terça-feira, abril 21, 2009

Moscovo apresenta ultimato à NATO

A Rússia não irá restabelecer contactos com a NATO ao nível militar se a Aliança Atlântica não desistir da realização de manobras na Geórgia, declarou hoje Dmitri Rogozin, embaixador russo junto da NATO.
“Se não houver uma reacção (aos protestos da Rússia contra a realização das manobras), iremos tomar medidas concretas. Posso já anunciar uma: o encontro de chefes dos Estados-Maiores Rússia-NATO, marcado para 07 de Maio”, declarou Rogozin ao canal televisivo russo Vesti-24.
A telenovela vai ter continuação...
Infelizmente, a continuação veio mutito depressa. O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) deteve um "espião georgiano", que actuava na cidade de Sotchi, capital dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. Interessa assinalar que o FSB (ex-KGB) descobriu que ele mantinha ligações com bandos separatistas no Cáucaso do Norte em 2000 (!) e deixou-o trabalhar calmamente durante nove anos.
Além disso, o Cazaquestão desistiu de participar nas manobras da NATO na Geórgia. Pressão de Moscovo?

43 comentários:

PortugueseMan disse...

Claro que a telenovela vai continuar caro JM.

A Geórgia é para todos os efeitos um país neste momento em guerra, onde parte do seu território foi invadido e onde a sua capital ficou a uns escassos 40 km do inimigo.

Eles só não lutam porque não podem.

Exercícios num país que foi atacado e está em guerra é no mínimo falta de sensatez.

Esta novela só pode subir de tom, porque a Rússia está a ser desafiada no próprio terreno. O resultado vai quase de certeza ser uma concentração de forças navais e aéreas russas na zona. E este tipo de coisas não é desejável e a probabilidade de acontecer incidentes aumenta drásticamente.

E claro a pressão política só vai aumentar também nos países participantes.

Isto não é uma novela, isto são potências a desenhar os novos riscos que cada um pode pisar e a este nível de potências a coisa só é feita pela força.

PortugueseMan disse...

hum, acrescentou mais um parágrafo ao texto e só agora reparo.

Em relação ao Cazaquistão é sem dúvida pressão de Moscovo e interrogo-me se não terá havido alguma nota de reparo por parte da China.

Nem à Rússia nem à China interessa a NATO nesta zona rica em petróleo. A primeira porque perde o controlo da energia, o segundo porque fica em risco o fornecimento dessa mesma energia.

Será interessante assistir a esta guerra de pressões sobre países participantes, feito tanto pela Rússia como pelo os EUA.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro PM, mais um acrescento: hoje, as autoridades da Ossétia do Sul detiveram observadores da OSCE que "atravessaram ilegalmente a fronteira com a Geórgia"...

PortugueseMan disse...

Observadores da OSCE que entraram na Ossétia do Sul?

Isso é muito estranho.

Eles sabem perfeitamente o que se passa no terreno para que é que andam a fazer essas coisas.

Um dia algum arrisca-se a ter uma surpresa desagradável.

Seria bom haver uma declaração por parte desses observadores, sobre qual era a sua missão.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor PM, além da fronteira entre a Geórgia e a Ossétia do Sul ser muito pouco definida, pois atravessa ruas, aldeias, etc., o acordo Medvedev-Sarcozy prevê a permanência de observadores "no território da Geórgia", só que a UE se esqueceu de fixar no documento que a Geórgia inclui a Ossétia do Sul e da Abhásia. O resultado está à vista.

PortugueseMan disse...

Pois, eu estou ciente disso, como você está, e tenho a certeza absoluta que quem está no terreno tem plena consciência disso.

Ou eles estavam mesmo nos limites, onde não se sabe onde acaba e começa o quê, ou se não estavam deviam haver explicações sobre o motivo da sua presença na zona.

PortugueseMan disse...

já foram libertados, agora a ver se aparece uma declaração oficial sobre o que aconteceu.

Pippo disse...

