sábado, novembro 01, 2008

Autoridades proibem transmissão de canais em línguas estrangeiras e Moscovo ameaça responder

A partir de hoje, os operadores de televisão por cabo da Ucrânia ficam proibidos de transmitir programas que não estejam dobrados em língua ucraniana.
A medida é tomada com vista a proteger a língua ucraniana e, em Junho passado, as autoridades já tinham proibido a exibição de filmes não dobrados em ucraniano nas salas de cinema do país.
Esta proibição, que atinge também quatro canais russos, está a provocar na Rússia uma onda de indignação e alguns políticos pedem que Moscovo recorra ao exemplo da Ossétia do Sul para dar uma lição à Ucrânia.
“Os cidadãos ucranianos russófonos são cidadãos de pleno direito no seu país e têm direito a falar em russo, a ver a televisão em língua russa”, declarou Grigori Karassin, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
“Trata-se de um sintoma não muito saudável que deve preocupar não só a Rússia, mas também os cidadãos da Ucrânia”, sublinhou.
Iúri Lujkov, Presidente da Câmara de Moscovo, apelou ao Krelim a tomar medidas contra o que considera ser uma “onda de russofobia”.
“Nos últimos anos, depois da chegada de Iuschenko (Presidente da Ucrânia) ao poder, uma onda de russofobia varreu literalmente a Ucrânia. Precisamos não só de constatar a deterioração colossal da situação, mas tomar medidas, nomeadamente ao nível de Estado”, declarou Lujkov, na Conferência Mundial de cidadãos russos que residem no estrangeiro.
Iúri Lujkov defende também a devolução da península da Crimeia à Rússia, território na costa do Mar Negro que passou para a Ucrânia em 1954.
O dirigente moscovita sublinhou que as acções da Rússia durante a guerra na Ossétia do Sul, em Agosto passado, são “um bom exemplo” de defesa dos interesses dos cidadãos russos.
Serguei Mironov, dirigente do Senado russo, defende posição semelhante: “A Rússia não esquecerá e não abandonará os seus cidadãos no estrangeiro em situações difíceis. O melhor exemplo disso são as acções da Rússia com vista à defesa dos seus cidadãos no conflito entre a Geórgia e a Ossétia do Sul”.
Na cidade de Sebastopol, capital da Crimeia, república autónoma da Ucrânia onde a maioria da população é russófona, o Conselho Municipal anulou a decisão das autoridades de Kiev, considerando que ela é “ilegal” e que o direito dos cidadãos a receber informação em russo é “inabalável”.

43 comentários:

Anónimo disse...

Portugal que se meta a pau, e que trate convenientemente bem os russos que estão em Portugal, não va a russia invadir nos com o pretexto que esta a salvaguardar os interesses dos cidadãos russos no estrangeiro... ao que isto chegou

Anónimo disse...

Não deixa de ser uma medida polémica, que a meu ver não tem fundamento nenhum no actual momento de globalização em que saber mais do que uma língua dá sempre jeito.
''by the way'' ver filmes legendados é ''quase'' como ler um livro, isto é aprende-se a escrever correctamente.

Anónimo disse...

Quem propositadamente hostiliza populações com potencial irredentista certamente anda a procura de problemas.
Os russos vivem no Leste da Ucrânia e na Crimeia há gerações, não são colonizadores, nem imigrantes nem "recém-chegados". Têm direito a usufruir da sua língua e cultura tanto quanto os uranianos do Oeste, de língua e cultura ucraniana.
Já tinha referido por várias vezes que quanto mais os russos na Ucrania sofressem ataques por parte das autoridades nacionalistas ucranianas, mais tentada sentir-se-ia a Rússia a intervir para resolver este problema.
Agora a situação agrava-se. Virá Iuschenko apelar aos países Ocidentais que defendam a "liberdade" da Ucrania, tal como o fez Saakashvili relativamente à da Geórgia depois de atacar a Ossétia e levar uma tareia dos russos?

Anónimo disse...

