Recebi um mail de um dos cerca de vinte portugueses (não exagero se lhes chamar heróis) que participaram na construção da primeira fábrica de gás liquefeito na Rússia, projecto mais conhecido por Sakhalin-2. Logo que esse leitor me autorizar a publicação do mail, farei isso com a maior satisfação.
Na mensagem, o leitor chama a minha atenção para eu nada ter escrito sobre esse acontecimento, e tem razão. Eu escrevi para a Agência Lusa, mas nada postei no blog. Aqui fica o texto, não muito "fresco", mas penso que sempre útil.
"O primeiro-ministro nipónico, Taro Aso, e o presidente russo, Dmitri Medvedev, reuniram-se hoje de manhã em Iujno-Sakhalinsk, capital da ilha Sacalina, para inaugurar a primeira fábrica de gás condensado.
Esta é a primeira vez que um dirigente japonês visita esta ilha, cuja parte meridional foi território japonês até ao fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Na reunião que durou 80 minutos, os dois líderes discutiram várias questões bilaterais, entre elas a disputa territorial das ilhas Curilhas, ao norte de Hokkaido, chamadas pelo Japão de Territórios do Norte. A disputa pela soberania das quatro ilhas - Kunachir, Etorofu, Shikotan e Habomai - é a principal barreira para a assinatura de um tratado de paz entre os dois países desde o fim da guerra.
Moscovo admite a devolução de duas das quatro ilhas em troca da assinatura do tratado de paz entre os dois países, mas Tóquio insiste na devolução das quatro ilhas da cordilheira.
As conversações sobre esta disputa territorial terminaram sem resultados positivos e, por isso, os dois líderes concordaram em “aumentar os esforços para resolver o impasse”.
A visita do primeiro-ministro nipónico ao sul da Ilha da Sacalina foi um sinal de que Tóquio reconhece a soberania russa sob esse território. Alguns políticos e movimentos da direita japonesa reivindicam também a devolução desse território ao Japão.
Porém, esse gesto não foi acompanhado de cedências russas.
“O problema territorial entre a Rússia e o Japão exige uma solução política. Esse problema paira sobre todo o complexo de relações bilaterais. A posição da Rússia que fala de duas ilhas e a nossa sobre as quatro ilhas não permitiram avançar”, constatou Aso.
Não obstante esta forte divergência política, as relações económicas russo-nipónicas desenvolve,-se dinamicamente.
Logo após a reunião, Medvedev e Aso participaram da cerimónia de inauguração da primeira unidade de produção de gás natural liquefeito (GNL) em território russo, que faz parte do projecto de desenvolvimento e exploração de petróleo e gás natural "Sakhalin-2".
O projecto, que tem a participação das empresas japonesas Mitsui & Co. e Mitsubishi Corp., do consórcio anglo-holandês Royal Duch/Shell, vai assegurar 7% das importações anuais de GNL do Japão. Avaliado em 20 mil milhões de dólares, o "Sakhalin-2" emprega 17 mil trabalhadores e é considerado o projecto de investimento internacional mais importante da Rússia, que espera aumentar suas exportações de GNL no mercado asiático.
A nova fábrica, com uma capacidade anual de 9,6 milhões de toneladas de gás, irá fornecer também combustível azul liquidificado para a Coreia do Sul.
Na construção deste nova fábrica participaram cerca de duas dezenas de operários portugueses".
Esta é a primeira vez que um dirigente japonês visita esta ilha, cuja parte meridional foi território japonês até ao fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Na reunião que durou 80 minutos, os dois líderes discutiram várias questões bilaterais, entre elas a disputa territorial das ilhas Curilhas, ao norte de Hokkaido, chamadas pelo Japão de Territórios do Norte. A disputa pela soberania das quatro ilhas - Kunachir, Etorofu, Shikotan e Habomai - é a principal barreira para a assinatura de um tratado de paz entre os dois países desde o fim da guerra.
Moscovo admite a devolução de duas das quatro ilhas em troca da assinatura do tratado de paz entre os dois países, mas Tóquio insiste na devolução das quatro ilhas da cordilheira.
As conversações sobre esta disputa territorial terminaram sem resultados positivos e, por isso, os dois líderes concordaram em “aumentar os esforços para resolver o impasse”.
A visita do primeiro-ministro nipónico ao sul da Ilha da Sacalina foi um sinal de que Tóquio reconhece a soberania russa sob esse território. Alguns políticos e movimentos da direita japonesa reivindicam também a devolução desse território ao Japão.
Porém, esse gesto não foi acompanhado de cedências russas.
“O problema territorial entre a Rússia e o Japão exige uma solução política. Esse problema paira sobre todo o complexo de relações bilaterais. A posição da Rússia que fala de duas ilhas e a nossa sobre as quatro ilhas não permitiram avançar”, constatou Aso.
Não obstante esta forte divergência política, as relações económicas russo-nipónicas desenvolve,-se dinamicamente.
Logo após a reunião, Medvedev e Aso participaram da cerimónia de inauguração da primeira unidade de produção de gás natural liquefeito (GNL) em território russo, que faz parte do projecto de desenvolvimento e exploração de petróleo e gás natural "Sakhalin-2".
O projecto, que tem a participação das empresas japonesas Mitsui & Co. e Mitsubishi Corp., do consórcio anglo-holandês Royal Duch/Shell, vai assegurar 7% das importações anuais de GNL do Japão. Avaliado em 20 mil milhões de dólares, o "Sakhalin-2" emprega 17 mil trabalhadores e é considerado o projecto de investimento internacional mais importante da Rússia, que espera aumentar suas exportações de GNL no mercado asiático.
A nova fábrica, com uma capacidade anual de 9,6 milhões de toneladas de gás, irá fornecer também combustível azul liquidificado para a Coreia do Sul.
Na construção deste nova fábrica participaram cerca de duas dezenas de operários portugueses".
2 comentários:
Linda foto! O meu urso favorito a dar uma de...urso.Ah, os ursos é wrestling não é boxe...whatever, estava bem disposto e o japonês ainda mais, parece...
Para quem tiver a convicção de que a Rússia foi a principal causadora da "guerra do gaz" com a Ucrânia e por tabela com a UE, não sendo por isso um fornecedor fidedigno, vamos ver como as coisas se vão passar com o Japão sabendo mesmo assim, que existe um diferendo entre os dois países devido ás Curilhas.
Cumpts
Manuel Santos
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