A primeira-ministra ucraniana, Iúlia Timochenko, declarou que passa para a oposição ao Presidente da Ucrânia, Victor Iuschenko, acusando-o de estar ligado à desestabilização no mercado financeiro.
“Declaro com toda a clareza que sou oposição a funcionários como o Presidente da Ucrânia, o director do Banco Nacional, a todos os grupos criminosos que os rodeiam”, frisou Timochenko numa conferência de imprensa realizada no sábado.
A primeira-ministra lamentou o facto de ter apoiado Iuschenko durante a “revolução laranja” de 2004, quando o actual Presidente do país foi eleito devido ao apoio popular.
“Tenho muita pena, porque esse homem, tenho em vista o Presidente Iuschenko, que apoiei em todas as praças, pelo qual fiz propaganda entre as pessoas, como por um político honesto, desceu a um nível que até tenho vergonha de pronunciar o seu apelido”, acrescentou.
Na sexta-feira à noite, Iúlia Timochenko exigiu que o Presidente Iuschenko e o dirigente do Banco Central da Ucrânia se demitam dos cargos, responsabilizando-os pela desvalorização brusca da moeda nacional: grivna, em relação ao euro e dólar.
“Eu não permitirei que Iuschenko repita os cenários de 1998. Enquanto eles ganhavam dinheiro, o banco “Ucrânia” foi sepultado. E, hoje, voltam a levá-lo à falência”, declarou Timochenko na sexta-feira à noite num programa televisivo do canal “Ucrânia”.
“Penso que, continua Timochenko, o Presidente do país, que hoje faz tudo segundo o principio de “quanto pior, melhor” deve demitir-se juntamente com o Banco Central”.
A primeira-ministra declarou também existir um plano de implantação do “poder presidencial directo através da declaração do estado de emergência” no país devido à crise económica e financeira.
“Não irei permitir isso!”, prometeu Timochenko.
A Ucrânia encontra-se numa situação económica e financeira extremamente complicada.
“Em Dezembro deste ano, o país pode ver-se numa situação de falência interna”, reconheceu Vladimir Stelmakh, presidente do Banco Central da Ucrânia, acrescentando que “o Governo já não tem meios para pagar os salários, as reformas, os compromissos internos e externos”.
O perigo de desintegração do país volta a pairar. Vladimir Litvin, dirigente da Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia, considera que o país se encontra “num ponto crítico”, a que se pode seguir “uma nova via para a ruína”.
“Além da crise económica e política, a Ucrânia atravessa uma crise de identidade nacional... O nosso Estado foi construído a partir de modelos alheios, sem repensar essa experiência, nem desenvolver a ideia à nossa maneira”, declarou Litvin numa entrevista publicada no semanário Zerkalo Nedeli.
O Leste e o Sul da Ucrânia são habitados maioritariamente por russos ou cidadãos ucranianos russófonos, enquanto que nas partes central e ocidental do país predomina a população ucraniana.
Além disso, alguns dos dirigentes russos não escondem o desejo de reaver a península da Crimeia, território ucraniano que fez parte da Rússia até 1954.
“Declaro com toda a clareza que sou oposição a funcionários como o Presidente da Ucrânia, o director do Banco Nacional, a todos os grupos criminosos que os rodeiam”, frisou Timochenko numa conferência de imprensa realizada no sábado.
A primeira-ministra lamentou o facto de ter apoiado Iuschenko durante a “revolução laranja” de 2004, quando o actual Presidente do país foi eleito devido ao apoio popular.
“Tenho muita pena, porque esse homem, tenho em vista o Presidente Iuschenko, que apoiei em todas as praças, pelo qual fiz propaganda entre as pessoas, como por um político honesto, desceu a um nível que até tenho vergonha de pronunciar o seu apelido”, acrescentou.
Na sexta-feira à noite, Iúlia Timochenko exigiu que o Presidente Iuschenko e o dirigente do Banco Central da Ucrânia se demitam dos cargos, responsabilizando-os pela desvalorização brusca da moeda nacional: grivna, em relação ao euro e dólar.
“Eu não permitirei que Iuschenko repita os cenários de 1998. Enquanto eles ganhavam dinheiro, o banco “Ucrânia” foi sepultado. E, hoje, voltam a levá-lo à falência”, declarou Timochenko na sexta-feira à noite num programa televisivo do canal “Ucrânia”.
