sexta-feira, janeiro 02, 2009

Quando o tubo de gás se transforma em cacete político e económico


A nova “guerra do gás” entre a Rússia e a Ucrânia veio mostrar uma vez mais que os combustíveis podem ser uma poderosa arma não só na luta política, como tanto na penetração económica em mercados estrangeiros. O Kremlin utiliza-a manobrando, por exemplo, o preço do gás para os países vizinhos.
Victor Iuschenko, Presidente da Ucrânia, não esconde a intenção de aproximar o seu país da NATO, sendo este obrigado a pagar um preço maior pelo gás importado da Rússia. Alexandre Lukachenko, Presidente da Bielorrússia, conduz uma política externa mais ambígua, mas que mais vai ao encontro do Kremlin, conseguindo assim preços especiais.
As antigas repúblicas soviéticas do Báltico: Letónia, Lituânia e Estónia, que já aderiram à NATO e à UE, pagam cerca de 500 dólares por mil metros cúbicos de gás russo, ou seja, o preço médio europeu.
Como a Ucrânia acumula dívidas face à Rússia e está mergulhada numa profunda crise financeira, económica e política, o Kremlin tenta utilizar essa situação também para promover em Kiev políticos da sua confiança.
Esta política traduz-se nos seguintes números. No início de Dezembro de 2008, Alexei Miller, director do consórcio gasífero russo Gazprom, anunciou que Kiev deveria pagar 418 dólares por mil metros cúbicos de gás russo. As autoridades ucranianas recusaram esse preço, considerando que, nesse caso, Moscovo teria de passar a pagar mais de dois dólares pelo transporte de mil metros cúbicos de gás em cada cem quilómetros (presentemente, a Gazprom paga 1,7 dólares), o que compensaria as perdas ucranianas.
O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, baixou a fasquia para 250 dólares por mil metros cúbicos de gás, mas Iuschenko diz estar disposto a pagar entre 204 e 210 dólares. Alexei Miller, presidente da Gazprom, considerou a posição ucraniana "ingrata" e voltou a repor o preço nos 418 dólares.
Mas mesmo que Kiev consiga impor o seu preço, ele ficará bem acima dos preços praticados entre a Rússia e a Bielorrússia. Em 2008, se a Ucrânia pagou 179,5 dólares por mil metros cúbicos de gás, a Bielorrúsia desembolsou 119 dólares. Moscovo recusa-se a revelar o preço do seu gás para a Bielorrússia em 2009, mas o porta-voz da Gazprom, Serguei Kuprianov, declarou que “ele irá ser significativamente superior a 120 dólares por mil metros cúbicos”. Os analistas russos consideram que o preço deverá rondar os 128 dólares.
É de sublinhar que, no caso da Bielorrússia, a causa dos baixos preços é não só política mas também económica. Lukachenko teve de ceder à Gazprom 50 pc das acções da Beltransgaz, empresa que gere o troço bielorrusso do gasoduto que liga a Sibéria à Europa Ocidental.
O mesmo se passou na Arménia, onde a Gazprom aumentou a sua presença na empresa mista ArmRosgazprom e conseguiu autorização para construir um gasoduto estratégico que ligará a Arménia ao Irão.
A Moldávia, outra antiga república da União Soviética, também conseguiu bons preços do gás depois do seu Presidente, o comunista Vladimir Voronov, ter recusado a ideia da aproximação do país à NATO ou da sua integração na vizinha Roménia. Em 2009, as autoridades moldavas irão pagar 211 dólares por mil metros cúbicos de gás natural russo.

57 comentários:

Anónimo disse...

Pois é, mas parece que parte da Europa não vê isso. Por exemplo a Alemanha que fez uma acordo com a Rússia para construção de um "pipeline" no báltico.
A Alemanha, antes um país orgulhoso e que estava se recuperando do seu passado nazista, agora pode se tornar refém de um Rússia cada vez mais belicista e que usa o seu potencial energético como arma política. Que herança querem deixar para as futuras gerações alemãs.
A máxima independência energética possível, através do forte investimento em energias renováveis, é o único caminho que a UE tem a seguir para não se tornar um poder secundário nesse século.

augusto

Anónimo disse...

dizem que a chantagem é uma invenção russa


sérgio
salvador

Anónimo disse...

Devido a situação muito complicada da Ucrânia, a Polônia já está trabalhando a possibilidade de sediar a próxima Eurocopa em 2012 sozinha.

augusto

Hugo Albuquerque disse...

É o complexo jogo da geopolítica mundial. Não vejo isso como uma questão de uma Rússia belicista contra um "Ocidente" bonzinho; o chamado "Ocidente" não pensa duas vezes para jogar duro contra a Rússia, como se pode constatar por essa construção desse cerco todo que mais parece ter em vista a redução das fronteiras russas às da Moscóvia. É necessário que o "Ocidente" adote uma postura mais construtiva para início de conversa. Por enquanto, só estou vendo uma política de ferro e fogo que estimula ações como essas ou até piores. A Rússia tem o seu lugar no mundo, não é correto acua-la, pois aí o país terá todo o direito de se defender e as relações entre os países peransecerá em uma perene animosidade.

PS: Usando o critério de paridade de poder de compra - que estima os valores reais das economias, corrigindo distorções cambiais -, a Rússia deve confirmar um resultado do PIB em 2008 que a colocará na segunda posição no continente europeu, perdendo apenas para a Alemanha.

