Alexandre Bastrikin (na foto), chefe do comité de inquérito da Procuradoria russa, veio afirmar que: "podemos dizer que fomos testemunhas do genocídio do povo osseta", e apresenta as suas provas: 162 civis ossetas do sul foram mortos durante a guerra de Agosto e não cerca de 500 como afirmam as autoridades da Ossétia do Sul.
"O importante não é o número, o importante é que determinámos que se tratou de uma acção consciente e planeada (dos georgianos) para destruir os ossetas enquanto grupo étnico", explicou.
"Isto permite-nos colocar a questão da responsabilidade dos dirigentes (georgianos), qualquer que seja a sua função", adiantou Bastrikin.
Antes de comentar as palavras deste homem da justiça russa, gostaria de sublinhar que considero que a morte de qualquer pessoa, independentemente da nacionalidade, sexo, raça, etc., etc., é uma tragédia e que os culpados devem responder perante a justiça.
Mas passemos agora aos números e vejamos. Se Moscovo considera que assassinar 162 civis ossetas é um genocídio, porque é que não reconhece que o Holodomor (grandes fomes) na Ucrânia não é também um genocídio? Essa praga provocada por Estaline provocou milhões de mortos.
Eu sempre defendi que o Holodomor não é um genocídio, mas um crime contra a Humanidade, mas o sr. Bastrikin faz-me realmente mudar de opinião.
Podem dizer-me que o Holodomor já foi há muito tempo, mas então lembro um caso mais recente e que ocorreu dentro da própria Rússia, sublinho, não foi fora das suas fronteiras.
Nas duas guerras da Tchetchénia, que se iniciaram em 1994 e duraram, com curtos intervalos, mais de dez anos, as tropas russas mataram centenas de milhares de civis, não foi de guerrilheiros e terroristas armados, mas de homens, novos e velhos, de mulheres, novas e velhas, e de crianças. Repito, e não estou a exagerar, centenas de milhares.
Alguma vez o Kremlin considerou isso um genocídio do povo tchetcheno?
Contas mais do que esquisitas e que mostram a urgência de uma investigação internacional sobre a guerra de Agosto entre a Rússia e a Geórgia. Na altura, os justificadores das acções de Moscovo falaram até em 1500 mortos e mais, mas, no fim de contas, não foram nem quinhentos, como diziam as autoridades separatistas da Ossétis do Sul, chefiadas por um senhor chamado Kokoiti, muito pouco credível e honesto.
Não serão as palavras do Sr. Bastrikin um exemplo acabo de hipocrisia e padrões duplos?
Rejeito explicações do tipo "os norte-americanos fazem o mesmo", porque este blog chama-se "Darussia".
"O importante não é o número, o importante é que determinámos que se tratou de uma acção consciente e planeada (dos georgianos) para destruir os ossetas enquanto grupo étnico", explicou.
"Isto permite-nos colocar a questão da responsabilidade dos dirigentes (georgianos), qualquer que seja a sua função", adiantou Bastrikin.
Antes de comentar as palavras deste homem da justiça russa, gostaria de sublinhar que considero que a morte de qualquer pessoa, independentemente da nacionalidade, sexo, raça, etc., etc., é uma tragédia e que os culpados devem responder perante a justiça.
Mas passemos agora aos números e vejamos. Se Moscovo considera que assassinar 162 civis ossetas é um genocídio, porque é que não reconhece que o Holodomor (grandes fomes) na Ucrânia não é também um genocídio? Essa praga provocada por Estaline provocou milhões de mortos.
Eu sempre defendi que o Holodomor não é um genocídio, mas um crime contra a Humanidade, mas o sr. Bastrikin faz-me realmente mudar de opinião.
Podem dizer-me que o Holodomor já foi há muito tempo, mas então lembro um caso mais recente e que ocorreu dentro da própria Rússia, sublinho, não foi fora das suas fronteiras.
Nas duas guerras da Tchetchénia, que se iniciaram em 1994 e duraram, com curtos intervalos, mais de dez anos, as tropas russas mataram centenas de milhares de civis, não foi de guerrilheiros e terroristas armados, mas de homens, novos e velhos, de mulheres, novas e velhas, e de crianças. Repito, e não estou a exagerar, centenas de milhares.
Alguma vez o Kremlin considerou isso um genocídio do povo tchetcheno?
