domingo, fevereiro 08, 2009

Rui Lopes brilha em Moscovo a tocar fagote

O solista português Rui Lopes, acompanhado pela Orquestra de Câmara Kremlin, sob a direcção do maestro Misha Rakhlevski, interpretou, no sábado à noite, obras de música clásica para fagote e orquestra, num concerto com casa cheia.
A Orquestra Kremlin abriu o concerto com a interpretação da obra “Memento para orquestra de cordas”, do compositor português Cláudio Carneyro, em estreia na Rússia.
Rui Lopes continuou o serão musical, realizado na Galeria de Arte Glazunov, da capital russa, com a interpretação de “Divertimento para fagote e orquestra” do compositor Jean Françaix.
Na segunda parte, o solista português tocou a composição de Heitor Villa-Lobos “Ciranda das Sete Notas”, interpretação calorosamente recebida pelo público que enchia a sala.
A Orquestra de Câmara Kremlin encerrou o concerto com “Serenata para orquestra de cordas, op.22”.
Natural de Santa Maria da Feira, o solista Rui Lopes iniciou os seus estudos musicais na Academia de Música de Santa Maria, onde terminou o Curso Complementar em Piano.Obteve a Licenciatura em Fagote na Escola Superior de Música do Porto, com o Professor Hugues Kesteman, e concluiu os Diplomas de Solista e de Orquestra, ambos com nota máxima e distinção, na Musik-Akademie der Stadt Basel (Suíça).Nos últimos dois anos estudou com Marco Postinghel no Richard-Strauss-Konservatorium, em Munique.
“A minha relação com o fagote é uma relação à primeira vista. Toquei saxofone, piano, andei e continuo a voltar ao jazz, mas a paixão pelo fagote nasceu da vontade de tocar um instrumento de sopro numa orquestra”, explica Rui Lopes, em declarações à Lusa, a sua opção por um instrumento pouco comum.
O solista português não escondeu algum receio face ao concerto em Moscovo, cidade conhecida pela ampla oferta musical.
“Moscovo é uma cidade cheia de música, rica em oferta, com um nível alto de interpretação. Por isso, aceitei com agrado o desafio”, declarou Rui Lopes após o concerto.
O concerto, patrocinado pelo Instituto Camões e pela Embaixada de Portugal na Rússia, tem como objectivo não só divulgar a obra de intérpretes portugueses, mas também trazer aos melómanos russos obras de compositores lusos.
A Orquestra de Câmara Kremlin já tocou obras de Eurico Carrapatoso e Pinto Vargas. Agora, foi a vez de Cláudio Carneyro
No dia 14 de Fevereiro, o maestro João Santos dirige uma orquestra de São Petersburgo que irá interpretar obras de Eurico Carrapatoso, Vianna da Motta e Joly Braga Santos. No dia 21 e 22, a soprano portuguesa Lara Martins interpretará em Moscovo a Ária de Nicea da Ópera Testoride Argonauta, de João de Sousa Carvalho.
Infelizmente, esqueci-me de levar a máquina fotográfica e não consegui fazer fotografias do evento, mas o meu estimado colega Eduardo Guedes estava lá, bem equipado, e publicou fotografias no seu blog "Ares da Síberária", que poderá ser consultado aqui: http://edguedes.blogs.sapo.pt/

4 comentários:

Diogo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

JM
Li por aí umas coisas sobre grandes problemas económicos na Letónia, Estónia…
Aqui, na fonte mais bem informada sobre o assunto, não consta nada.
Concluo: não deve ser verdade aquilo que li!!!

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor Manuel, há grandes problemas económicos em toda a parte, nomeadamente na Estónia, Letónia, Lituânia, etc., etc., Não sei se haverá países sem problemas económicos.

Unknown disse...

Caro José Milhazes, é realmente gratificante partilhar estas experiências de sucesso, considerando que na Rússia a expressão musical (a par de outras artes culturais) é de alto nível e, como tal, um desafio para qualquer músico que se estreie em palcos desta natureza, tal como o próprio Rui confessou.

Esperemos que, naturalmente, a iniciativa conjunta da Embaixada de Portugal e do Instituto Camões seja para continuar.