A Rússia e os Estados Unidos não devem colocar os países do antigo espaço soviético perante a escolha inequívoca de um aliado, não deve haver uma “ordem de dia secreta”, declarou hoje Serguei Lavrov, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, numa entrevista a vários órgãos de informação russos.
“É inadmissível tentar colocá-los perante uma falsa escolha: ou estão connosco, ou estão contra nós. Isso conduzirá à luta por esferas de influência, de que tentam acusar a política externa russa. Nós não fazemos isso”, declarou a propósito dos acontecimentos na Moldávia.
Lavrov espera que a UE e a Roménia façam esforços para que as bandeiras romenas não sejam utilizadas para minar a soberania moldava.
“Chamámos a atenção da UE para isso. Disseram-nos que abordam a situação com toda a seriedade”, sublinhou o ministro.
O chefe da diplomacia russa chamou a atenção para o facto de as desordens em Chisinau dificultarem a normalização da situação em torno da Transdniestria, região separatista da Moldávia onde a maioria da população é russófona.
“Os habitantes da Transdniestria afirmam, há muito tempo e com toda a justiça, que estão prontos a viver num estádo único com a Moldávia, mas se o Estado perder a sua identidade, eles irão sozinhos resolver o que fazer”, frisou.
Os manifestantes moldavos exigem a união da Moldávia e da Roménia, exigência que, nos finais dos anos 80 do séc. XX, levou os habitantes da Transdniestria a proclamar a independência. Depois de uma sangrenta guerra civil.
Serguei Lavrov defendeu que não tem comparação a situação na Moldávia com as “revoluções coloridas” na Ucrânia e Geórgia.
“Na Moldávia, nenhuma organização internacional pôs em causa os resultados das eleições. A OSCE, o Parlamento Europeu e os observadores de todas as organizações internacionais reconheceram que as eleições foram democráticas, estiveram conforme os padrões internacionais”, declarou.
“O que aconteceu na Moldávia é vandalismo, desrespeito total e despreso pelos símbolos do Estado”, frisou Lavrov.
“Não compreendo por que é que as estruturas parlamentares na Europa não expressaram a sua posição face ao sucedido”, concluiu.
“É inadmissível tentar colocá-los perante uma falsa escolha: ou estão connosco, ou estão contra nós. Isso conduzirá à luta por esferas de influência, de que tentam acusar a política externa russa. Nós não fazemos isso”, declarou a propósito dos acontecimentos na Moldávia.
Lavrov espera que a UE e a Roménia façam esforços para que as bandeiras romenas não sejam utilizadas para minar a soberania moldava.
“Chamámos a atenção da UE para isso. Disseram-nos que abordam a situação com toda a seriedade”, sublinhou o ministro.
O chefe da diplomacia russa chamou a atenção para o facto de as desordens em Chisinau dificultarem a normalização da situação em torno da Transdniestria, região separatista da Moldávia onde a maioria da população é russófona.
“Os habitantes da Transdniestria afirmam, há muito tempo e com toda a justiça, que estão prontos a viver num estádo único com a Moldávia, mas se o Estado perder a sua identidade, eles irão sozinhos resolver o que fazer”, frisou.
Os manifestantes moldavos exigem a união da Moldávia e da Roménia, exigência que, nos finais dos anos 80 do séc. XX, levou os habitantes da Transdniestria a proclamar a independência. Depois de uma sangrenta guerra civil.
Serguei Lavrov defendeu que não tem comparação a situação na Moldávia com as “revoluções coloridas” na Ucrânia e Geórgia.
“Na Moldávia, nenhuma organização internacional pôs em causa os resultados das eleições. A OSCE, o Parlamento Europeu e os observadores de todas as organizações internacionais reconheceram que as eleições foram democráticas, estiveram conforme os padrões internacionais”, declarou.
“O que aconteceu na Moldávia é vandalismo, desrespeito total e despreso pelos símbolos do Estado”, frisou Lavrov.
“Não compreendo por que é que as estruturas parlamentares na Europa não expressaram a sua posição face ao sucedido”, concluiu.
A única questão que se coloca é: alguém acredita que a Rússia, querendo desempenhar, no mínimo, o papel de grande potência no mundo, não tenha zona ou zonas de influência?
Esta parte da entrevista do ministro dos NE da Rússia faz-me lembrar a propaganda soviética.
17 comentários:
José Milhazes
As perguntas que se deverão colocar serão:
Quem começou o processo de establecimento de zonas de influência?
Terá sido a Rússia que propôs ao México colocar bases de mísseis no seu território?