Contas mais do que esquisitas e que mostram a urgência de uma investigação internacional sobre a guerra de Agosto entre a Rússia e a Geórgia. Na altura, os justificadores das acções de Moscovo falaram até em 1500 mortos e mais, mas, no fim de contas, não foram nem quinhentos, como diziam as autoridades separatistas da Ossétis do Sul, chefiadas por um senhor chamado Kokoiti, muito pouco credível e honesto.
Não serão as palavras do Sr. Bastrikin um exemplo acabo de hipocrisia e padrões duplos?
Rejeito explicações do tipo "os norte-americanos fazem o mesmo", porque este blog chama-se "Darussia".
21 comentários:
Sr. Milhazes,
Ao deixar específico que rejeitaria colocações do tipo "Os Americanos Fazem o Mesmo", porque o blog se chama Darússia, não representaria uma negação dos fatos e da realidade? Com certeza este blog tem um objetivo que é o de trazer notícias, informações e fomentar debates sobre a Rússia e países adjacentes a região, mas limitar a visão dos fatos a um só ambiente, sem refutar a culpabilidade de atrocidades similares perpetradas por outras nações é querer tapar o sol com a peneira. O Sr. sempre defendeu que queria uma investigação internacional sobre este conflito, sei que escreve sobre este país, mas nunca vejo um posicionamento diferente, que não seja o de acusação e em momento algum se vê um posicionamento que comente sobre as atrocidades americanas ou o absurdo que continua a ser a ocupação do Iraque.
Caro Wandard, o que quero dizer é que uns crimes não justificam outros. É que alguns vêem com o argumento de que os "americanos também fazem". Isso não é justificação. Estou de acordo consigo de que a ocupação do Iraque foi um crime, já disse e escrevi isso várias vezes. Frisei esse aspecto no meu post apenas para que as opiniões se centrem no fundamental: na forma demagógica, diria mesmo primitiva, com que tenta explicar algumas coisas. O Sr. Bastrikin quer fazer dos habitantes da Rússia, de toda a opinião pública idiotas.
Concordo, um erro não elimina mesmo o outro; Veja só, eventuais crimes cometidos pelo Estado Soviético e depois pelo Estado Russo devem ser investigados e se for comprovada a culpa, os responsáveis devem ser punidos, no entanto, eles não eximem o Estado Georgiano de ser responsabilizado por abusos que ele tenha cometido recentemente. Não importa se foram 162, 500 ou 1500 pessoas mortas para se configurar genocídio, mas sim a intenção do assassinato. Foram mortos unicamente por serem serem ossetas? Então é genocídio. Se não, é assassinato em massa mesmo. Isso, volto a repetir, não inocenta o Estado russo do que quer seja, mas não vai ser a culpa russa que vai eximir o Estado georgiano do que quer que seja.
Caro Hugo, não houve a minha parte desejo de eximir o Estado georgiano. Se o inquérito internacional provar que Saakachvili ou outros dirigentes georgianos foram culpados, seja feita justiça.
Gostaria de levantar duas questões a este respeito:
1) 162 mortos foi o número confirmado, embora tenha havido uma série de relatos de cadáveres enterrados em quintais durante os combates em Tskhinvali, o que poderia inflacionar o número, certo?
2) A questão do Holodomor foi abordada um destes dias na edição online da RIA Novosti por um comentador convidado, que dizia ser a Grande Fome dirigida a determinados estratos sociais (os camponeses a quem o Kremlin queria impor a colectivização agrária) e não a determinados grupos étnicos, sendo esta última a comum definição de genocídio. Concorda?
Em todo o caso, partilho da sua opinião, este tipo de personagens a debitar este tipo de enormidades insultam a memória de todos os que sofreram em todas as tragédias que evocamos...
Sr. Milhazes,
E também não foi minha intenção dizer que o senhor pretende eximir o Estado georgiano do que quer que seja. Apenas pontuei que uma eventual hipocrisia russa na história recente não muda em nada a situação de Saakashvili e dos seus - nem pra pior ou pra melhor -,mas sim a natureza e o conteúdo da denúncia. Portanto melhor do que especular o que quer que que tenha acontecido na história recente da Rússia, o importante é manter o foco no caso em tela e em eventuais fatos conexos, dentre os quais eu não classificaria nem o Holomodor, tampouco a Guerra da Tchetchênia.