Anónimo disse...

Pena que todo esse "PIB russo" não seja usado para benefício de sua própria população. Como fica evidente analisando os dados sociais desse país.


sérgio

Anónimo disse...

Quem tem cartas, joga-as. É certo que os russos não são santos nenhuns mas a UE e os USA não têm hesitado em tomar acções hostis perante Moscovo. A Ucrânia se quer ser "ocidental" tem de pagar por isso. Não se pode comer as uvas e fazer o vinho

Hugo Albuquerque disse...

Sérgio,

Mas o PIB, como o próprio nome diz, é o Produto interno Bruto, logo diz respeito à produção bruta inteira do país. É importante no sentido quantitativo e geopolítico.

Para uma análise qualitativa é preciso pensar a partir da lógica do PIB per capta - no caso, o PIB per capta russo é bem menor que a média da Europa Ocidental.

Anónimo disse...

O PIB russo só seria comparável com o dos países ocidentais se a factura energética das empresas russas fosse convertida para preços de mercado internacional.

Anónimo disse...

Espero que as pessoas desse blog não julguem os russos com olhos ocidentais. Os valores russos são outros, bem diferentes do europeu.
Por exemplo, o povo russo se caracteriza em ser um povo bastante submisso e sempre necessitar de uma "mão-de-ferro" para conduzir o "rebanho", a "massa". É um povo que que diferentemente dos países da europa central e escandinávia , por exemplo, não se importa em viver na miséria conquanto o seu país (A Mãe Rússia) seja respeitado e temido no mundo. Só pra lembrar, quando foi a última manifestação do povo russo nas ruas reclamando mais investimentos sociais, etc? Não lembro. Mas de lá pra cá, quantas aconteceram não só na Europa Ocidental mas também Oriental? Digo várias! Será que os russos não tem motivos prara reclamar? Claro que não, tem muitos! Só que eles esquecem disso tudo, se o seu país é temido pelo mundo.

Esse é o típico pensamento do "russo médio". Quem ao menos conviveu um pouco com alguns russos pode verificar isso.

joão paulo

Anónimo disse...

E quando o gás russo acabar, o que fica? Um povo miserável e uma oligarquia "vivendo de renda" em Londres, Paris ou NY.

belo exemplo...

tânia

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor Hugo, este negócio de gás já não tanto a ver com geopolítica, como com a honestidade e transparência nos negócios, que faltam tanto no Oriente , como no Ocidente. Na política entre Estados deixou de haver "santos" e "pecadores", passando a ver interesses, que raramente coincidem com os interesses dos povos. Onde há muito, roubam muito; onde há pouco, roubam também.
Leitor Sérgio, a chantagem é mais velha do que a Rússia. Se fosse só a Rússia que chantageasse!
Leitor João Paulo, os valores dos russos são semelhantes aos dos restantes europeus. Por isso, acho que o problema não está nos valores, mas na falta deles.

Anónimo disse...

Mas a Rússia não está no recessão? Como vai ultrapassar a Alemania?

elgin-angola

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor Elgin, quem falou que a Rússia vai ultrapassar a Alemanha? O leitor Augusto falou em que a Alemanha pode ficar energeticamente refém da Rússia, o que é bem diferente.
Leitora Tânia, Iúri Lujkov, actual presidente da Câmara de Moscovo e marido da mulher mais rica da Rússia (Coincidência?), já encontrou outra fonte de riqueza: a exportação de água potável, desviando parte dos caudais dos rios siberianos para a Ásia Central...

Hugo Albuquerque disse...

José Milhazes,

Eu me refiro ao fato de que diante das circunstâncias é razoável que os russos usem o gás como arma política, porque eu não estou vendo as nações ocidentais tomarem atitudes suficientemente transparentes para cobrarem da Rússia isso - e desde o fim da URSS, convenhamos, a bola está com os países ocidentais. Se os EUA tivessem trabalhado para a construção de um diálogo mais amplo e uma relação mais honesta, a situação russa hoje seria diferente.

elgin-angola,

Eu não disse que a economia da Rússia ultrapassará a da Alemanha, mas sim que perderá apenas para ela, ou seja, que a Rússia ultrapassará este ano o Reino Unido esse ano e será a segunda economia da Europa. Mesmo entrando nessa crise, o crescimento russo desse ano ainda será maior que o da Europa Ocidental - que também sofrerá os efeitos dessa crise.

Anónimo disse...

Estranho essas informações. Que eu saiba o PIB da Rússia crescerá só um pouco acima do da Zona Euro nesse ano. E em 2009-2010 a economia russa irá contrair entre 1-2%, enquanto a Zona Euro ficará estável (o%).



zé carlos

Anónimo disse...

MOSCOU, 12 dez 2008 (AFP) - A economia da Rússia entrou em recessão, anunciou nesta sexta-feira o vice-ministro de Desenvolvimento Econômico, Andrei Klepach.

"A recessão já começou na Rússia. Teremos dois trimestres sucessivos de contração do Produto Interno Bruto (PIB)", declarou Klepach.

zé carlos

Anónimo disse...