Pois, a questão é que, para os ossetinos e para os russos, a Geórgia acaba onde a Ossétia do Sul começa. Os observadores da OSCE certamente sabiam disso portanto, ou foram apanhados nas coordenadas erradas ou atravessaram a fronteira deliberadamente, e nesta caso importa saber a razão de tal acto.

PortugueseMan disse...

Caro JM,

E como já se falou aqui do sukhoi superjet e da UAC, dê uma espreitade-la a este link:

Manufacturer trials complete on “presidential” Il-96-300http://www.uacrussia.ru/en/press/news/index.php?id4=284

Queria destacar aqui um parágrafo:

Delivery of every new Il-96 is a prominent event for the Russian aviation industry and the whole of the country. By maintaining production of this type, Russia keeps its competences in the sphere of wide body passenger airliners and remains one of the world’s three manufacturers of the large commercial aircraft together with the United States of America and European Union.Isto é interessante.

Houve anteriormente declarações que a produção do il-96 ia parar. Coisa que me admirou dado que como diz o artigo, existem apenas 3 companhias no mundo que produzem este tipo de aviões.

Portanto a UAC tem algo planeado ou em vista, assim que o sukhoi superjet começar a dar os seus frutos.

Na minha opinião é o tal salto que a Rússia quer dar no mercado da aviação civil. o sukhoi é mau sinal para a Embraer, mas para a Rússia é apenas a plataforma de lançamento para voos mais altos.

Possivelmente vão tentar vender mais com ajudas estatais e leasing. A Rússia se quer vender os aviões, tem que ser o 1º país a adquiri-los.

Eles têm que os mostrar a voar, que existe resposta para a manuntenção de modo a restaurar a credibilidade perdida.

PortugueseMan disse...

E já que falei do Sukhoi...

http://www.superjet100.com/mediacenter/press/00159/

...EASA pilots performed the first familiarizations flights on Sukhoi Superjet 100 S/N’s 95001 and 95003. The first prototype 95001 has been piloted by Philippe Castaigns, EASA/CEV* test pilot accompanied by Leonid Chikunov and Sergei Korostiev, Sukhoi Civil Aircraft tests-pilots and Fabrice Butin, EASA/CEV flight test engineer. The crew of 95003 consisted of EASA/CEV test pilot François Fabre, EASA/CEV flight test engineer Jean-Pierre Marre, as well as Alexander Yablontsev and Vadim Shirokikh...Parece que a certificação está a correr a um bom ritmo o que é bom sinal. Devem receber primeiro a certificação europeia pelos os vistos.

Jest nas Wielu disse...

A fronteira administrativa entre a Geórgia a Ossétia do Sul não impede os observadores europeus de se deslocaram livremente em todo o território georgiano. Além disso, os separatistas só foram reconhecidos pelos seus criadores, isso é Kremlin, pela Nicarágua e pelo Hamas & Hezbollah. Ninguém mais reconheceu estes territórios até agora, passado quase 10 meses após o conflito.

Off top

O que pode acontecer com alguém que não respeita a Ucrânia, ups, não é só os nossos irmãos Klitschko têm os punhos de ferro:
http://www.youtube.com/watch?v=fzLtF_PxbYw

Pippo disse...

A prova em como eles podem ser impedidos está aí: foram detidos.

PortugueseMan disse...

Pelo território georgiano são livres de passear.

Pelos 2 novos países não.

Desde que suportados por um membro com poder de veto na ONU e com força para manter os suas opções, não há nada a fazer.

Não interessa quantos países reconheçam ou não as novas regiões, estas zonas podem ser apelidadas por regiões, mas em termos oficiais, elas não responderão como regiões mas sim como países. Quem quiser lidar com eles vai ter que os tratar assim e é por isso que a OSCE não consegue avançar, é um impasse jurídico.

Aqueles observadores não podem entrar no território. E manda quem tem força.

Jest nas Wielu disse...

“Há força, não é precisa da inteligência”, dizem os próprios russos, disso não duvido. Também se diz que “não há técnica contra a pé-de-cabra... se não tens outra pé-de-cabra”.