Para quem acusou a russia de invadir a georgia, sugeria a leitura das declarações do ex-ministro da defesa da georgia Irakly Okruashvili, que afirma que entre 2004-2006, enquanto foi ministro da defesa o estado georgiano preparou o ataque as 2 republicas autonomas.
Gostava de saber o que o sr. José milhazes pensa disso, afinal sempre foi premptório ao afirmar que moscovo foi o agressor....

artigo em inglês;
http://www.militaryphotos.net/forums/showthread.php?t=142070

bruno.

MSantos disse...

Vamos ver se Iushenko vai sobreviver politicamente o tempo necessário para manter estas medidas.

Vamos ver também se um dia destes não será tirado o tapete a estes presidentes e governantes que querem confrontar a Rússia (Ucrânias, Polónias, Bálticos, etc)

Anónimo disse...

Penso que o JM não terá afirmado peremptóriamente que tinha sidoa Rússia a atacar, mas que deixou no ar essa possobilidade,lá isso deixou.
Claro que ficariam por explicar certas improbabilidades, como por exemplo o das FA russas estarem a usar T-62 (!) em lugar de usarem T-80 ou T-90...
A utilização de tais meios só faria sentido numa situação de reacção, e não de acção (iniciativa).

Quanto aos tapetes e demais acessórios, isso será provável na Ucrânia mas não na Polónia, que é mais estável (não tem problemas étnicos, etc.). Quanto aos países bálticos, não vai ser possível jogar com a população nativa, mas os russos constituem uma poderosa minoria, ainda que seja verdadeiramente estrangeira naquelas terras (e possivelmente com consciência disso).

Anónimo disse...

penso que a russia nunca irá intervir militarmente na ucrania, isso seria uma loucura, por mais justa que fosse a rasão.
Seria preferivel a russia incentivar o retorno dos 10 milhões de russos que habitam a ucrania de volta a russia e os russos acabarem de uma vez por todas com os laços de fraternidade com a ucrania.
A russia neste inicio de século está a definir-se como nação e a ucrania esta a fazer escolhas irreversiveis, a russia tambem as deveria fazer.
A russia tem a oportunidade de "ganhar" mais população com estas jogadas estupidas e trágicas que a ucrania esta a fazer.
Quando a Ucrania cumprir o seu sonho e entrar na U.E vai ter uma supresa desagradavel, os estrangeiros nessa altura que vão entrar na ucrania não vão ser russos, mas sim turcos, africanos, arabes.
Se a russia proibisse outros idiomas que não o russo seria uma atitude dictatorial, mas como é a ucrania já está tudo bem.. sim senhora! ha que ser coerentes acima de tudo

bruno.

MSantos disse...

Quando me referia á tirado do tapete referia-me á cessação de ajudas e apoios por parte de Washington devido a razões de mudança política e/ou económica.

Anónimo disse...

OK, entendi de outra forma, mas mesmo assim a afirmação mantém-se: a tirada de tapete é provável na Ucrânia, mormente em caso de mudanças na liderança, mas pouco provável na Polónia e países bálticos porque nestes países não se vislumbra uma mudança para uma política pro-russa, ou mesmo neutral. E os EUA sabem que nestes países terão aliados indefectíveis.

Anónimo disse...

Alguns estados( ucrania, georgia etc) escolheram o caminho da vitimização, mas que cambada de burrinhos! desculpem o termo.
Sou estudante de informática, e por exemplo, posso garantir aos leitores que o facto de estarmos aqui a falar usando a internet se deve ao fenomeno da guerra fria.No final da decada de 60' foi criada a ARPANET(uma rede militar norte-americana) que se transformou mais tarde na internet, com isto, quero dizer que não podemos olhar para trás e pretender dizer que certas coisas não deviam ter acontecido, este tipo de pensamento é completamente estupido. Para o mal e para o bem, ainda bem que a URSS existiu, se assim não fosse provavelmente muitos de nós não estavamos aqui, o modo de vida seria diferente, podia ser pior ou melhor nunca saberemos e muitos estados não existiriam, esta logica aplica-se a outros estados.
Muitos politicos que hoje têm uma vida maravilhosa nos países de leste não seriam hoje NADA se não tivessem sido "oprimidos", seriam um bando de intelectuais a falar mal do que agora defendem.

bruno.

Anónimo disse...