Mas que confusão que para aqui vai! O que tem a ver o valor do PIB com o bem estar da população ou o desenvolvimento do país?
Angola no ano que anteontem terminou foi o país que teve o maior PIB mundial à volta dos 30% ao que parece. Mas se 80% da população vive na extrema pobreza. Idem, idem com a China e outros mais!
Se o excedente da balança de pagamentos da Rússia fosse aplicado em beneficio da população, já aqui o frisei, muito bem! Mas se uma parte fica na mão dos oligarcas corruptos, a outra é para adquirirem bens de consumo importados. O Putin bem se farta de dizer que reduziu a pobreza para 15 milhões da população, mas daí à verdade vai uma grande diferença!
E quem tiver duvidas consulte os Sites Russos de oferta de emprego e vejam quais são lá os vencimentos.
Sobre a população aceitar passivamente este estado de coisas sem se revoltar tem uma explicação muito simples, o povo Russo não é mais nem menos fatalista que qualquer outro. Só que o poder assenta em três pilares fundamentais. Controle da informação, controle da economia e controle das forças de segurança.
Afinal o que falta àquele bando de delinquentes que controlam a Rússia para dominar tudo a seu belo prazer?
Cin.naroda

Anónimo disse...

Corrijo; onde disse excedente da balança de pagamentos, queria dizer;o lucros da exportação de matérias primas, uma parte fica nas mãos de oligarcas corruptos a outra é para importar bens de consumo.
Cin.naroda

Anónimo disse...

vejam o nível:


EUA entrarão em guerra civil em 2010, diz analista

http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3417354-EI8141,00-EUA+entrarao+em+guerra+civil+em+diz+analista.html

http://img.terra.com.br/i/2008/12/29/942571-4504-in.gif

:-D

augusto

Anónimo disse...

a megalomania na Rússia anda tão grave que tem analista brincando de "WAR"

augusto

Anónimo disse...

Sr. Milhazes,

Na questão do gás principalmente em relação à Ucrania, o que está ocorrendo é sim um jogo político e também econômico, só que por via indireta, ele está relacionado à geopolítica, pois a Rússia utiliza os recursos que tem para manter o poder na sua zona de influência, isto é consequência da pesada pressão quue a Rússia sofreu nos últimos 19 anos e por parte de quem?

Em termos de recessão parece que a questão está empatada, pois os Estados Unidos já estão faz algum tempo, a China já entrou, porque seria diferente para a Rússia?

Anónimo disse...

Igor Panarin não é um Zé ninguém, ele tem boa formação acadêmica e um curriculum bastante respeitável, pode ser que sua declaração/previsão seja um tanto ufanista e exagerada, mas não é uma realidade impossível, a data pode ser imprevisível mas a história já mostrou que neste planeta tudo tem seu ciclo de vida, e todo império um dia tem seu fim, e o dos Estados Unidos chegará. Porám uma coisa é certa, com crise ou sem crise, a fase dos Estados Unidos ameçando atacar quem quisesse, como se viu na década de 90 até as invasões do Iraque e Afeganistão, não se repetirá. No momento atual eles não tem condições de se envolver em mais uma guerra, pois se contra países pequenos e fracos e ainda se valendo da ajuda de seus aliados, se afundaram financeiramente, quanto mais se tiverem que enfrentar um conflito com Rússia ou China, cujo potencial é bem diferente do de atacar o Talibã ou as mal equipadas e fragilizadas forças de Saddam.

Anónimo disse...

é muito mais fácil a Rússia se desintegrar com suas centenas de etnias do que os EUA com uma população extremamente pratriota.
Se esse russo não é um Zé Ninguém na Rússia, imagino o resto dos analistas de geopolítica desse país.

augusto

Anónimo disse...

É a teoria do "se colar, colou" o cara faz várias previsões, se uma der certo, o cara é um gênio. Se não derem, o tempo vai esquecer e não haverá cobrança.
O mais ridículo é dizer que a Rússia com uma população de 140 milhoes vai mandar na economia mundial.
O nacionalismo russo está virando uma psicose na classe dirigente desse país.



sérgio

Anónimo disse...

Rússia e China regulando a economia mundial? China até vá...mas Rússia? E o cara esqueceu todos os outros emergentes como Índia, Brasil, etc...e o principal: a UE. Em 2013 o PIB da UE será de 19 trilhoes contra 3,3 da Rússia. Nem em 100 anos a Rússia vai ultrapassar a UE e ditar as regras da economia mundial.

http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_European_countries_by_GDP_PPP

zé carlos

Anónimo disse...

Isto é muito engraçado. Quando é a Rússia a fazer alguma coisa, todos estão conra, porque não pode ser. Mas por que é que a Ucrânia não há-de pagar o mesmo que pagam os resntantes países europeus? Ou seja, a Ucrânia quer fazer parte da NATO e da UE, quer ir contra os interesses russos, mas quer ter preços de amigos.
Até parece que a Europa e os EUA não fazem o mesmo noutras áreas?
Veja-se o caso de Israel, está a atacar forte e feio a Faixa de Gaza, mas ninguém diz nada. Ainda não ouvi nenhum país europeu ou os EUA a criticar o facto.
Quando a Rússia atacou a Grúzia (Geórgia) caíu o carmo e a trindade. Eram uns terroristas. Todo o mundo "caíu em cima".

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor Wandard, aconselho-o a ter cuidado com as previsões e os escritos do Sr. Panarin. Ele deveria preocupar-se mais com a situação da Rússia do que com os Estados Unidos.