Alguma falta da coerência vossa, por um lado Pippo & PMan dizem nós: “é, pá, quem tem a força – tem a razão” e por outro admiram-se a acham “desonesto” o desejo da Geórgia e Ucrânia se juntar à NATO... Mas enfim, vocês são pela autodeterminação na Abecásia e contra o separatismo na Chechenia, não digo mais nada...

Mas os russos são mesmo assim maiores, eles acusam o “espião” georgiano de entre outras coisas, espiar a informação sobre os ... “Jogos Olímpicos em Sochi”. Essa é a máxima, CIA georgiana quer saber os segredos mais bem guardados da Rússia, como é que vai a Olimpíada deles... Pentágono que saber, Mossad chora da inveja, é pá, os georgianos pá, são maiores espiões do mundo...

p.s.
Quem realmente entende a língua russa, pode comparar a acusação do FSB em 2009 e as acusações contra os “espiões trotskistas” em 1938, as semelhanças são incríveis...
http://alex-glbr.livejournal.com/291738.html

PortugueseMan disse...

Alguma falta da coerência vossa, por um lado Pippo & PMan dizem nós: “é, pá, quem tem a força – tem a razão” e por outro admiram-se a acham “desonesto” o desejo da Geórgia e Ucrânia se juntar à NATO... Mas enfim, vocês são pela autodeterminação na Abecásia e contra o separatismo na Chechenia, não digo mais nada...É realmente melhor não dizer, para colocar afirmações que as pessoas não fazem, mais vale não dizer nada.

Pippo disse...

Claro que para o ucraniano-tropicalista de serviço, há incoerências no meu discurso.
Já para ele, a Chechénia pode, e deve, ser independente, mas a Ossétia do Sul não pode, e nem pensar numa Ucrânia Oriental separatista!

No fim de contas, pouco importa, para este tropicalista, se o seu próprio discurso é ou não coerente, pois ele é movidos pelo ódio ao vizinho. E esse fito tudo justifica. Nem sequer promove o seu país; pelo contrário, prefere passar o seu tempo a denegrir o país dos outros.

Quanto a mim, prefiro continuar a analisar a realidade tal como ela é, sem ter vistas curtas ou tropical-nacionalistas, ao contrário de alguns que por aqui andam.
Se entendo que a Chechénia não pode ser independente é porque sou inteligente o suficiente para perceber as consequências de tal independência para a segurança da Europa;
e se compreendo as independências da Ossétia e da Abkházia, é porque sei que tal não ameaça a estabilidade regional, sendo que a inclusão da Geórgia na NATO, isso sim, constitui uma ameaça que me envolve enquanto cidadão de um país da NATO que teria de participar numa guerra contra a Rússia caso as atitudes da Geórgia arrastassem a NATO para a guerra.
Quanto à Ucrânia... que mais falta dizer? A credibilidade dos seus políticos, neste momento, está abaixo da credibilidade dos políticos italianos. É isso que queremos na NATO? Para quê? Para termos uma guerrinha entre mãos?

Sérgio disse...

Pippo se tiver de haver uma guerra com a Russia se não for pela Geórgia haverá mais pretextos. Agora se a Europa recuar na situação da Geórgia estará a enviar uma mensagem muito clara à Russia, não concorda, penso que nos queremos respeitados e não conhecidos por outra coisa. O seu discurso está muito centrado na sua pessoa e nos seus interesses, falta-lhe solidariedade e coragem para existir uma oposição a toda e qualquer forma de prepotencia, arrogancia, agressão, violação do direito internacional, ingerencia nos assuntos internos de um estado soberano, etc. Reconheço no entanto que diz aquilo que mais ninguem aqui o reconhece, que não é do interesse da UE e NATO em tomar parte de um conflito que não é nosso. Recorde-se ainda e por falar numa eventual guerra, que na II Guerra Mundial os Aliados também tentaram contentar a Alemanha e permitiram de inicio a sua politica expansionsita com os resultados que todos conhecemos.

Sérgio disse...