Simões,
Entrando no mérito do Holomodor, apesar do crime de Genocídio aparentemente enquadrar apenas casos de limpeza étnica - ao menos etimologicamente deveria sê-lo -, parece-me que ele foi estendido pela ONU para enquadrar casos de eliminação sistemática de grupos humanos de um modo geral. Mas sim, o caso em questão não foi um crime contra o povo ucraniano pelo simples fato deste sê-lo, mas sim contra os camponeses que não aceitavam o sistema agrário soviético e em graus menores, porém relevantes, impactou sobre os camponeses de toda a URSS. Ainda assim, pela definição atual de genocídio, sim, esse caso talvez pudesse ser classificado como um, não por motivos de limpeza étnica, mas por causas políticas.
Caro Simões e Hugo, do ponto de vista legal, o Holodomor não é um genocídio, porque não havia a intenção de exterminar um povo, mas classes sociais. Por isso, penso que se trata de um crime contra a Humanidade. Se se seguir o raciocínio do Sr. Bastrikin, então o Holodomor é um genucídio não só do povo ucraniano, mas também russo, cazaque, bielorrusso, judaico, et., ou seja dos povos que sofreram com essa e outras pragas estalinistas.
Penso que as palavras não se devem banalizar, tanto mais quando se trata de um conceito tão grave como o genocídio.
Sr Milhazes,
Como o Sr. mesmo comentou, e claro é um fato, o Holodomor não atingiu apenas os ucranianos, apesar de um enorme percentual deste povo ter sido dizimado, e é certo que as características desta atrocidade não configuram como genocídio, dentro do entendimento legal, mas então quem responsabilizar ou julgar, já que o Holodomor atingiu os soviéticos na época da URSS e hoje esta não mais existe, assim como o próprio Stalin? Hugo, concordo que um crime não elimina outro, e claro, crimes tem de ser investigados, culpados encontrados e julgados. O problema que no caso georgiano, não existem fatos a serem investigados, mas sim negados e/ou encobertos. É mais do que claro que foi a consequência de jogo de interesses dos EUA e aliados, contra a Rússia. Interesses estes econômicos e estratégicos, bem figurados pelo pipeline Baku-Tiblisi-Ceyhan, com 55 km na Ossétia do Sul, que tiraria da Rússia um importante recurso econômico dos hidrocarbonetos, e a possível instalação de forças da Otan no quintal caucasiano da Rússia. A Geórgia foi a marionete, os americanos e aliados subestimaram a Rússia e a Georgia pagou o pato, o resto é jogo de cena para impressionar.
Obviamente a Rússia tinha que apresentar um inquérito em que o agressor seria a Georgia, assim como esta apresentou aquele outro culpando a Rússia, há poucos dias.
Acho irrelevante qualificarmos como genocídio, hecatombe, crimes contra a humanidade, etc. O importante é que todas estas acções mataram pessoas inocentes e mesmo outras que não fossem, deveriam ter tido direito a outro tipo de justiça, independentemente da classificação que isto tenha.
Sobre o holomodor, já foi debatido neste blog, e apesar de se ter tentado conotar a intenção á Rússia (por alguns participantes), todos os povos soviéticos foram vítimas. Mais: o holodomor não foi o único grande crime do georgiano (já que algumas pessoas gostam tanto de chamar os bois pelos nomes), Estaline, durante o seu reinado matou muita e valorosa gente de todas as etnias e quadrantes (e temos de o dizer, a maioria eram comunistas) que se calhar, quantificados serão tantos ou mais que o holodomor. Pena é que os apontadores habituais também não se lembrem deles. E além de Estaline, existiram todos os líderes soviéticos que também cometeram crimes monstruosos, tais como Lenin, Kuroshev, Brejnev, Andropov e Gromicko não tantos porque a saúde não deixou. Obviamente não consigo incluir aqui Gorbachov, mas isso é só uma opinião minha.
Sobre a Tchechenia, os Russos foram pura e simplesmente bárbaros e criminosos. Na minha opinião, haveria mil vezes mais razões de levantamento contra a Rússia por parte do Ocidente do que todo aquele alarido por causa daquele arruaceiro de Tbilissi.
E isto apesar dos então líderes Tchechenos quererem instalar um califado talibã, opressor, assassino, com todas aquelas "maravilhas" dos regimes fundamentalistas islâmicos, que obviamente seria uma ameaça á Rússia tal como o Afeganistão foi para o mundo.
Lembra-me de assistir a um video que me chocou imenso onde estes selvagens degolavam soldados russos a implorar pela vida. Foi das coisas que mais me impressionaram (e evito lembrar-me) e sei que também se passava o mesmo em sentido contrário.
Se nós olharmos para todo este panorama só encontramos culpados e ninguém é inocente.