Existe alguma aliança militar liderada pelos russos que se está a estender até á fronteira norte-americana mobilizando os países dessa região a pura e simplesmente virarem as costas aos Estados Unidos?
Tanto eu como o José Milhazes sabemos as respostas
Independentemente da propaganda russa, o que devemos questionar é qual o objectivo da influência, establecimento e controlo norte-americanos nesta região do globo e se havia necessidade de criar todo este antagonismo.
Relativamente á Moldávia, será que aqui já não há a vontade soberana do povo? Ou a democracia só pode funcionar no sentido que nos apraz?
Porque é que um povo não pode seguir a via do comunismo se é esse o seu desejo e desde que não perturbe terceiros?
Todos nós sabemos que se fosse ao contrário já tinham sido reunidos não sei quantos conselhos de segurança da ONU, a NATO já estaria em prevenção e os EUA e todo o Ocidente estariam "...imensamente preocupados e a acompanhar passo a passo, movendo influências dando todo o suporte ao governo legitimamente eleito por sufrágio livre e universal, vítima das forças totalitárias e todas aquelas tretas..(desculpem-me a expressão)"
Minha interpretação: os EUA estão a sentir a Ucrânia a fugir, como tal a Moldávia poderá representar um back-up, sendo um país mais pequeno, logo mais controlável.
Tal e qual o Iraque foi a alternativa face á incerteza saudita.
Existe um termo anglo-saxónico muito ilustrativo destas jogadas de projeção de poder e influência:
"power plays"
Com todos os seus defeitos e más tendências, a Rússia nos últimos anos apenas tem reagido e respondido aos "power plays" norte-americanos.
Mas a coisa poderá mudar. E aqui infelizmente os EUA também têm um triste historial de aprendizes de feiticeiro.
Cumpts
Manuel Santos
Manuel Santos, não adianta espernear. O comunismo jamais vai ressurgir, e onde ele ainda existir, deverá ser abolido, cedo ou tarde.
A Moldávia é parte da Romênia e deverá fazer parte da UE e OTEAN um dia.
A Rússia deverá se adaptar cada vez mais, se tonando um país sério e cada vez mais democrático e ocidentalizado. Ou isso, ou vai ficar cada vez mais isolada, ditatorial e policialesca.
A URSS acabou.
Corrigindo: OTAN, ou NATO para os reinóis!
Leitor Manuel Santos, as zonas de influência apareceram muito antes dos Estados Unidos. Quanto a aliança militar liderada pelos russos, há e chama-se Tratado de Defesa Comum, de que faz parte grande parte das antigas repúblicas soviéticas e apenas está em fase de estabelecimento.
Quanto à Moldávia, eu acho que defini bem as minhas posições. Se as eleições foram democráticas, tem de se aceitar os resultados. Se a UE ou os EUA quisesem armar confusão na Moldávia, não teriam reconhecido os resultados. Penso que o problema está em certos círculos políticos romenos que, em vez de tirarem o seu país da pobreza, se dedicam a criar problemas na casa dos outros.
Quanto ao comentário do leitor anónimo que afirma que a Moldávia é parte da Roménia com tanta leveza, recomendo-o a ter mais cuidado a alterar fronteiras na Europa. Caso contrário, será mais uma peça do efeito do dominó desintegrista.
...Se as eleições foram democráticas, tem de se aceitar os resultados..
Concordo plenamente.
...recomendo-o a ter mais cuidado a alterar fronteiras na Europa. Caso contrário, será mais uma peça do efeito do dominó desintegrista...
Este é infelizmente o problema de abrir precedentes. E você já fala bem, MAIS uma peça do dominó. Porque o dominó está aí e começaram a brincar com as peças.
Caro José Milhazes
Não sei que zonas de influência são essas a que se refere que apareceram antes dos EUA. Lembro-me apenas que mesmo antes da URSS se desmoronar, os americanos já andavam a implantar-se nos bastidores promentendo a estes povos planos Marshal e tudo o mais.
Ao referir o Tratado de Defesa Comum (creio ser a OTSCE ou algo do género) está a dar-me razão. A OTSCE está presente na América do Sul ou ao pé das fronteiras americanas?
Relativamente á Moldávia estou a falar em abstrato no que concerne á postura ocidental, não censurando a sua posição. Aliás devo dizer que a sua análise noutro post relativamente a este assunto foi honesta e correctíssima.
Aqui os EUA reconhecem aparentemente os resultados por não terem alternativa. Seria demais escandaloso se o não fizessem. Não quer dizer que não haja movimentos de bastidores.
Os russos não são estúpidos e independentemente se agem bem ou mal, não costumam ser gratuitos nas suas jogadas e declarações.
