Gaz Boost para se modernizar, que até não seria muito dificil visto que a China o conseguiu com bastante mais população!

Anónimo disse...

O perigo de encaminhar os recursos energéticos da Ásia Central para o Oriente (Japão, Coreia, China) é o suficiente para disciplinar a Europa (Garanina, 2007). Além disso, a Russia não tem NENHUM interesse em entrar para a OMC, por 2 razões: continua num quadro bilateral com os parceiros que bem entende, e com condições mais vantajosas; e sobretudo, não é obrigada a assinar a "Carta energética" que obriga a Gazprom e da Rosnieft a abrir os tubos à concorrência. No fundo, as principais nações do mundo medem forças para disputar o centro do mundo onde se situam as maiores jazidas de recursos naturais (Brzezinski, in O Grande tabuleiro). Ora façam o esforço de meter o mapa mundo de "patas para o ar" e vejam qual é a região realmente central. Rapidamente compreendem porque é que ali as coisas não são a feijões...

Anónimo disse...

Esse é só mais aviso pra UE tomar a decisão de não depender energeticamente da Rússia. É uma vergonha a UE ser escrava energética desse país.

antônio

Anónimo disse...

É uma vergonha a UE ser escrava energética da Rússia? O que é uma vergonha é a UE ser escrava energética e política de QUALQUER país!

Anónimo disse...

A União Européia já é escrava, subserviente e dependente dos Estados Unidos a mais de 60 anos.A maioria dos países depende da importação de matérias primas diversas para alimentar sua indústria. Como deixará de ser dependente?