Mas tenho de trazer os Estados Unidos á berra, não pela razão que o José Milhazes referiu, pois quem me conhece sabe que não alinho por esse estilo de retórica, mas sim na sua responsabilidade nestes conflitos, pois apadrinharam e promoveram algumas destas facções, sendo o mais óbvio exemplo, o Senhor Schakashvilli, ou até o presidente ucraniano cuja esposa era até há bem pouco, americana e trabalhava numa daquelas "agencies".
Relativamente á investigação internacional é que neste momento o mundo está tão mergulhado num ambiente de faccciosismo e parcialidade chocantes que não encontro nenhuma entidade fidedigna para realizar tal estudo com a devida isenção que se lhe exige.
Depois de toda esta retórica inflamada, longa, e porque não, chata, resta-me desejar a todos os participantes, mas mesmo todos, um Bom Natal e Feliz 2009 e que continuemos todos a esgrimirmo-nos pelas nossas convicções
Cumpts
Manuel Santos
Senhores,
O que eu quis dizer no meu segundo comentário - inclusive corrigindo o que eu tinha colocado no primeiro comentário e que eu só vim confirmar agora - é que não eu, mas a ONU entende "Genocídio" como algo mais amplo que, por sua vez, extravasa a questão da limpeza étnica. Pessoalmente eu não concordo com isso, porque descaracteriza o sentido do termo bem como, de fato, banaliza o crime.
No entanto, o que a definição 260(III) feita na Assembléia Geral de 48 que passou a vigorar em 1951 diz, em seu Artigo II, que genocídio é "(...)qualquer dos seguintes atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:
(a) matar membros do grupo;
(b) causar lesão grave à integridade de física ou mental de membros do grupo;
(c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;
(d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
(e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo.
Portanto, segundo a ONU, se for comprovada que o que ocorreu no Holomodor não foi fruto de omissão, então estamos diante de genocídio que, inclusive, é crime imprescritível.
Obviamente tal caso não se deu por motivos étnicos, mas já que teve fundo político, então...
Por outro lado, se vocês lerem com atenção a definição, isso complica o lado georgiano na recente aventura que o país se meteu.
Wandard
O governo americano armou e treinou as forças armadas georgianas e para isso contou, inclusive, com o apoio de aliados seus como Israel, por exemplo. Em troca a Geórgia mandou tropas para o Iraque. Isso faz parte da estratégia de cerco à Rússia ao qual eu me referi no meu último comentário no post sobre os automobilistas.
A administração Bush, em sua infinita incompetência e imoralidade, armou Saakashvili achando que mesmo que ele fosse mais canalha ou burro do que aparentasse, o máximo que aconteceria seria a Rússia atolar em um guerra novamente. Ledo engano. O presidente georgiano é mais burro e canalha do que eles acreditavam ao mesmo tempo que a Rússia não atolou no combate. Felizmente.
Hugo,
Concordo com você plenamente e Manuel, como sempre fez boa participação, com educação e o equilíbrio que lhes são sempre pertinentes.
A todos um Feliz Natal e grande abraço.
"Caro Wandard, o que quero dizer é que uns crimes não justificam outros"
Não está precisamente o meu Caro Milhazes a justificar o da Osétia do Sul?
Desculpe que lhe diga mas na questão da Ossétia quase que me parece o seguinte: chama a alguém ladrão e esse alguém que prove que não é. Até o demonstrar será sempre ladrão...
Um pouco doentio, convenhamos.
Leitor, toulixado, não compreendi o seu raciocínio. Eu estou a justificar o quê realizado por quem, pois no conflito da Ossétia do Sul há váriasa partes.
Senhor Milhazes; o Senhor como jornalista sabe melhor que todos aqueles que participam neste fórum que a primeira vitima a tombar na guerra é a Verdade. Portanto os comentários de A. Bastrikin ou de qualquer outro que esteja envolvido neste conflito não nos devem surpreender. Acho no mínimo estranho a forma como o Senhor J. Milhazes coloca este assunto, tentando relacioná-lo com as outras questões que põe mais á frente. O Senhor J. Milhazes como jornalista também sabe que a manipulação da informação é o melhor meio para controlar a opinião pública no sentido de apontar um culpado e encontrar uma vitima. Não é por acaso que a desinformação é a primeira arma a ser usada em todas as guerras!