Anónimo disse...

E olha que ele é um "respeitado analista político da Rússia" por isso a Russia ta como está... Olha essa comentário: "e os EUA serão substituídos pela China e pela Rússia no papel de maior regulador da economia." A Russia só tem uma cadeira no comitê se segunrança eu acho e mesmo assim a cadeiras deles é aquela de buteco redondinha pelo resquicio de influência proviniente do resto dos armamentos que eles possuem. Nada mais...

Gerard: Brasil

Anónimo disse...

Pode-se dizer que é claro a incoereência de Panarin em seus argumentos. A Rússia e a China sofrerão com a crise tanto quanto os países ocidentais. A Rússia depende financieramente da venda de seus recursos energéticos à Europa. E a China tem como principal parceiro comercial os EUA. Além disso, questiona-se a força do Exército americano. do próprio nacionalismo e a história americana. Dessa forma, é claro que essas afirmações não passam de provocação.


joão paulo

Anónimo disse...

A classe dominante tem sempre que arranjar um modo para anestesiar o povo, uns é com o fervor religioso, outros com a revolução, outros através de ameaças estrangeiras , muitos com o patriotismo e na Rússia deitam a mão a tudo.
Sobre a guerra do gás, como aqui alguém já frisou não é o senhor Yuschenko que tem de estabelecer preços. Por um lado ameaça a segurança da Rússia com a pretensão de aderir à NATO, por outro quer ter benefícios como parceiro estratégico.
O Putin faz o que lhe compete, asfixiar economicamente a Ucrânia.
Sobre esse tal bruxo Panarin já tinha lido isso na imprensa Russa há algum tempo mas como são coisas, que não têm qualquer consistência nem ligo. Quanto a ter alguma aceitação nos meios políticos; Tem o mesmo direito que Rapustin. Um individuo ou uma sociedade quando chega ao extremo de ter que se socorrer da charlatanice para resolver os seus problemas, está no limite do desespero.
Cin.naroda

Anónimo disse...

Concordo plenamente, os ucranianos querem as beneces dos dois lados. Por que não seguem o exemplo dos Bálticos que escolheram sair da influência da Rússia mas aceitaram o preço do gás europeu. Querer levar em vantagem em tudo não dá!


augusto

MSantos disse...

Caro Wandard

Pondo de parte qualquer posição pró EUA (e que você sabe que, com a qual não me identifico de todo), a História já nos ensinou que devemos ser muito cautelosos relativamente a substimar os Estados Unidos.

Como teria dito um iminente almirante japonês na ponte de um dos navios da frota que tinha acabado de aniquilar Pearl Harbor:

"Receio que mais não tenhamos feito do que acordar um gigante adormecido"

Sobre esta questão do gás, acho que já foi dito neste blog tudo o que havia a dizer.

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

Relativamente á análise do Senhor Panarin, será mais um desejo que uma previsão.

Posso acreditar num plano do FSB para uma tentativa de desintegração dos EUA, que não mais seria que uma vingança pelo que estes ajudaram na desintegração soviética.

No entanto não consigo ver a sua viabilidade dado terem de aplicar recursos astronómicos que não possuem e obterem influências chave que não têm acesso.

Vejo que seria mais perturbador e destrutivo para os EUA, aparecer novamente um "louco isolado" que eliminasse Obama, e aí sim, a própria segurança e integridade dos EUA poderia estar em jogo.

Mas tudo isto não passa de mera especulação.

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

Nem no mais fabuloso conto de fadas se poderia prever tal hipótese, do FSB desestabilizar a integridade dos EUA. Os impérios são como tudo, nascem e morrem. Aos EUA fatalmente terá que lhe acontecer algum dia. Quando? ninguém o pode dizer! Mas pelo rumo que estão a tomar se não o inverterem, pode acontecer mais cedo que o previsto.
É bom que se façam umas quantas considerações a este respeito.____ Enquanto os EUA eram os guardiões do mundo e controlavam a seu belo prazer o mercado das matérias -primas, punham e dispunham no controle dos preços de tudo, desvalorizavam e valorizavam o dólar como muito bem lhes convinha, faziam paridade em relação ao ouro, especulavam, arruinavam economias de países que lhe eram adversos. Tudo bem! Só que agora apareceram outros competidores os chamados BIRC e não só. Perderam mercados receptores dos seus produtos, assim como viram fugir-lhes muitas fontes de matérias primas.
Nesse período de bonança era só crescer e consumir, o consumo chegou a tal ponto que os Americanos já consumiam duas vezes mais que aquilo que produziam, iam tapando o buraco contraindo divida. Isso acabou.
Têm uma divida externa considerada incobrável, para manter a hegemonia criaram um aparelho militar gigantesco, as despesas com a defesa estão ao nível dos restantes países. Actualmente 75% da industria Americana está virada para o sector militar. Essa situação tornou-se insuportável. Porque se não fosse a ajuda que os vassalos lhe têm estado a prestar nos últimos conflitos em que se envolveram o sistema já tinha ruído.
Mas há um dado não menos importante e esse é que vai ditar o futuro próximo. Após a segunda guerra os centros de decisão a nível mundial ficaram sediados em Washington, Londres e Moscovo. Com a queda da URSS transferiram-se para Washington, mas com a globalização e o controle da economia pelo capital financeiro, esses centros dispersaram-se por os Offshore e paraísos fiscais. Portanto hoje são esses centros sem quaisquer regras, que controlam os destinos de todos nós, e foram os principais causadores da actual crise. Essa situação não se pode manter como advertiram muitos lideres mundiais. E no dia que tal aconteça, deixa de haver hegemonia e especulação financeira controlada por Wall Street. Portanto os Americanos vão passar a viver com os seus próprios recursos, e aí sim é muito provável que surjam convulsões na sociedade Americano.
Porque frente à actual crise senão for criada legislação adequada, que proteja a economia das garras do capital especulativo. Podem ter a certeza que a próxima crise será resolvida aos tiros.
Cin.naroda

Gilberto disse...