Para o ministro russo ter afirmado o que afirmou é porque alguma coisa se anda a passar a par da razão romena que invocou.
Corrijo apenas uma afirmação minha quando disse:
"os EUA estão a sentir a Ucrânia a fugir"
devia ter dito a Ucrânia e Geórgia.
Cumpts
Manuel Santos
Que hipocrisia barata do Gospodin Lavrov, hein.
Gilberto Múcio, uma comunazinho da cidade de Natal, que admira HAMAS, e a "Revolução" Comunista...Deve ser admirador tb do nosso presidente bêbado...
Mais um para envergonhar o Brasil no exterior!
PARABÉNS!
Para ser grande em Geopolítico tem que ser também grande econômicamente.
A propósito das declarações de Lavrov, gostaria de compartilhar com o JM e com os leitores uma notícia que mostra a diferença entre as palavras e os actos.
A Rússia enviou um avião para Chisinau com um grande lote de meios especiais para reprimir as desordens, inclusive granadas de gás “Tcheriomukha”, escreve hoje, sexta-feira, 10 de Abril, o jornal Kommersant, citando uma “fonte altamente colocada”.
Nas palavras do interlocutor do Kommersant, um avião Il-76, com “carga perigosa” a bordo, chegou quarta-feira, 8 de Abril, ao aeroporto internacional de Chisinau proveniente da região de Moscovo. Numa hora, sob uma guarda reforçada, foram descarregadas do avião caixas com granadas de gás e outros meios especiais. Depois disso, o avião partiu rumo à Rússia.
Deste modo, como destaca a edição, Moscovo está pronta a prestar a Chisinau não apenas apoio moral. As autoridades moldavas esperam a 10 de Abril a continuação das manifestações “anticomunistas”. Os partidos oposicionistas estão a divulgar pela Internet apelos a fazer uma concentração sexta-feira na praça central da capital, para “acabar com o poder dos comunistas”.
Segundo os dados do jornal, as autoridades do país, com o presidente Vladimir Voronin à cabeça, estão prontas a recorrer à força face à mínima probabilidade de repetição dos acontecimentos de terça-feira. Informa-se que o presidente já ordenou que os destacamentos anti-motim da polícia, que protegem os prédios do Governo e o centro de TV, utilizem a força se for necessário.
Leitor MSantos, para não recuar muito, lembro que o Tratado de Tordesilhas foi assinado para fixar zonas de influência, mas o conteito é muito anterior.
Quanto ao comentário eliminado, volto a pedir aos leitores moderação. Argumentos, todos; insultos, nenhum.
José Milhazes
Já compreendi o que queria referir com as zonas de influência.
As minhas desculpas pela minha estreiteza de vista, pois só estava focado nos últimos 20 anos.
Cumpts
Manuel Santos
E já agora. Os ortodoxos e os russos em geral gozam a Páscoa ou é noutra ocasião eventualmente com outro nome?
Cumpts
Manuel Santos
Caro Manuel Santos, os ortodoxos celebram a Páscoa tal como os católicos e outros cristãos, mas uma semana depois para que a sua Páscoa não coincida com a Páscoa judaica. Coisas da história.
Páscoa Feliz para todos
"Gilberto Múcio, uma comunazinho da cidade de Natal, que admira HAMAS, e a "Revolução" Comunista...Deve ser admirador tb do nosso presidente bêbado...
Mais um para envergonhar o Brasil no exterior!
PARABÉNS!"
Caro anónimo, sem dúvida.
Quem por aqui passa, fica com a noção que o Brasil é só merda mesmo.
Não vejo bem qual é o drama dos países terem zonas de influência. Todos os que têm poder para isso o fazem, e até mesmo países "pequenos" como a a Guiné-Konakri exercem poder na Guiné-Bissau, se bem se lembram. Isso é natural, até mesmo "biológico", como o dira Rudof Kjellen.
A mim não me perturba a assunção desta realidade, apenas me chateia o linguarejar falso dos diplomatas. Bem que o S. Lavrov poderia admitir que a Rússia, tal como a Alemanha, França ou EUA, ou Konakri, pretende preservar a sua zona de infuência, da Polónia ao Mar do Japão, de Kola até à Turquia. É normal e até mesmo desejável para haver alguma estabilidade. Com uma forte influência moscovita nestas regiões, o que se passa agora na Geórgia e na Moldávia seria inimaginável.
E concordo com o Manuel Santos: quer-me parecer que por detrás destas manifestações está mão alheia, e não apenas romena. Lembra-me outras revoluções do passado, daquelas coloridas...
Abraço,
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