Quanto à alegada superioridade da credibilidade dos nossos politicos eu cá não seria tão sobrançeiro, e não estou com isso a justificar os dirigentes Ucranianos que são um bando que apenas estão a tratar da vida deles e não dos interesses que que lhe foram confiados pelo povo Ucraniano.

Sérgio disse...

sobranceiro

Pippo disse...

Não concordo com a sua posição. Em primeiro lugar, porque não vejo "outras razões" para haver uma guerra contra a Rússia.

Em segundo lugar, porque fala em Europa. Mas qual? A que não tem poder político e militar mas fala do alto da sua suposta superioridade moral? A que, tendo-o, entra em guerras injustificadas em nome de um suposto "interesse nacional" ou de supostos "deveres morais"? Referir-se-á à "Nova Europa" que está, na maior parte das vezes, contra a "Velha"? Ou será a tal Europa a que até inclui a Turquia? A qual das Europas se refere, portanto, e que deve querer ser respeitada?

Em terceiro lugar, não concordo consigo porque no mundo das RI não existe, nem pode existir, "solidariedade e coragem" para os agentes se oporem a "toda e qualquer forma de prepotencia, arrogancia, agressão, violação do direito internacional, ingerencia nos assuntos internos de um estado soberano", e isto porque tal atitude pura e simplesmente limitaria a actuação desses próprios agentes em defender os seus interesses.
Ora, no caso da Ossétia do Sul e Abkházia, o direito à soberania da Geórgia colidiu com o direito à auto-determinação dos ossetinos e abkhazes. Qual deles deve vingar? E no âmbito da agressão georgiana de 2008, qual das posições deve ser defendida, a do agressor (que o foi) ou a da vítima?
Com qual é que eu, ou o Sérgio, ou nós, os "Europeus" (quais?) devemos ser "corajosamente solidarios"?

Por fim, a eterna comparação com os maus, com a Alemanha nazi, com Hitler... que dizer? Esse tipo de comparações foram usadas (pelo Ocidente, note-se) para classificar o Saddam Hussein, justificando assim duas guerras; para classificar o Slobo Milosevic (e justificar duas guerras), também é utilizado pelo Hamas e Hizballah para justificar as suas guerras contra Israel, e servirá porventura para justificar uma guerra contra a Rússia. Ou saberemos nós, desta vez, ver a realidade tal como ela é, sem usar figuras de estilo bacocas, simplistas, maniqueístas e sem sentido?

Sérgio disse...

Pippo vamos lá a ver se nos entendemos:
1) Eu já aqui disse que às regiões separatistas Georgianas deve lhe ser dada a oportunidade de se pronunciarem sobre a sua auto-determinação;
2) Isso não invalida que esse problema seja resolvido por quem de direito, neste caso a Goeórgia e as regiões separatistas e não também como muitos querem com a Russia metida ao barulho, a "protectora dos indefesos e fracos".
3) A Russia como também já aqui o disse tem feito parte do problema e nunca da sua resolução;
4) Como aceitar impavido e sereno esta posição da Russia quando eles próprios têm situações identicas no seu país e reagem de uma forma tão diferente;
5) Mas afinal quem vai decidir que esta região é importante para a estabilidade da Europa e comvem não permitir a sua independencia e aquela que não interessa para esse mesmo efeito que se conceda a independencia, é o Pippo quem decide isto?
6) A Europa que falo é a UE e todos os países que aspiram a fazer parte dela, e para com quem todos nós Europeus temos responsabilidades.
7)Pippo, da forma como fala parece que pertence a uma grande país e não a um pequeno país como o somos, e tal como nós temos o direito de nos regermos pelas nossas cabecinhas sem a interferencia da ninguem (leia-se Espanha) também a Geórgia o deverá fazer.
8) Caro amigo a seguir às regiões separatistas virão outras reinvidicações por parte da Russia.
9) Só o facto de discutirmos este assunto sob a perspectiva de não devermos chatear os Russos e isto poderá originar um conflito, que saibam os Russos que não queremos conflitos mas não iremos fugir a eles, é esta a posição de afirmação que a UE deve ter e não o contrário ao tentar apaziguar vendendo interesses de um estado que quer a nossa aliança e amizade.