Realmente há um preconceito em relação aos russos.
O Sr. josé Milhazes alinha nesse folclore.
Os Estados Unidos, que são um exemplo de democracia, permitem que todas as etnias tenham meios de comunicação na sua lingua mãe.
Os portugueses lá têm canais de televisão, rádio e jornais.
Por acaso faria sentido as autoridades estado-unidenses proibirem esses meios em português?

O que eu vejo é que vários países da Europa de Leste andam enganados com a propaganda ocidental e até acham que podem desafiar a Rússia que tão só defende o seu povo e os seus direitos.

Não ficava nada escandalizado se a Rússia um belo dia pussesse na ordem e no respeito mútuo esses garotos vendidos aos lobies judaicos como fez na Geórgia.

É que já não há paciência para aturar esses talibans que berram democracia e liberdade por todos os lados mas não passam duns fantoches que estão ao serviço de potências estrangeiros enquanto os seus povos passam fome e são humilhados.

E se estão a espera dos EUA para ajudarem, tirem o cavalinho da chuva, pois estes já andam a pedir por tudo o que é lugar.

Anónimo disse...

O mesmo se poderá dizer das centenas de mulheres violadas pelo Japão na II guerra mundial, já que caso não o tivessem sido, todo o curso da história teria sido diferente, e hoje não seriamos o que somos, podendo-se mesmo dizer que muita coisa boa não teria depois acontecido. O Bruno tem alguma deficiência em especifico ou gosta simplesmente de dizer disparates?

Jorge

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Bruno, eu não fiz afirmações peremptórias sobre o provocador da guerra entre a Rússia e a Geórgia, por isso defendi a realização de uma investigação internacional.
Quanto ao que escreve o leitor José Ruiz: "Realmente há um preconceito em relação aos russos.
O Sr. josé Milhazes alinha nesse folclore", quero sublinhar que este leitor não deve acompanhar atentamente este blogue. Eu não manifestei a minha opinião sobre a direcção das autoridades ucranianas, mas apenas dei a notícia. Se quer saber a minha opinião, aqui vai: trata-se de um erro crasso das autoridades ucranianas, com o objectivo de desviar a atenção dos cidadãos de problemas mais importantes.Mas também é de assinalar a reacção de alguns dirigentes russos, que esperam argumentos para "dar uma lição à Ucrânia"

Anónimo disse...

Jorge, eu sou saudavel.
Voçê é deficiênte? fiquei com impressão que sim, todos os deficiêntes devem ser respeitados, por isso, o sr tem o meu respeito, afinal, o sr não teve culpa de nascer.
já agora, para ajuda-lo...se o sr foi fruto de uma dessas violações pode sempre pedir uma ideminização ao estado japonês.

bruno.

Anónimo disse...

kamaradas, mantenham o nível sff. O assunto, para além de sério, é interessante. Não estraguem a discussão com invectivas sem sentido.

Anónimo disse...

pippo,

A maioria dos leitores aqui são civilizados, mas algumas pessoas não estão interessadas em dar opinião, só querem provocar e insultar.

abraço.

Jest nas Wielu disse...

2 todos os adoradores da Rússia

Na Ucrânia não são proibidos os canais russos por serem russos, mas por violar algumas normas ucranianas, cada país tem as suas próprias normas e nós também.
www.jamestown.org/publications_details.php?volume_id=427&issue_id=4665&article_id=2373488

2 msantos

Vamos ver se msantos e outros bloggers que adoram fazer o “amarelo” aos russos, serão contemplados com alguns prémios monetários, vodka & caviar.

2 Bruno

Só um burreco solitário (desculpe o termo), que desconhece a história que pode achar que a Ucrânia ou a Geórgia escolheram a ser vítimas (normalmente, os porcos – machistas explicam assim as violações das mulheres, do tipo “ela é que pediu”). Caso a sua mãe ou irmã fossem violadas, também acharia que elas escolheram essa situação? A Ucrânia e a Geórgia escolheram ser independentes após o 1917, os russos é que não deixaram, invadindo os respectivos países em 1919 e 1921.

/olhar para trás e pretender dizer que certas coisas não deviam ter acontecido, este tipo de pensamento é completamente estupido. Para o mal e para o bem, ainda bem que a URSS existiu /...