“Penso que, continua Timochenko, o Presidente do país, que hoje faz tudo segundo o principio de “quanto pior, melhor” deve demitir-se juntamente com o Banco Central”.
A primeira-ministra declarou também existir um plano de implantação do “poder presidencial directo através da declaração do estado de emergência” no país devido à crise económica e financeira.
“Não irei permitir isso!”, prometeu Timochenko.
A Ucrânia encontra-se numa situação económica e financeira extremamente complicada.
“Em Dezembro deste ano, o país pode ver-se numa situação de falência interna”, reconheceu Vladimir Stelmakh, presidente do Banco Central da Ucrânia, acrescentando que “o Governo já não tem meios para pagar os salários, as reformas, os compromissos internos e externos”.
O perigo de desintegração do país volta a pairar. Vladimir Litvin, dirigente da Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia, considera que o país se encontra “num ponto crítico”, a que se pode seguir “uma nova via para a ruína”.
“Além da crise económica e política, a Ucrânia atravessa uma crise de identidade nacional... O nosso Estado foi construído a partir de modelos alheios, sem repensar essa experiência, nem desenvolver a ideia à nossa maneira”, declarou Litvin numa entrevista publicada no semanário Zerkalo Nedeli.
O Leste e o Sul da Ucrânia são habitados maioritariamente por russos ou cidadãos ucranianos russófonos, enquanto que nas partes central e ocidental do país predomina a população ucraniana.
Além disso, alguns dos dirigentes russos não escondem o desejo de reaver a península da Crimeia, território ucraniano que fez parte da Rússia até 1954.
10 comentários:
E no seu entender o presidente está ao serviço de que interesses estrangeiros? Será dos mesmos que organizaram uma manobra de diversão na Georgia?
Será este caldo de conflitos e cisões com o elevado risco de despoletar um confronto militar de carácter fraticida, que queremos admitir na NATO?
Tudo isto é indicativo que a Ucrânia deve ser ajudada sim, em todos os planos, menos no militar.
Cumpts
Manuel Santos
Eu já hoje tinha visto este artigo na imprensa. A situação realmente está a complicar-se, uma divida externa galopante, a Grivna já desvalorizou cerca de 50% , as principais industrias a terem que reduzir a produção.
Fiquei estupefacto saber que o Governo para fazer frente à escassez de pão, há alguns meses institui a distribuição de senhas. Apesar de terem tido uma colheita recorde, só que os agricultores preferem vender os cereais no estrangeiro onde os preços são mais elevados. Ao mesmo tempo os combustíveis e outros factores da produção agrícola subiram em média cerca de 150%. O que eu desconhecia também é que a Ucrânia tem sérios problemas demográficos.
A somar a isso tudo é essa peixarada entre o governo (da Princesa como é conhecida) e o presidente. Hoje fazem um acordo, amanhã rasgam-no, no dia seguinte renovam-no.
Na Rússia também vi hoje que a Avtovaz em Tigliatti vai encerrar até finais de Janeiro.
Mas nem tudo são más notícias, ontem vi na TV Russo que Moscovo foi brindada com sol que já não aparecia desde 14 de Novembro.
Cin.naroda
MSantos disse...
Será este caldo de conflitos e cisões com o elevado risco de despoletar um confronto militar de carácter fraticida, que queremos admitir na NATO?
Tudo isto é indicativo que a Ucrânia deve ser ajudada sim, em todos os planos, menos no militar.
Senhor Santos permita-me que lhe diga que o grande problema que afecta a Ucrânia não é qualquer tipo de ameaça ou de um conflito iminente , se entrar na OTAN aí a situação muda. O busílis da questão é outro, deve-se à instabilidade politica, as instituições não funcionam, há corrupção, mas isso os Ucranianos já se habituaram, aquela Senhora que actualmente é chefe do governo deu um rombo de 300 milhões de dólares numa companhia de gás que esteve a dirigir, está a ver que nada a afectou. O líder da oposição Ianukovitch esteve preso, em que foi afectado? Nada!
Se a Ucrânia sempre foi Eslava porque motivo se está a desviar das suas origens? Estão-se a criar cisões civilizacionais com consequências terríveis! O mais que poderia fazer a Ucrânia era permanecer neutral. Opinião de especialistas Ocidentais.