Sérgio disse...

Depois escrevo o resto, estou com pressa.

Jest nas Wielu disse...

Bom, Pippo-Filipe, acredito que neste blogue nunca disse nada nem à favor, nem contra a independência da Chechénia, alias, porque esta já foi, de facto, conseguida. Não como sonhava o general Djokhar Dudaev, mas com o Kadyrov, que deu na mesma. Nenhum russo voltou ou jamais voltará para viver na Chechénia, o controlo da república passou para as mãos chechenos, enfim, falta só a bandeira, mas Kadyrov é pragmático.

Claro, que pode pensar sobre Ossétia e Abecásia o que quiser, o que REALMENTE importa é o que pensa a Europa, os EUA, mundo civilizado e eles não acham a graça. Os ossetas podem viver próximos 20 anos nas tendas, eu pessoalmente não me importo...

A Ucrânia: o que interessa à UE não são a credibilidade dos nossos políticos, mas o nosso mercado, o nosso sistema dos gasodutos, a nossa mão de obra. Se as empresas ocidentais fogem do sul da Europa (para não apontar o dedo à nenhum pais, para não te por triste, estes se mudam para o Leste, inclusivamente para a Ucrânia). Como tal, queres ou não, vais nós ter como vizinhos. Perefraseando sua própria ideologia, porque nós somos muitos e assim queremos. Quem vai perguntar ao Pippo?

p.s.
Como pragmático deves entender, a velha Europa precisa dos quem lutam por ela. E nós estamos dispostos a isso. Os russos não querem saber de vocês e o resto das franças e alemanhas é “tolerante” de mais, islamizado demais, desnacionalizado demais para lutar por qualquer coisa que seja.

Pippo disse...

Ó filho, e tu lutas onde, e por quem? Falas muito da Europa, mas vives em Moçambique...

Pippo disse...

Sérgio,
1) as regiões separatistas georgianas pronunciaram-se sobre a sua auto-determinação;
2) a resolução pacífica desse problema foi invalidada pela Geórgia da forma que se sabe;
3) a Rússia ajudou a resolver o problema e a impor o status quo;
4) outros países europeus têm esses problemas, e isso não os impede de intervir ou fechar os olhos ante situações similares. E em qualquer caso, a Rússia resolveu os problemas da Chechénia e da Ossétia de forma similar;
5) quanto a decidir "quem importa ou não para a estabilidade da Europa", não, eu não decido sobre isso. Será que é o Sérgio quem pretende decidir? Ou será que pretende apenas impedir-me de apresentar a minha posição ao mesmo tempo que veicula a sua?
6) Se se refere à UE e aos candidatos, então não vá mais longe, pois esses países nem sequer se entendem ao nivel interno. Quanto a entenderem-se ao nível externo, para com quem vamos ter "obrigações"? Com países que hostilizam gratuitamente os seus vizinhos?
7) todos os países têm o direito a ser soberanos, mas a realidade, e é por isso que eu me rejo, não se compadece com estas vontades. Nós só não actuamos de forma mais veemente porque não podemos, poque quando pudémos, no passado,não nos coibimos de usar a força. E se num futuro a voltássemos a ter, muito provavelmente exercê-la-íamos, tal como o fazem os outros
8) quais são as "outras reinvidicações por parte da Russia"?
9) a questão é que o Sérgio contradiz a sua preposição inicial de que " não queremos conflitos". Ao estarmos a comprar os conflitos dos outros (dos georgianos), ou seja, ao envolvemo-nos em guerras alheias, estamos a hostilizar uma das partes. Se a coisa se agravar farems o quê? Ah, já sei, "não fugimos", como o Sérgio parece ter decidido. Pois sim. Mas até que ponto interessa aos "europeus" envolverem-se num conflito por causa de dus regiões cuja população pretende ser independente?

Jest nas Wielu disse...