Bruno se esqueceu de dizer uma coisa: “que maravilha que a URSS existiu bem longe de mi e dos meus pais / avos, porque da outra maneira, sabe-se lá o que a minha mãe & pai teriam que fazer, para sobreviver no GULAG. Sabe-se lá o que Bruno iria estudar em vez de informática...

Outra vez com as histórias de 10 milhões de russos, filho, neste momento só se declaram como russos, uns 8 e picos, já escrevi sobre isso e até dei os links. Na Ucrânia vivem e trabalham vários turcos, africanos e outros brunos. Explica o que a entrada na UE tem a ver com a entrada dos africanos. Bruno sugere que os africanos sairão de Portugal para morar na Ucrânia? A Rússia, de facto, dificulta o desenvolvimento de língua ucraniana no seu território, assim como, os cerca de 10 milhões de ucranianos na Rússia não tem um único teatro, tem 01 (!) biblioteca, não tem nenhum jornal diário, etc. Os russos na Ucrânia tem dezenas da teatros, centenas de jornais, todas as bibliotecas públicas tem livros e jornais russos. E ucranianos na Rússia também vivem gerações...

Anónimo disse...

sr José milhazes,

eu acompanhei a sua opinião sobre a guerra e apesar de não declarar abertamente que a russia era o agressor, a sua opinião tendia para esse lado, o que é legitimo.
Agora, passos alguns meses, é interessante ver que os governos ocidentais mudaram a postura e já encaram as "jogadas" do presidente da georgia como uma ameaça a segurança da europa..
Fui so eu que achou estranho o facto de todos os governos europeus alinharem na mesma postura anti-russia?
Não será isso uma prova da falta de sobrania dos governos europeus e um claro sinal que os governos europeus actuam em bloco numa linha de pensamento unica..?
a situação mais grave sobre a guerra entre a russia e a georgia foram as vitimas fatais, que morreram e já ninguem fala,
saakashvilli cometeu 1 crime de guerra contra o seu próprio povo, em resultado disso a georgia perdeu território, população e elevados danos economicos e sobretudo, arruinou as relações com o seu mais poderoso vizinho, nós sabemos que podemos escolher os amigos mas os vizinhos não se escolhem.

bruno.

Anónimo disse...

Jest nas Wielu,

gosto em te-lo de volta,

mas entrou 1 pouco nervoso, é preciso ter calma neste mundo, muita calma.
ainda hade nevar em moçambique antes que os russos invadam a ucrania, tenha calma, isso não vai acontecer.
A russia quer é separar-se da ucrania e recuperar o maximo de russos nesse país, a russia já entendeu que a ucrania já ta fora de prazo..

bruno.

Anónimo disse...

antes que se zangue, pq sei que é nacionalista, fora de prazo no sentido da elite governante que se intitula nacionalista, mas o que querem realmente é poder.

bruno.

Anónimo disse...

Moscovo ameaça responder. Mas que medo. Se fosse Ucraniano nem dormiria de preocupação. Mas é este tipo de comportamento que vai mesmo ajudar a Rússia com os seus vizinhos. Não quero saber quem tem razão. O que sei, é que a Rússia é sem dúvida o estado mais poderoso na Europa de Leste, pelo seu passado atribulado com os vizinhos e mesmo o presente recente, necessita de conquistar a confiança dos vizinhos. E como ganha essa confiança, atenção que haverá retaliações, muito cuidadinho senão... Sempre a arrogancia, a prepotencia, a ameaça em primeiro lugar. È essa mentalidade dos dirigentes Russos que é preciso mudar, e que seguramente têm merecido muitas criticas. Isto não é ser anti-Russo, é querer ver a Rússia no caminho certo.

Anónimo disse...

De qualquer modo os Ucranianos que durmam descansados porque se não invadirem o território russo, como a região da Crimeia, não haverá perigo de sofrerem retaliações defensivas por parte da Rússia.

Anónimo disse...

Caro Bruno: se ao fim deste tempo todo ainda não compreendeu o erro de raciocinio inerente às baboseiras que disse, pouco mais se poderá fazer por si. Desaconselho-o é vivamente a votar, ou praticar qualquer outro acto fora da sua área: isto é, fazer programas de computador.