A América é um "reich" de mil anos.

Não subestimem a força, o poder, e a capacidade desse país. os americanos quando dão um passo, o fazem não pensando no dia de amanhã, mas pensando nos próximos 50, 100 anos.

De tempos em tempos aparece algum lunático prevendo o fim dos EUA, nos anos 80 teve até best seller a respeito, no final das contas quem acabou foi a URSS.

Esse Penarin pode até ser respeitado(o que é assustador um palhaço desse falar uma coisa dessa e ainda ser respeitado), mas falou isso pra ganhar seus 15 minutos de fama.

A Rússia já era. Nesse modelo que teve nos últimos anos, já deu o que tinha de dar.

Sobre a questão do gás: além de uma questão geopilítica, claro, é uma questão economica. A Russia está quase quebrada. E a crise nem começou pra valer ainda.

Quando a China: é só um país populoso e misarável que produz quinquilharias para os consumidores americanos. Se os EUA espirram, os chineses pegam um pneumonia.

Anónimo disse...

Depois de ler a mensagem original fiquei com a impressão de que, se amanhã a OTAN se dissolver, os ex-membros dessa aliança militar, vão beneficiar de um desconto de 50% dos preços actuais do Gazprom... Vamos a alguns esclarecimentos. Os países bálticos, cujos governos têm relações com o Kremlim pouco cordiais, não têm problemas na esfera do gás. Isto se deve ao facto de as empresas Lietuvos Dujos de Lituânia, Latvijas Gaze de Letónia e Eesti Gaas de Estónia serem maioritariamente privadas, com pouco peso do Estado. E o Gazprom é maior accionista nas três, a saber, respetivamente, 38%, 34% e 37%, não tendo especiais contradições com os seus socios. Por isso os preços para eles (cerca de 300 USD em 2008 e cerca de de 400 em 2009) se determinam para obter maiores beneficios das empresa nas quais o Gazprom também participa. A situação da Bielorussia, como Estado associado com Russia numa aliança, é especial. O peso da Moldávia nas vendas do Gazprom é uma migalha. Na Ucrânia os russos há muito que querem adquirir, como forma de pago pelo gas, o controlo sob o gasodutos, mas os governos ucranianos não o deixam, tendo todo direito a isto. Mas porque é que o presidente deles tem que indicar aos russos os preços da venda (210 Usd)? O Gazprom propôs no ano passado à Ucrânia o preço de 250 Usd ( e isto, tomando em consideração que o consórcio russo como intermediário compra gas a Turcomenistão por 300 dólares), à condição de que ela pagasse as suas dívidas e assinasse um novo acordo até 31 de Dezembro. Como isto não tinha acontecido, o Gazprom no primeiro dia deste ano deu ao vizinho país, livre, democrático, com opção europeia e atlantista, um “preço europeu” de 418 dólares. Se a Ucrânia não esteja de acordo, que compre onde quiser, em Noruega, Argelia ou Irão, e deixe Russia em paz, so que deve cumprir o contrato sobre o trânsito válido até ao fim de 2010 que estabelece o preço de 1,7 Usd por mil metros cúbicos e não perturbar o fornecimento de gás a Europa. No que diz respeito a cacetes económicos como arma política, existem ha muito tempo e não foram inventados por russos. O exemplo clássico é o bloqueio económico americano a Cuba que se aproxima ao seu cinquetenário. Estou de acordo com o autor que em Ucrânia os dirigentes russos querem “promover políticos da sua confiança” . Diga só alguns nomes em quem ai se pode confiar, o Kremlim estaria agradecido...

Anónimo disse...

Estive a ler o seu curriculum, Brilhante! Parabéns! E ainda tem tempo para dar aqui troco à malta.

Anónimo disse...

Eu acho tudo isto uma tremenda palhaçada, temos que se preocupar, com o nosso brasil!!!

Anónimo disse...

Eu acho isto um palhaçada, temo que se preocupar com nossas economias!!!

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitorb Ferrerov, claro que a Rússia tem o direito de vender gás a quem quer e ao preço que quer, pois é um país soberano. Mas, por enquanto, sem a Ucrânia, o gás russo não chega à Europa. Por isso, como se diz em português, não há motivos para "cantar de galo".
De ambos os lados, trata-se de uma política irresponsável e míope.
A estónia, este ano, vai pagar cerca de 500 dólares por mil metros cúbicos e porque decidiu "não passar cartão a Moscovo". Cada um comporta-se como quer e paga por isso. Moscovo não é excepção.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor Ferrerov, agora, o Kremlin aposta em Iúlia Timochenko e isso não é segredo. Mas apostar em gente dessa não é nada seguro. Moscovo já se escaldou, mas insiste no erro, ou seja, tropeça várias vezes no mês ancinho, não é assim que se diz em russo?