2 Vovô Pippo

Não te posso dizer vovô, pois ainda não tens a idade para saber certas coisas. 2. Como sabes que eu vivo em Moçambique? Eu disse isso? Olha, se calhar já deverias ter a idade para não acreditar em tudo que as pessoas dizem. 3. Kabora Bassa é nossa! Lol

/E em qualquer caso, a Rússia resolveu os problemas da Chechénia e da Ossétia de forma similar/ Altamente, isso que é a lógica verdadeiramente russa!!! Similar, neste caso foi, fiz na Chechénia exactamente aquilo que na Chechénia se chama “a luta contra o separatismo e terrorismo internacional” e na Geórgia “genocídio dos 3 bilhoes de ossetas”.

O Sr. José Milhazes já publicou neste blogue a cópia do cash browser do jornal “Estrela Vermelha”, onde um militar russo confessava de estar em Tshinvali no dia 7 de Agosto (Geórgia entrou no dia 8 de Agosto) e as bocas do Kremlin continuam a falar da agressão “georgiana”...

Mas já que aqui estão a discutir o poder real das FA russas, vejam este vídeo, como dizem na Ucrânia “Nem tão é assustador o lobo, como ele é desenhado”...
http://www.youtube.com/watch?v=2Ay2SNHLOK8

Sobre a Chechénia: Window on Eurasia: Another Victory for Kadyrov—No Chechens to Be Drafted This Year

Paul Goble

Thirteen years to the day that Russian forces killed Dzhokhar Dudayev, Chechnya’s first president, Ramzan Kadyrov, that republic’s current one, has gained yet another concession from Moscow: The Russian military will not take Chechens this year into Russia’s uniformed service despite increasing the number to be drafted elsewhere.
That announcement in Grozny comes on the heels of Moscow’s declaration of the end of the counter-terrorism operation there, an act that has prompted some to talk about another “victory of Chechnya over Russia,” others to point to the continuing activity of anti-Russian militants there, and still others to argue that Moscow is making a third Chechen war “inevitable.”
But the most serious immediate consequence is likely to be a new outburst of anger by groups like the Russian Soldiers Mothers Committee who are already upset by Moscow’s decision to set higher draft quotas in predominantly ethnic Russian areas than in historically Muslim ones an arrangement that means ethnic Russians are more likely to have to serve.
The military commissariat of the Chechen Republic has announced that Chechens will be tested but not drafted this spring, thus removing from the country’s potential draft pool more than 80,000 youths of military age. Officials said they expected Chechens to be drafted in one of the next rounds (www.kavkaz-uzel.ru/articles/153184).

Sérgio disse...

Pippo a Russia ajudou a resolver o problema e a impor o status, quanta hipocrisia, esta nem aos Russos lembrava, pena não haver uma alma caridosa que ajude a Russia da mesma forma quando precisa.

Quanto à estabilidade e quem é ou não importante, o Pippo é que se arrogou saber determinar quem é ou não importante para essa mesma segurança. Eu não me guio por esse tipo de raciocinio.

"Com países que hostilizam gratuitamente os seus vizinhos?", esta sua referencia é relativamente à Russia não é? Que eu saiba a Geórgia é que foi agredida, (mas alguem duvida que todas essas acções da Russia são diciplinadoras no sentido de controlar aquilo que entende como a sua zona de influencia).

E depois quanto uso da força, claro que tem razão, pelo seu raciocinio ainda hoje Timor Leste pertenceria à Indonesia, afinal o que é comparado um com o outro.