Jorge

Anónimo disse...

Vem aí o Inverno, e quero ver com que gás é que os ucranianos se väo aquecer...

... essa é a grande questäo, porque se dorme mesmo de TV apagada! E morre-se de frio mesmo com a TV ligada!

Querem provocar a Rússia por todos os meios, para se poderem fazer vítimas, porque viram que o tiro georgiano lhes saiu pela culatra...

Olhem, eu continuarei a falar o meu mau russo aos ucranianos, e se algum quiser mudar para inglês, ainda lhe pergunto... pronto, o que quiser!

Anónimo disse...

A grande chacina Estalinista do Hologrom jamais será esquecida. Katyn também não. A Rússia tem as mãos cheias de sangue dos seus vizinhos.

Anónimo disse...

Este ultimo leitor nunca leu o rotulo de Estaline,
Dizia;made in georgia.

O povo russo deve ser o mais injustiçado do mundo, é um povo pacifico que sempre sustentou uma nação que alimentou miseraveis que só provocaram calamidades ao povo russo. Ainda bem a russia está finalmente a construir um futuro que será certamente grandioso e a deixar para trás esses traidores sem honra(podia enumerar mas são muitos).

ainda estou para saber o nome de um verdadeiro russo que tenha sido o reponsavel pelos crimes que alguns continuam a acusar tão veemente a russia.

bruno.

Anónimo disse...

Jorge,

Se procura atenção, eu posso falar consigo, com prazer, mas quanto a terapia psicologica não sou qualificado.

eu não o posso ajudar!

desculpe.

bruno.

Anónimo disse...

Maquiavel não se preocupe que não morrerão de frio. Primeiro, porque se os dirigentes Russos têm os principios todos que muitos defendem e admiram, nunca deixarão isso acontecer, afinal o que é uma questão de dinheiro entre povos irmãos. Segundo, como se pode morrer ao frio se o país é todo ele atravessado por oleodutos e gasodutos. Eu cá fiaria-me mais na segunda opção. De qualquer modo há sempre politicos Ucranianos dispostos a fazer o jogo de Moscovo e dispostos a tirar dessa forma dividendos politicos, e a esses Moscovo irá apoiar. Cumprimentos

Jest nas Wielu disse...

2 Bruno

Obrigado, não estou nervoso, só acho que o respeitinho é uma coisa bonita....

/A russia quer é separar-se da ucrania e recuperar o maximo de russos nesse país, a russia já entendeu que a ucrania já ta fora de prazo../

Em geral é verdade, a Rússia até já anunciou os planos de apoio aos retornados da Ucrânia, como sabes, vodka faz com que os homens russos morrem cada vez mais cedo (e as suas coisitas funcionam mal), por isso o país deles está preocupado com o desastre demográfico. Mas não quer dizer que não vão tentar alguma loucura na Crimeia...

Embora o Stalin era de origem caucasiana (nasceu em Gori, mas parece também tem a sangue osseta), à partir de fim da II G.M. ele se via como um russo, os actores dos filmes soviéticos que o representavam, deixaram de ser de origem caucasiana, passando ter a cara e sotaque totalmente russo (nacionalidade não está na sangue, mas na cabeça, bom, já tinha dito isso).

2 Sérgio

/... o território russo, como a região da Crimeia ... /

A Crimeia é território dos tártaros de Crimeia e não dos russos, os tártaros sofreram a limpeza étnica em 1944 e no seu lugar vieram os colonos russos, assim como largos milhares de reformados das FA soviéticas assentavam na Crimeia entre anos 50 e 90, pois é uma zona nobre, tem praias e é muito melhor do que a Sibéria & Rússia Central nativa deles.

Nisso de gasodutos e oleodutos é que tem a verdadeira razão, além do que acertar sobre os “politicos Ucranianos dispostos a fazer o jogo de Moscovo e dispostos a tirar dessa forma dividendos politicos”. Isso é bem verdade, quer o BYUT, quer o Partido de Regiões usará os dinheiros de Kremlin para depois lhe mandar para um sítio que se rima com alho, disso podem ter a certeza absoluta. Isso já aconteceu em 2005, acontecerá novamente.