Com isto não pretendo relacionar o seu artigo com aquilo que se costume dizer , meter os ovos todos no mesmo cesto, só que da forma como está o colocado pode levar a essa interpretação. Quanto ao numero de vitimas, se morressem dez ou vinte já era dramático. ( Fala-se em 162, não esqueça que o Sadam foi enforcado por 148) , foram vitimas inocentes de um conflito que não é recente, em que forças forâneas àquela região por muitos e variados motivos só têm contribuído para o agudizar cada vez mais. Atribui-se aos pipelines a razão principal . Mas existem outras razões não menos preocupantes. Como o perigo de uma erupção do vulcão étnico do Cáucaso que pode alastrar sem controle a toda a Federação Russa, nesse ponto a Rússia tem legitimidade de o evitar por todos os meios. E donde pode partir essa ameaça senão da fronteira sul da Rússia? O Senhor sabe muito bem que as relações entre a Rússia e a Geórgia se azedaram ainda mais, quando Moscovo acusou Tbilissi por permitir a passagem de apoio aos Tchetchenos através do desfiladeiro de Pankisi ( creio que houve bombardeamentos por parte da aviação Russa).
No conflito de Agosto ultimo observei um dado curioso, que passou despercebido à maior parte dos telespectadores. Houve jornalistas que não passaram para além de Vladikavkaz, portanto a mais de 150 km da fronteira da Ossétia do Sul (Rokskii), narravam os acontecimentos como os tivessem presenciado. Do lado da Geórgia foi igual.
Quanto à Techetchenia, Senhor Milhazes não podemos reduzir o km ao metro sustentando a mesma distância, este conflito tem raízes muito profundas e duradouras, é um acto de justiça de todos não esquecer as vitimas e o sofrimento da população, isso seria estar conivente com tudo o que se tem passado, mas de igual modo também não se pode ser hipócrita ao ponto de chorar as vitimas e não acusar todos os culpados da tragédia.
Senhor Milhazes não sei se conhece um trabalho de Galina Zauberkova uma etnóloga Tchetchena?
O povo Tchetcheno é um povo guerreiro por necessidade, nunca ao longo da sua história tiveram um estado organizado, sempre viveram em clãs ou “Teipes” tentaram instituir o reino Sinsir no século XIV mas por pouco tempo, com a invasão de Temerlão perderam mais de dois terços da população , não se renderam, refugiando-se nas montanhas e daí prosseguiram a resistência
Quanto ao conflito actual, embora com toda a sua envolvente histórica, temos que ser clarividentes na análise da situação no sentido de não deixar-mos voluntária ou involuntariamente escapar responsabilidades a quem de facto lhes cabe.
Yeltsin na sua ânsia de poder não olhou a meios para atingir os fins, prometeu ao líder Tchetcheno Dudaiev tanta soberania quanto pudesse digerir, só que este tinha um apetite insaciável, pode dizer-se um apetite canino. Só lhe interessava a independência! O que se seguiu é do conhecimento geral a confusão que se gerou e da forma como já estava a alastrar às regiões vizinhas, a Tchetchenia tornou-se numa escola de Wahhbismo, as perseguições e expulsões de quem não fosse da etnia Vainakh, o tráfico de armas de drogas de ouro de divisas não tinham quaisquer regras. Aquela fanfarronice de Gratchov que ocupava Grosny em duas horas com um só regimento de pára-quedistas. Sofreu um desastre estrondoso com a ofensiva lançada pelas forças de elite na véspera de ano novo , perderam mais de mil homens e várias centenas de tanques. De seguida houve quase uma rebelião nos altos comandos militares com demissões em massa.
Os dez anos de guerra na Tchetchenia trouxeram prejuízos tremendos à Rússia , viu-se em apuros para dominar a rebelião , quem pode esquecer Budionovsk, Buinaks,Volgodonsk, Kaspiisk, Kisliar, Beslan, kaschirka ou Nord-Ost. E com a ofensiva Russa para retomar o controle da situação, também não se pode esquecer centenas de milhares de civis mortos, milhares de civis e militares mutilados, povoações arrasadas, a economia destruída, milhares de pessoas em campos de refugiados. Tudo isto é dramático para quem o viveu. E tem responsáveis; no entanto tentar atribuir-se a exclusividade das responsabilidades a Putin é um acto de má fé.
Quanto ao Holodomar o meu comentário é que Estaline as intempéries que contribuíram para o mau ano agrícola e os Koulaks, tudo junto têm servido como óptimo meio de propaganda para desacreditar o Socialismo e tudo o que representou para a libertação dos povos na sua luta contra o grande capital. A única grande asneira que me apetece dizer, que não é mais que um desenterrar de fantasmas.