As outras reinvidicações da Russia são a Crimeia caso a Ucrania adira à NATO, a divisão da Ucrania caso adira à NATO, a impossibilidade de adesão da Ucrania á NATO para o seu próprio bem senão sabe-se lá o que mais acontecerá, as regiões separatistas da Geórgia, a não adesão desta á NATO, a não realização de exercicios por parte da NATO no seu território, bem qualquer dia quer determinar o que come o seu Presidente. A Moldávia quer a união com a Roménia tem de se tratar da separação da Transnistria, não é do interesse dos países da Asia Central vender directamente o gás e petróleo aos seus mercados consumidores, tem que passar tudo pela Russia, afinal só desta forma factura alguma coisa. Acha estas reinvidicações suficientes ou quer mais. Garanto-lhe que depois de satisfeitas estas surgirão outras, e a UE de acordo com alguns que se ponha de cocoras. Ia-me esquecendo da oposição Russa a que se discuta os direitos, liberdades e garantias, o estado de direito, os assassinios misteriosos de opositores, mas que quer que lhe diga, devemos concordar com tudo isso e olhar para o lado.

Estamos de acordo que deve ser dada independencia às regiões independentistas, e quem por isso luta e muito (Russia) que seja coerente com esse principio no seu proprio territorio. A Geórgia fica dessa forma desembaraçada dos problemas que se lhe colocam na adesão á UE e NATO.

Pippo disse...

Jestunga, és um ridículo. E russófobo. E um ucraniano-tropicalista bacoco.
E além disso, foste tu mesmo a dizer que estavas em Moçambique, recua uns meses neste blog e lá encontrarás essa tua afirmação. A não ser que sejas mentiroso.
E ainda continuas a citar o Gobble, o qual está políticamente comprometido.

Ricardo disse...

Quando a Polonia e Rússia vão se reunir para dividir esse país problemático (Ucrânia)? Seria a melhor coisa a fazer. O ocidente ucraniano estaria na tão desejada UE e o oriente estaria na mãe Rússia.

antônio disse...

Acho incrível falar que a Rússia estabilizou a Chechenia. Parece que foi de uma maneira pacifica e ordeira. A região foi totalmente destruída, virou pó. Me lembro na época, que quando perguntaram pro Putin do porque destruir a capital da região? Ele respondeu:"fomos nós, russos, que contruímos essa cidade, por isso temos direito de destruí-la"
A maior barbaridade de todas é que o partido do Putin ganhou com quase 100% nessa região...pasmem!!!até as mulheres e mães que perderam seus maridos e filhos na guerra do Putin votaram nele!!! O que vocês podem falar sobre isso, meu deus????

Pippo disse...

Sérgio, a ver se nos entendemos:

a) “a Rússia ajudou a resolver o problema e a impor o status [quo], quanta hipocrisia”. Pois, mas o facto é que foi assim mesmo. E não agiu contra os interesses dos ossetinos ou dos abkhazes, pelo contrário, foi de encontro aos seus interesses. Deveria ter agido de forma diferente, prejudicando-se? Isso faria sentido? Claro que não e o Sérgio sabe-o.

b) “o Pippo é que se arrogou saber determinar quem é ou não importante para essa mesma segurança”. O Sérgio também se arroga determinar como devem ser os comportamentos dos actores das RI, não é verdade? Sérgio, eu sei pensar a realidade, e exceptuando o palhacito ucraniano-nacionalista-xenófobo de serviço, as minhas análises e opiniões têm sido razoavelmente apreciadas por outros participantes deste blog. Em suma, exerço o meu direito de emitir opiniões, que são válidas. Ou será que não tenho esse direito (mas o Sérgio tem-no)? Será que é o Sérgio quem agora vai determinar quem pode e quem não pode opinar? Se sim, então este blog não faz sentido.

c) “Que eu saiba a Geórgia é que foi agredida”. Ao que parece, sabe, mas mal, pois já alguns observadores da OSCE vieram dizer que quem agrediu foi a Geórgia. Creio que isso já foi referido neste blog, em Janeiro ou Fevereiro, epnso eu. Claro que eles, os observadores, estavam lá e o Sérgio não, mas parece que o conhecimento de facto da realidade, o “ter ido lá”, o “ter estado lá”, para si não significa nada e até é, se bem me recordo, sinal de sobranceria…

d) Quanto à Indonésia e Timor Leste, este resistiu e forçou a Indonésia a abrir mão do território. Aliás, usou a pressão diplomática e da op. pública internacional para vergar vários países. E não tiveram grandes ajudas. Mas logo no princípio, se tivesse sido do interesse norte-americano ou australiano que TL não tivesse sido invadido, a Indonésia não teria feito nada. Foi o que a Rússia fez relativamente à Ossétia e Geórgia: a Geórgia preparava-se para atacar, a Rússia não gostou e garantiu a independência do seu aliado. As RI são assim, quer goste quer não.