Senão veja logo esta contradição; estão a aliciar a Ucrânia a entrar para a OTAN. Ora a Ucrânia é uma grande fabricante de armamento, mas com estandartes próprios diferentes dos da OTAN. Depois como vai ser? Fecham as fábricas e começam a abastecer-se com armamento Ocidental para se adaptarem aos padrões da OTAN? Ou é a OTAN que vai adaptar-se aos padrões Ucranianos? Ou coexistem os dois padrões em simultâneo? Os países do antigo Pacto de Varsóvia que entraram para a OTAN não eram fabricantes de armamento como a Ucrânia por isso a coisa foi mais fácil.
Depois vem o mais difícil; estão a impingir ao povo Ucraniano se entrar para a OTAN também entra para a U.E.. Mas existem outros que esperam há mais tempo que é o caso da Turquia. Hipoteticamente vamos admitir que isso acontece-se. A Ucrânia é concorrente em produtos agrícolas com a U.E. se já se gasta uma fatia substancial do orçamento Comunitário para apoiar a PAC! Depois vão gastar mais? Entra para a OTAN, não entra para a U.E.. A crise está a tornar-se perigosa , não a resolvem de certeza que vão estalar conflitos, a Rússia discreta ou indiscretamente vai apoiar a sua região Russófona. Os Romenos pretendem reaver Ismailia, os Polacos ainda choram a perda da Galitcia. Desconheço se existe algum contencioso fronteiriço com a Hungria e a Eslováquia, mas se existir são mais umas achas para a fogueira.
Já percebeu o caldeirão que ali está em ebulição?
Sim a administração Bush tem tentado forçar a entrada da Ucrânia na OTAN, ainda aconteceu há pouco na reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros. Os países mais influentes da Europa não aceitaram por um lado para não desagradar à Rússia por outro sabem as consequências que isso pode trazer no futuro. A Ucrânia não precisa de qualquer ajuda militar, tem armamento suficiente e de qualidade, precisa de estabilidade politica apenas.
Um Putin fazia lá muita falta.
Cin.naroda
Senhor Francisco
Se acompanhasse os meus posts á mais tempo constataria que a minha linha de pensamento é essa.
Os ucranianos são um povo eslavo e fraterno do russos e como tal, esta aparente divisão é artificial e aqui vou ser mais papista que o senhor, foi provocada por que alguns falcões em Washington pensam que a maior ameaça que pode existir contra os Estados Unidos é...não haver ameaça externa.
Tudo isto faz parte do cerco que os círculos do poder americano vêm montando desde os 90s no intuito de neutralizar todo e quaisquer potencial russo.
Paralelamente a isto, haverá muita gente na Ucrânia que pensará que a partir do momento que façam parte da Aliança Atlântica, desce sobre eles, um escudo inexpugnável contra o qual a Rússia seria incapaz de marchar. Nada mais errado, e vai provocar simplesmente o oposto.
Na Ucrânia as pessoas pensarão também que ao aderirem ao bloco Ocidental vão ter investimentos e desenvolvimento que catapultarão o país a nível de riqueza e bem estar.
Dado o colapso do sistema financeiro actual, nada será mais caricato.
Apenas não concordo com a sua última frase:
"Um Putin fazia lá muita falta"
Pessoalmente acho que Putin nem sequer faz falta á Rússia.
O que estes países necessitariam era sim de líderes fortes, unânimemente aceites mas que aplicassem o capital no desenvolvimento e criação de mais valias em detrimento das tradicionais megalomanias militares como é o exemplo da Rússia querer construir seis frotas com porta-aviões. Deveriam ser líderes totalmente virados para os interesses do seu país e do seu povo, sem grupos económicos ou oligarcas a patrocioná-los, além do crime organizado e também que tivessem uma cultura mais democrática sem verem necessidade de afastar fisicamente opositores ou contestatários.
Neste ponto, Putin segue a mesma linha dos países árabes: investe as portentosas receitas dos combustíveis na fanfarronice militar, mantendo grande parte do povo na miséria.
Relativamente a Ieltsin, as diferenças são somente o facto dos actuais governates da Rússia serem insubmissos ao Ocidente e terem mais dinheiro para aventuras (até agora).
Paralelamente os que defendem os antigos soviéticos e satélites esquececem-se que os seus líderes também são maioritariamente eslavos e sofrem dos mesmos vícios ainda que de sentido oposto.
Mas obviamente isto é só a minha opinião.