A grande campanha mediática que se tem observado ultimamente não é chorar os mortos dessa grande catástrofe, mas sim assassinar as mentes dos que estão vivos.
Cin.naroda
Leitor Francisco, encontra-se justificações para os maiores crimes é só procurar com atenção. Leia com atenção o que eu escrevi. Eu não acusei particularmente o Sr. Putin de alguma coisa, mesmo na Tchtchénia, pois ele está longe de ser o único responsável.
Quanto àquela de "denegrir o socialismo", desculpe, os fascistas e nazis podem, com ops mesmos argumentos, dizer à Humanidade que já é tempo de esquecer os campos de concentração e de olhar para "a parte positiva" de Hitker e Mussolini. Volta-se à política dos dois pesos e duas medidas...
Sinceramente senhor Milhazes.
O senhor não tem nem apresenta provas dó alegado genocídio do povo Checheno e, não obstante, tem a liberdade de dizer o que quer sabe-se lá porquê. E afirma que ah e tal é genocídio.
Mas, quando todos já vimos o que aconteceu na Ossetia do Sul, o senhor tem dificuldades em classificar o genocídio de genocídio. Talvez o seu problema seja o de significado da palavra genocidio.
Olhe, passe um bom ano de 2009!
Sinceramente...
"Ao deixar específico que rejeitaria colocações do tipo "Os Americanos Fazem o Mesmo", porque o blog se chama Darússia, não representaria uma negação dos fatos e da realidade?"
Não, ó esperto. Se os Brasileiros fazem o mesmo, não tem nada a ver com o que os Russos os Geórgios os Ossetas e os esquimós fazem.
O senhor também deve acreditar que dizer que as aranhas não têm asas é "uma negação dos factos e da realidade" porque os sapos têm asas.
Ó rapazola, cresce! E já agora, aconselho-o a frequentar uma Igreja Católica como deve de ser para exorcisar esse tipo de... pensamentos, chamemos-lhe assim, que o seu mal é mesmo no âmbito da formação moral. É o que dá as IURDes e coisas do género.
Sinceramente.
"Caro Hugo, não houve a minha parte desejo de eximir o Estado georgiano."
Mas, olhe, senhor Milhazes, que não parece. Não parece mesmo.
"o Holodomor não é um genocídio, porque não havia a intenção de exterminar um povo, mas classes sociais. Por isso, penso que se trata de um crime contra a Humanidade."
Por essa lógica, todo o Comunismo - e algumas formas de Socialismo - são crimes contra a Humanidade porque assentam em praticar crimes contra a Humanidade.
E tenho dito já há muito tempo. Qualquer pessoa com dois dedos de testa o sabe. Mas agora pergunto-vos: E aqueles que apesar de não terem qualquer poder, apoiam o Comunismo, apoiam discaradamente crimes contra a Humanidade, como muitos, e provávelmente a maioria, neste blog? São o quê? Criminosos contra a Humanidade, ou são apenas ignorantes?
Questões interessantes que eu gostaria de ver um dia respondidas da boca de um Comunista. Mesmo que esse Comunista seja um cripto-Comunista ou "Ignorante-ó-Comunista" (Comunista sem o saber).
A sério que gostava.
Mas, segundo as lições de Lenine, só um Judeu me poderia dar uma resposta a isto porque os outros Comunistas são uma cambada de brutos ignorantes.
Interessante...
Eu fico parvo como alguém tão inteligente e aparentemente bem informado como o Frasisco, é "de esquerda"...
Deve ter sido qualquer coisa profunda... aquando ele era pequeno...
Oh Afonso Henriques, critique, mas escolha as palavras. As coisas mais difíceis podem ser ditas com as palavras mais correctas.
Não sei onde aprendeu o calão e os insultos que utiliza, mas digo-lhe, como pessoa que nasceu, viveu e foi educada entre a Póvoa de Varzim e Caxinas, passei uma excelente escola, diria mesmo universidade, nesse género escrito.
Mas não recorro a semelhantes palavras porque tenho respeito pelos leitores, entre os quais está você. Se o Afonso Henriques acha que tem algum privilégio aqui, engana-se. Nem sequer o D.Sebastião tem.
E mais uma coisa. Por vezes, recebo mailes ou comentários com um insultos iguais aos seus, que posso garantir-lhe que foram escritos por marxistas-leninistas. Não queira ser igual a eles e, como aconselha os outros a ir à Igreja, não blasfeme.
"como aconselha os outros a ir à Igreja, não blasfeme".
Nunca tinha ouvido esta expressão tão engraçada! :o)
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