domingo, janeiro 18, 2009

Moscovo à espera de Barack Obama


O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, declarou que a Rússia espera que o Barack Obama cumpra as suas promessas eleitorais no que respeita às relações russo-americanas.

“Estamos à espera da realização das suas promessas durante a campanha eleitoral. Ouvimos e vimos sinais positivos, dirigidos na nossa direcção”, declarou o primeiro-ministro russo, numa entrevista a órgãos de informação alemães.

Segundo Putin, esses sinais dizem respeito à instalação do sistema de defesa antimíssil na Europa, que não poderia ser tão inadiável como considerava a administração de Bush. Moscovo chama também a atenção para as declarações de Obama sobre a segurança a Ucrânia e da Geórgia, que pode ser garantida por outros meios que não a adesão desses países à NATO.

Moscovo manifesta-se contra a instalação do sistema de defesa antimíssil norte-americano na Polónia e na República Checa e contra a adesão da Ucrânia e da Geórgia à NATO, considerando que esses passos visam enfraquecer a sua segurança.

“Ouvimos e estamos completamente de acordo de que temos muito em comum na solução dos problemas da corrida aos armamentos, da sua redução e no seu controlo. Isso diz também respeito aos problemas no Médio Oriente, do Irão, e de não proliferação de armas e tecnologias nucleares”, acrescentou Putin.

Igor Chatrov, analista russo, considera que a actual crise financeira e económica universal poderá contribuir para um melhoramento das relações entre Moscovo e Washington, porque a administração norte-americana não possuir meios financeiros para realizar os projectos que irritam o Kremlin. “

Se algo dificultar a instalação do sistema antimíssil na Europa, será antes a crise económica do que a posição da Rússia face a esse problema. A Ucrânia e a Geórgia não entrarão na NATO devido à sua instabilidade interna, e não devido à renúncia por parte da NATO à sua política de alargamento para Leste”, escreve Chatrov.

Rustem Djangujin, perito em assuntos internacionais, defende uma oposição diametralmente oposta. “A era em que Rússia e Estados Unidos tentavam assustar o outro passou sem retorno. Porém, a política dos EUA em relação à Rússia consistirá na realização dos projectos antes declarados, nomeadamente a instalação do sistema de defesa antimíssil em antigos países socialistas e as adesões da Geórgia e da Ucrânia à NATO”, sublinha.

Nikolai Chaporin, analista político e antigo adido militar russo, está de acordo com Djangujin, mas acrescenta: “A política dos Estados Unidos para com a Rússia continuará a ser dura. Talvez se torne mais inteligente e refinada, o que não poderá ser por nós considerado um aspecto positivo”.

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