Cumpts
Manuel Santos
Caro Manuel Santos,
Os ucranianos são um povo fraterno dos russos, é verdade. Mas nunca gostaram dos governos desse país. Isso vem de muito antes de Washington ditar as regras do mundo.
É assim há séculos, desde os primórdios do Império Russo, os povos do Leste Europeu -- esvavos, principalmente -- forem da Rússia como o diabo foge da cruz. Não somente do Leste, mas também os balticos, os caucasianos, a Finlandia...
POr que será isso?
Isso não tem nada a ver com Washington. Os EUA podem, no máximo, se aproveitar desse sentimento.
Gilberto
É verdade que a desconfiança sobre a Rússia sempre existiu devido ás suas tradicionais tendências imperiais e verdade seja dita, esta nunca contribuiu para acabar com essa desconfiança, muito antes pelo contrário.
No entanto temos de ver que os outros povos circundantes padecem dos mesmos e por vezes piores vícios.
Por exemplo, esse grande "democrata" ocidental que é Schakashvilli, que se fez apresentar com a bandeira da UE sem qualquer autorização, não teve nenhum complexo em reprimir opositores no ínicio deste ano.
O próprio presidente Iushenko celebrou a independência da Ucrânia com uma parada militar bem ao estilo soviético, bem como outras demonstrações dos mesmos tiques.
Se formos a ver, nestes países, a maioria dos governantes eram aparatchiks da URSS e votavam e aprovavam as leis soviéticas vivendo nessa altura, do aparelho comunista.
Como se diz aqui em Portugal, o vento mudou e os meninos viraram a casaca ou ainda num termo mais brejeiro, só mudaram as moscas.
Talvez isto seja um facto mais evidente para quem esteja de fora e tenha conhecido em tempos, a verdadeira democracia.
Quanto á sua última afirmação, sobre os EUA se estarem apenas a aproveitar, discordo plenamente, pois por volta de 88, quando o colapso da URSS já era evidente, havia já visitas constantes de delegados e membros das diversas "agencies" americanas nos focos de poder locais de modo a moldarem o futuro espaço pós-soviético.
Cumpts
Manuel Santos
Senhor M. Santos peço perdão mas o Senhor interpretou mal o sentido da minha afirmação. Quando eu disse que fazia falta um Putin na Ucrânia. Quem está atento ao que tem acontecido sabe donde vem Putin e quem dinasticamente lhe passou o poder. Sabe o seu comportamento e sabe de quem está ao serviço. Eu queria apenas dizer que no contexto politico da Ucrânia fazia lá falta alguém com a mão de Putin. Olhe até podia ser o Piotr Simonenko talvez fizesse melhor o que aquelas aves rapasses só têm piorado.
Quanto ao resto do seu comentário não só estou de acordo como enriqueci mais os meus conhecimentos, que apareçam outros participantes que conheçam do que se está a discutir para assim acrescentar mais interesse aos debates. Até podemos não partilhar da mesma opinião.
Cin.naroda
caro JM e demais amigos,
deixem-me aproveitar para juntar a minha às demais vozes preocupadas com a situação política e económica, ainda para mais hoje que me encontro no sul da Ucrânia.
o descalabro económico é duplo, já que o desvalorizar da moeda tem sido acompanhado, ao que me contam, de um acréscimo atroz do custo de vida, nomeadamente no que a bens alimentares diz respeito. por outro lado não se vislumbram alternativas no plano político, já que essa paisagem é dominada por personagens famosas pelos respectivos envolvimento em casos de corrupção; para tornar as coisas ainda mais complicadas a forma como se tem tentado construir uma entidade nacional que não leva em linha de conta a diversidade linguísitica e cultural desta vasta nação não augura nada de bom do ponto de vista da paz social, se entendida no médio prazo. e apesar de tantas reticências à medida que vou conhecendo melhor a Ucrânia e os Ucranianos mais me convenço que é um país cheio de potencial, com um capital humano pelo menos tão capaz como o lusitano e que faria sentido integrar, senão na UE, certamente num contexto de cooperação política e económica com a nossa Europa - e nunca à posteriori em relação a uma eventual adesão à OTAN, que aliás parece-me ser um dossier mal gerido e com potencial para enquinar debates mais prementes.
um abraço da crimeia,
joao bacelar
Leitor João Bacelar, continue a enviar notícias da Crimeia.
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