Anónimo disse...

quer me parecer que de um lado e do outro a muita ganancia e falta de estrategia a longo prazo. A verdade é que a ucrania necessita da russia por varias razões, primeiro maior destino das suas exportações, segundo grande parte do seu fornecimento energetico vem da mesma russia.
Agora o ponto mais problematico é o facto da ucrania ser governada por pseudo mafiosos, para ós quais o seu proprio interesse esta acima de tudo(não é nada que nos surpreenda a nós portugueses). Já em relação á russia são varias as questões em jogo, primeiro na parte economica tentar através de pressão energetica controlar parte da empresa ucraniana que detêm os respectivos gasodutos, parte essa que para já não se afigura facil. Já em relação varias afirmações a proposito da maneira de ser russa, quer me parecer que nesta mesma existirem varias, a russia de mentalidade europeia ou ocidental, mas ao mesmo tempo muito enraizada na genese do imperio,não nos esqueçamos que a expanção para o este nos primordios do seculo XVIII foram a razão de ser do proprio estado russo czarista.
Não temos nos portugueses tambêm o sindroma das descobertas e já passaram 500 anos. Um bom ano a todos, na esperança que as pessoas se entandam melhor mesmo tendo pontos de vista diferentes.

Anónimo disse...

Só na Eesti Gaas a Gazprom é a maior acionsita (37.02%) contra 33,66% da E.ON Ruhrgas.
A maior acionista da Lietuvos dujos é a E.ON Ruhrgas (38.9%) da Alemanha. E da Latvijas Gāze também é a E.ON (47.15%) contra 25% da Gazprom.

augusto

Hugo Albuquerque disse...

Gilberto Mucio

Concordo, não é uma questão de subestimar o poder americano, mas também não é de superestima-lo. Os EUA possuem (ainda) um poder muito grande, no entanto, poder grande não equivale a poder infinito ou eterno.

Tomemos como exemplo os EUA do de 1946: O país respondia por mais da metade do PIB mundial e detinha o monopólio nuclear ao mesmo tempo que sua moeda rumava para se tornar moeda de reserva.

Agora peguemos os EUA dos dias atuais: O país produziu ao final de 2007 pouco mais de 21% da economia mundial (segundo a CIA), cresce menos que a economia mundial e possui terríveis desequilíbrios macroeconômicos que abalam a estabilidade de sua própria moeda.

Convenhamos, para um país que é um "reich" de mil anos, não obstante a infelicidade do termo, ter saído de A para B em um prazo de pouco mais de 60 anos é deveras preocupante.

Quanto a atitudes planejadas com um ou meio século de antecedência, vamos com calma; durante o governo Walker Bush muitas das atitudes tomadas não tinham em vista nem o dia de amanhã! O que se viu foi a tomada de uma série de medidas de cunho populista para manter um crescimento econômico que apenas favorecia os grupos x ou y e agora estão pesando pra valer.

Os EUA, desde os anos 80, tem insistido em viver além de suas capacidades produtivas internas fazendo uso do grande espaço de manobra que decorre do fato de ser o país emissor da moeda de reserva mundial, no entanto, "grande espaço de manobra" não significa "infinito espaço de manobra" e acho que o próximo presidente americano vai ter de aceitar que há limites para isso, ou os limites vão se impor por eles mesmos.

A questão militar é outro ponto chave. Os EUA estão mantendo gastos militares gigantescos que estão pondo em risco sua economia. É o velho complexo bélico-industrial que Ike denunciou um dia dando as cartas. São as grandes empresas de mercenários (como a Blackwater) ou as inúmeras fabricantes de armamento.

Isso hoje deu na formação de uma elite tecnocrática dentro do congresso americano e das Forças Armadas, para a qual a guerra pela guerra é meio de sobrevivência, nem que isso seja às custas da parasitagem descarada do erário público.

O desafio que Obama terá pela frente envolve reconhecer os limites dos EUA como país e finalmente enxergar o peso dos demais players na geopolítica para poder tocar o país em bases sólidas. Ou os americanos fazem como os britânicos e optam pela realpolitik - entendendo seu novo papel no jogo - ou insistem na megalomania e terminam muito mal.

MSantos disse...

Caro José Milhazes, a questão é: haverá alguma alternativa pragmática ( no intuito de viabilidade de alcançar o poder) á princesa Leia?

Ou seja, entre um presidente totalmente hostil e Júlia Timoshenko, não será esta a única hipótese viável do Kremlin establecer a tão almejada aliança com a Ucrânia, tal como fizeram com o "gang" que neste momento está á frente da Tchetchénia?

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

Que porra, não é o "mercado" a funcionar?

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor MSantos, o Kremlin decide com quem fazer alianças, mas é difícil aconselhar alguém na actual élite política ucraniana.
Leitor Toulixado, que mercado? E os jogos políticos e económicos? E a corrupção? Se fosse só mercado, a coisa já estaria resolvida

Anónimo disse...

"A América é um "reich" de mil anos".