2 Maquiavel

Não tenha medo por ucranianos, Ucrânia exporta o gás do Turcomenistão e caso os moscovitas pretendem aumentar nós os preços, vamos aumentar o preço de trânsito tantas vezes, quantas eles aumentarão o do gás. Por isso quem vai ficar com o frio é a Europa burguesa & indiferente de goelas cheias e não a Ucrânia.

Anónimo disse...

Jest nas Wielu, eu sei que a Crimeia é Ucraniana, independentemente da forma como a adquiriram. O Alaska foi vendido aos EUA e a Rússia não põe isso em causa. O Problema que se coloca aqui é que não sei se os Russos também sabem isso. Da mesma forma que não sabiam que a Ossétia do Sul e a Abcásia eram território Georgiano. Quanto á dos burgueses Europeus, acredite que só prejudicou o seu país.

Jest nas Wielu disse...

A Rússia não tem “estaleca” para desafiar os EUA por causa da Alaska, alem disso disse bem, aquilo foi vendido.

A Crimeia foi conquistada militarmente aos tártaros, depois estes foram expulsos e substituídos por colonos russos, daí o ressentimento contra a Ucrânia.

Quanto aos burgueses europeus, não é a minha frase, mas de um homem de inteligência superior à do qualquer um dos de nós, filósofo francês André Glucksmann:
http://ucrania-mozambique.blogspot.com/2008/10/ameaa-do-niilismo-russo.html

p.s.
Prejudiquei o meu país como? O Sérgio votará contra a entrada da Ucrânia na NATO / UE?

Anónimo disse...

Caro Jest nas Wielu, as expressões dependem muito do contexto onde são usadas. O que eu percebi quando usou essa expressão, foi que pretendeu atingir de uma forma perjurativa os países Europeus Ocidentais. Se não foi essa a sua intenção peço-lhe desculpa pelo meu erro, se foi mesmo essa a sua intenção, cuidado para não incorrer em posições extremadas que só poderão prejudicar a imagem do seu país e dos seus nacionais, foi isto que pretendi dizer.

Anónimo disse...

P.S. as goelas cheias também faz parte da expressão desse autor.

Anónimo disse...

Tenho lido aqui algumas incorrecções as quais penso que devem ser urgentemente esclarecidas.

Afirmar-se que “os russos invadiram a Ucrânia em 1919” não é correcto, pois quem invadiu foi o Exército Vermelho, o qual não era “russo” mas sim “soviético” (também havia russos entre os “Brancos”, e que eu saiba ninguém chama a estes de “russos” mas sim de “Brancos”, pois a fractura era ideológica e não nacional). Note-se que a Ucrânia estava dividida em várias entidades que de digladiavam umas às outras e que também existia uma República Socialista Soviética da Ucrânia, a qual obteve o apoio dos Anarquistas. As outras entidades ucranianas (A República Popular e o Hetmanado) tiveram o apoio directo dos austro-húngaros e alemães, e depois destes saírem, o Hetmanado contou com o apoio dos oficiais “Brancos”... russos!

Dizer-se que o “Holodomor” foi uma política russa anti-ucraniana é um absurdo e uma demonstração de desonestidade intelectual, e isto porque tal associação não passa de uma mitificação, de uma reconstução da História tendo em vista fins políticos. O processo de colectivização forçada e deskulakização não foi uma política russa mas sim soviética. Foi o PC quem projectou a colectivização e o fim dos pequenos prpprietários, não os russos. E os agentes dessa política não foram russos mas sim os membros do aparelho de Estado, da Administração soviética, o que incluía tanto russos como ucranianos, georgianos, bielorussos, ou qualquer outro membro das inúmeras etnias constituintes da URSS.