Caro Gilberto,

Como também tenho formação como publicitário, afirmo que uma das coisas que sempre admirei nos Estados Unidos foi a sua propaganda e principalmente a capacidade de vender sua própria imagem, apesar de considerar que quem melhor realizou este intento na história contemporânea foi a alemanha nazista com Goebbels. Por sinal foi da propaganda nazista a venda do reich de mil anos que não durou.

A história dos Estados Unidos e sua meteórica evolução é única para uma nação de pouco mais de 500 anos, mas o seu histórico de condição de potência industrial e econômica, foi construído em cima dos escombros da europa na 1ª e 2ª guerras, além de seu crescimento como nação ter se realizado do roubo de outras nações, principalmente o territorial, e quem sofreu foi o México as maiores perdas. O poderio militar americano é inegável, porém, é só revisar a história e se verá que que ele nunca combateu, principalmente sozinho nenhuma nação que tivesse poder militar equivalente ao seu, além de seu território nunca ter sido arranhado em nenhuma das duas grandes guerras, portanto sempre vai ficar a pergunta no ar, como teria sido se os EUA, tivessem sofrido o arraso que sofreu a Rússia principalmente, e as demais nações da europa na Segunda Guerra. Se considerarmos o estado que que se encontra New Orleans atualmente, já é suficiente para se visualizar como seria com o país sendo bombardeado e seus recursos industriais e materiais extremamente comprometidos como aconteceu com a Rússia, como eles se sairiam. Esta é mais uma pergunta que pelo menos por enquanto não pode ser respondida. Mas a realidade é que fica fácil falar da superioridade de um país que nunca foi arranhado em nenhum dos maiores conflitos que assolaram a humanidade e enriqueceu com a reconstrução dos outros. Porém a maquiagem caiu e apesar de terem tentado acobertar com sua eficaz propaganda, a crise vazou para fora das fronteiras americanas e atingiu todo o mundo.

Caro Manuel,

Realmente não podemos subestimá-lo, mas como disse o Hugo também náo podemos superestima-lo. Yamamoto apesar de ter planejado o ataque a Pearl Harbor, era contrário à guerra com os Estados Unidos sabia que o Japão não tinha condições de sustentar a produção industrial exigida, além da total carencia do Japão de recursos naturais, que no caso de uma guerra teriam comprometidas as rotas de abastecimento, além claro da superioridade da indústria americana que ele bem conheceu quando lá morou e estudou.

Hugo, acompanhando seu raciocínio, quanto à preparação de meio século de antecedência, podemos ver o fiasco deste planejamento durate a administração Bush, que buscou consolidar o poder dos Estados Unidos a ferro e fogo, procurando pisar no defunto da Rússia, junto com seus aliados ameaçando atacar todos os países desafetos, invadindo alguns e avançando para controlar as zonas de influência e recursos do antigo espaço soviético, assim a águia careca fadigou e pousou forçadamente ofegante. Já faz algum tempo que a retórica ameaçadora americana, se calou, é fácil mandar sem opositores do mesmo quilate, mas pelo visto ficou bem mais difícil quando o velho urso voltou a rosnar. Realmente o orçamento militar deles é gigantesco, formidável, mas parece que gastam excessivamente para ter uma superioridade não tão maior que o segundo colocado, isto para uma nação que se manteve beligerante nos últimos sessenta anos e não passou por nenhum colapso econômico ou destruição em virtude de uma guerra.


Caro Sr. Milhazes,

Acho que fui claro quando falei do Sr. Panarin e disse que sua declaração/previsão era um tanto ufanista e exagerada, porém não impossível, pois os impérios nascem, crescem e desaparecem e assim tem sido a História. Como pude verificar no seu curriculum é formado em História da Rússia gostaria de sua colaboração, quanto à informação de qual percentual da indústria soviética sobrevivente à invasão nazista foi desmontada e remontada atrás dos Urais e se possível qual foi o percentual que sobrou após a invasão antes da transferência.

Hugo Albuquerque disse...
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Hugo Albuquerque disse...

Wandard,

Comentário perfeito. Indo adiante, quer fracasso maior de planejamento do que a política estadunidense para América Latina, em especial para a América do Sul?

Hoje eles são obrigados a tolerar governos que, na melhor das hipóteses, não lhes nutrem lá muitas simpatias porque sempre insistiram em patrocinar idiotas, corruptos e golpistas que não conseguem tocar um país por dois dias com as próprias pernas.

No início do século, entre o ônus de arcar com a barbaríe e o de ver governos não-americanófilos, tiveram de optar pela segunda opção por não terem como resolver a primeira. No entanto, nada disso seria necessário se Washington simplesmente tivesse buscado apoiar os setores mais progressistas da política do continente no pós-guerra.

MSantos disse...

Wandard

Concordo em absoluto, no entanto, elucido que o meu ponto de vista não é entusiasta da decadência dos Estados Unidos. Muito antes pelo contrário.

Na minha opinião, o mundo precisa de uma América forte e quando digo forte não é no plano militar por que nesse mesmo plano já o é e não lhe está a adiantar de todo no aspecto económico e social.

Não podemos identificar eternamente os EUA com a administração criminosa dos últimos 8 anos. Devemos-nos lembrar que esta é a nação dos grandes ideais e grandes feitos para a humanidade em todos os quadrantes tendo uma curta história em termos temporais mas já muito rica e significativa em termos qualitativos, além da influência sem ímpar (mal ou bem) que fez alastrar no mundo.