A criação de uma mito-História é um processo normal num país que procura criar momentos-chave que lhe dêem continuidade espacio-temporal, que unem a população e que criem um sentimento de identidade e unidade nacional. Todos os países têm uma mito-História a qual, muitas vezes, altera os factos de uma forma substancial ou pura e simplesmente inventa-os.
Mas o processo de transferência de culpa de um actor para outro é algo bem diferente, e aí já caímos no chauvinismo e na mentira pura.
A associação da Grande Fome aos comunistas não serve os propósitos de um governo ucraniano, ou dos nacionalistas. É difíci apontar para “os comunistas” e dizer que eles são “os culpados” e que por isso a Ucrânia tem de se afastar deles, tem de se tornar independente. Mas se o Holodomor for associado, não aos comunistas (os verdadeiros e factuais mentores e executantes das políticas que levaram a esse holocausto) mas sim aos russos, aí a justificação nacionalista já é plausível pois já existe um ente presente e actual a quem se pode culpabilizar.
Pouco importa que os russos também tenham sofrido às mãos dos comunistas, muitos deles, se calhar ucranianos, pouco importa que russos, kazaques e outros tenham morrido aos milhões no Holodomor por culpa das políticas de colectivização soviéticas. E pouco importa que os elementos todo-poderosos, a cúpula do Regime, fossem não-russos (um era georgiano e o outro era mingrélio, para ser mais exacto). O facto destes se terem russificado (ainda que quiçá aparentemente) torna-os russos, e assim, em lugar de se acusar um regime já extinto, pode-se culpabilizar o vizinho e ter-se bases para um processo de construção de uma mito-História nacional, com bons e maus, com carrascos e vítimas, etc. Mas tudo não passa de uma falsidade e de um aproveitamento chauvinista e reles de uma verdadeira tragédia humana.

Note-se que a transferência de culpa é moeda corrente nos processos de construção da identidade nacional.
Os turcos, por exemplo, fazem uma transferência inversa à que os nacionalistas ucranianos fazem relativamente à culpa dos soviéticos. Enquanto uns transferem a culpa de alguém que já não existe para alguém que existe, os turcos, no que diz respeito ao genocídio dos arménios, transferem a culpa dos turcos para os “otomanos” (que não são mais do que, precisamente, os turcos!). Assim, quando alguém os acusa de terem massacrado os arménios,os turcos respondem que não foram eles, foram “os otomanos” (e isto eu ouvi da boca de muitos, não foi por “ouvir dizer que”). Assim, de uma penada, livram-se das responsabilidades, e quem afirma o contrário arrisca-se a ser preso.
Os portugueses mantiveram por muito tempo o mito da Espanha-que-é-responsável-pela-perda-do-nosso-Império. O reinado “dos Filipes” é visto com desprezo e os 60 anos do mesmo são encarados como uma era de desgraça. Séculos mais tarde transferimos a culpa dos Filipes para a Inquisição, e depois foi para a Monarquia, que era a causadora de todas as desgraças; e depois foi para 1ª República, e depois foi para o Estado Novo salazarista, e assim por diante. Não revelámos capacidade para ver tudo o que ocorreu durante estes períodos e não assumimos os nossos erros, não fizémos análise e seguimos em frente.
Também o Mundo Muçulmano faz esta transferência de culpa. Assim, as causas do sub-desenvolvimento do mundo islâmico, vide árabe, são atribuídas, não a eles mesmos, mas a conluios, a conspirações de “forças estrangeiras”, isto é, os Cristãos e os Sionistas. Não sendo capazes de introspecção e de se responsabilizarem a si próprios pelos seus falhanços, optam pelo caminho mais fácil que é culpar outrém.

Todas estas transferências são reveladoras de sociedades imaturas, quer ao nível político, quer ao nível social, quer mesmo ao nível emocional. A incapacidade de analisar a História tal como ela foi e a associação desta incapacidade à imaturidade e a um processo identitário e nacionalista com consequências políticas, é um erro infantil e absurdo mas com consequências graves.
E a reescrita da História tendo por base a mentira e a desonestidade não passa disso mesmo: uma mentira e uma desonestidade. Transferir a culpa dos soviéticos para os russos é uma mentira. E nunca passará disso, por mais que seja repetida mil vezes.

Saudações cordiais (e por favor, mantenham a cordialidade),

MSantos disse...

Caro Pippo

O que referiu já não é um post. É um tratado.

Interessante, o conceito da mito-história. E acaba por fazer todo o sentido.

De relembrar que foi essa mesma mito-história (transferência de culpa), além dos crimes soviéticos e que os russos também foram vítimas (talvez das principais) que deu o alibi a um louco para cometer todas aquelas barbaridades de 1931 até 1945.

Infelizmente e apesar do que ocorreu, ainda há pessoas hoje em dia, que teimam defender essas ideologias

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

"De relembrar que foi essa mesma mito-história (...) que deu o alibi a um louco para cometer todas aquelas barbaridades de 1931 até 1945."

Touché!, Manuel Santos.

Abraço,

Anónimo disse...

Note-se que a mitificação da História está intimamente ligada aos mitos fundacionais, nos quais, frequentemente, se faz uma transposição da História de um povo ancestral interligando-o com o povo presente, ou se "criam" factos míticos como justificação de uma condição presente ou de um desígnio manifesto.
No nosso caso português temos exemplos concretos do que eu acabei de dizer:

- A associação de Viriato e dos lusitanos aos portugueses. Os lusitanos são os nossos antepassados directos, fazendo de Viriato o primeiro heroi (trágico) português;
- O Milagre de Ourique, em que D. Afonso derrota "cinco reis mouros" (na realidade acho que havia pelo menos um que estava do nosso lado, mas pouco importa) e tem o sonho da Cruz de Cristo, justificando a existência de Portugal como um país ao serviço da Fé;
- A Era de Ouro e a Dinastia de Aviz, ela própria fruto de uma ligação mitificada a do D. Pedro+D. Inês de Castro;
- Alcácer Quibir e o Sebastianismo;
etc.,etc.,etc.

MSantos disse...

...e ainda virá o V Império, onde Portugal reinará sobre todo o planeta, com a glória de Deus ;)

Anónimo disse...

Graçassss a Deussss :o)

Abraço,

Jest nas Wielu disse...

2 Pippo

Bom, não tenho tempo para lhe responder ponto por ponto (estou se preparar para um fim de semana prolongado), por isso fica aqui apenas as fotos dos skinheads “ucranianos” que reclamam que “querem ver a TV russa”, acho que é o caso, quando, de facto, uma foto vale mais que mil palavras:
http://www.zakarpattya.net.ua/news/29343.html

Anónimo disse...

Tenho dois amigos, o Miguel e o Nuno, que quando foram visitar a Ucrânia no ano passado, ao passarem a fronteira romane-ucraniana (o Miguel vivia na Roménia), foram interpelados por ucranianos "de gema" (não russos) que lhes perguntaram insistentemente "És judeu???". Um dos ucranianos era guarda fronteiriço. O Miguel tem um nariz meio aquilino...
Na zona de Lvov (ou Lviv) eles viram vários skins, mas nem se aproximaram pis viram o tipo de olhar que eles lhes lançavam.

Portanto, Jest, esse tipo de associação sknis=russos é uma forma de propaganda de guerra barata e que só engana os otários. Felizmente que aqui não há muitos.

Jest nas Wielu disse...

2 Bruno

1. Como Bruno sabe que o guarda – fronteira era um ucraniano de gema? Bruno conhece algum tipo de nariz tipicamente “ucraniano”?
2. Não havia necessidade de ir até o Lviv para ver os skinheads, basta ver os camaradas do Mário Machado na RTP / SIC. Os skins de Lviv por acaso, não são ucranianos, eles falam russo, mantém os contactos permanentes com os seus criadores / financiadores russos, etc.
3. Os skins na foto são pró – russos, basta saber ler os cartazes, além disso, mais de 50% dos skins da Europa vivem na Rússia.

Anónimo disse...

Não era para o bruno, coitado, era para mim.

As perguntas que me fez devem-lhe ser remetidas a si:
- como é que sabe que não era ucraniano "de gema"?;
- como é que sabe que os skins eram russos (ah, claro, os ucranianos não são skins, é tudo gente boa);
- os skins na foto certamente que são pro-russos, caso contrário este blog chamar-se-ia "Da Ucrânia" e não "Da Rússia"....

Mas por favor, continue a martelar na mesma tecla, pode ser que alguém se convença. Contudo, daqui já sabe que não leva nada.