Além disso nem quero antever os efeitos que teria a nível mundial uma neutralização ou uma hipotética nova guerra sessecionista, desta vez, com armamento nuclear á mistura (lembrar o pesadelo que isto foi e de certa maneira ainda é, aquando da desintegração soviética).

Como tal, o mundo só terá a ganhar com uma superpotência americana forte em valores e princípios (não será necessário ir mais longe, basta tomar os legados dos fundadores e de alguns presidentes contemporâneos).

Quanto ao unipolarismo, esse foi o elemento nocivo que transformou a América naquilo que ela é hoje, e que será de evitar a todo o custo.


Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

Caro Manuel,

Também não sou entusiasta da decadência americana e de nenhum país, mas sou entusiasta de uma divisão de poder mais equilibrada no mundo, e não a que temos hoje. Quanto a contribuição dos Estados Unidos para o mundo, seria de minha parte um total absurdo deixar de reconhece-la, mas tenho minhas reservas quanto à riqueza qualitativa de sua própria história, salvo claro os fatos admiráveis e relevantes e até mesmo únicos que dela fazem parte como positivos, mas em contrapartida grotescos em diversas situações sociais que sofreram parte de seus cidadãos assim como a política intervencionista, nociva e meliante que exerceu sobre vários países a exemplo de Cuba, República Dominicana, México, Porto Rico, Colômbia, Filipinas etc... só para citar. Vale lembrar que um de seus presidentes mais considerados pela comunidade internacional, Theodore Roosevelt chamava os latino-americanos de "dagos" (vagabundos) e quanto aos países do pacífico como as Filipinas, a quem chamava de selvagens e inferiores os habitantes, e que só os Estados Unidos poderiam levar a civilização para estes países. Citando a Segunda Guerra, a partir de 1940, os Estados Unidos emprestaram diversas vezes armas e dinheiro à Inglaterra, principalmente quando esta passou a ficar combalida com os sucessivos ataques aéreos alemães, mas a ajuda teve um preço alto para a Inglagterra quando as autoridades americanas sacaram as reservas de ouro e seus investimentos estrangeiros e restringiram exportações inglesas no mundo inteiro. Outro detalhe histórico foi a total falta de ajuda às vítimas do Holocausto, não só dos Estados Unidos mas também dos outros países aliados que se recusaram a abrir suas portas à imigração dos perseguidos pela opressão nazista, não só judeus, mas também sindicalistas, socialistas, deficientes físicos, ciganos, etc...., Mesmo com a forte evidência do extermínio em massa de judeus divulgada em 1943, a mídia e o governo americano ignoraram o acontecimento. Se o motivo dos Estados Unidos entrarem na guerra, conforme o discurso de Franklin D. Roosevelt era o de combater o nazismo e o facismo e lutar pela liberdade dos povos, porque as principais vítimas não tiveram prioridade? Simplesmente porque o que interessava aos Estados Unidos eram os interesses econômicos e de influência no campo territorial e militar. Neste caso meu caro Manuel, venho a discordar que o mundo só tem a ganhar com uma superpotência americana forte, não foi bom para o mundo e principalmente para os países pobres, os Estados Unidos já mostraram sua face para todos os países em que resolveu intervir e ocupar e salvo os casos da Alemanha e Japão que representavam bem a balança da guerra fria e claro aos interesses americanos em manter refém estes países, como o fazem até hoje, qual foi o destino das demais nações que sofreram intervenções?

Grande abraço,

Anónimo disse...
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Anónimo disse...

Caro Hugo

Vejo que em minha rápida ausência já se familiarizou completamente com o blog!...rs. Parabéns!

Caro Wandard

Meus parabéns pela excelente colocação no tocante aos Estados Unidos. Fazia tempo que queria ler uma exposição tão clara de id´´eis sobre esse falso país.

Sr. Milhazes e todos os amigos:

UM FELIZ 2009! E que possamos continuar a discutir boas idéias.

Grande abraço

Pyotr

Hugo Albuquerque disse...

Pyotr,

Obrigado. De fato, já me sinto confortável por aqui hehehe

Quanto ao Wandard, ele realmente sabe das coisas.

Grande abraço e que tenhamos um grande ano de debates por aqui!

Anónimo disse...

De facto a Ucrânia devia pedir uma indemnização à Russia pelo Pogrom que eliminou 10 milhões de Ucranianos. A colectivização da terra ucraniana, que produzia o trigo que a Rússia tanto precisava, tornou a Ucrania efectivamente uma colónia da oligarquia Russa que alimentou a sua população a troco de pataco e hipotecou o seu desenvolvimento industrial. A Ucrânia nunca foi ressarcida desta ignóbil exploração e genocídio.

Hugo Albuquerque disse...

Anónimo

Não houve "coletivização" da terra ucraniana, houve estatização - e bem truculenta por sinal. Ademais, ou eu muito me engano ou morreram camponeses não apenas na Ucrânia como também em toda a URSS, portanto, a tese de crime russo contra o povo ucraniano não cola, principalmente se levarmos em conta que na máquina estatal soviética havia uma quantidade considerável de ucranianos - muitos dos quais foram burocratas entre burocratas e hoje estão no poder culpando os russos por tudo que deu errado na Ucrânia.