e) As reivindicações da Rússia, pelos vistos, são territórios que lhe foram arrancados “à má fila” nos anos 60 (Crimeia) ou territórios onde os russos são maioritários. O impedir a adesão dos vizinhos relevantes (leia-se estratégicos) a uma organização hostil é óbvia, e qualquer país na posição da Rússia actuaria de igual sentido, ou até abusaria (recordo o bloqueio que, ainda hoje, e sem qualquer motivo estratégico, é imposto pelos EUA a Cuba). Em suma, nada mais faz do que um outro país normal (leia-se, com poder) faria em situação igual. Mas essas reivindicações já as conhecemos.

f) O que eu gostaria é que me (nos) esclarecesse quanto às “outras”. São o quê, forçar a EU a depender exclusivamente do gás russo? Obrigar as empresas europeias a terem capital maioritário russo? Reivindicar o Leste da Suécia como terra ancestral dos ‘Rus? Ocupar a Renânia? Invadir Gibraltar? Tomar à força a Ilha do Corvo?

g) Quanto às questões internas da Rússia (DH, democracia, etc.), é o Sérgio quem determina que elas devam ser discutidas? Curioso, pois ao mesmo tempo impede a interferência russa nas questões internas (que não são tão “internas” assim, pois têm forte impacto externo) dos países vizinhos, tais como a da adesão à NATO…

h) Também estamos de acordo que deve ser dada independência às regiões que o desejem, a questão são as consequências dessas independências. Quer mesmo uma República Islâmica da Ichequéria no Cáucaso? Quer ser “coerente” a esse ponto? E está pronto a lidar com as consequências? Não se trata, portanto, de coerência, pois cada caso é um caso, mas sim de interesse nacional e de poder. Se compreender isso, muito bem, se não, paciência.

Abraço,

Sérgio disse...

Pippo desisto por cansaço. Os meus parabens pela vitória.

Sérgio disse...

Mas a da ilha do Corvo tem piada. Abraço.

Pippo disse...

E nem sabe o vidaço que tem o Chefe das Finanças da Ilha do Corvo! Passa o dia na pesca ou na tasca. Isso sim é que tem piada!
Abraço,

Wandard disse...

Amigos,

Posicionamentos a parte e com o respeito a opinião e pensamento de todos, na verdade a questão é muito simples e sem mistérios. Como já citei antes, porém serei um pouco mais cru. Infelizmente a situação do povo georgiano, osseta, inguche..... pouco interessa à Otan/Ue/Eu o que está em jogo são fatores econômicos que envolvem o Pipeline da British Petroleum e a posição estratégica da Geórgia no quintal Russo e o acesso às jazidas de gás e petróleo dos países próximos e aca bou, o resto é conversa para boi dormir. A UE e EU vão atrás dos recursos, investimentos e posição geoestratégica e isto não só incomoda como põe a Rússia em posição de vulnerabilidade se permitir, portanto ela irá se opor contínuamente. Se houver deposição de forças lado a lado e algum nervoso não conseguir manter o dedo fora do guarda mato e apertar o gatilho a confusão está feita.

Caros amigos, a gestão de humilhação dos anos 90 deveriam ter servido de lição, mas pelo visto não serviu, a Otan continua insistindo e forçando, não quero ver o território europeu virar um novo tabuleiro de xadrez articulado pelos americanos, mas parece que os anos passam e os europeus não enxergam os olhos por trás da máscara.

Abraço a todos

Pippo disse...

(In)felizmente, Wandard, a sua posição, crua e dura, é a mera realidade. O resto, como disse, e bem, é "conversa para boi dormir".

Abraço,

antonio everardo disse...

"...Pressão de Moscovo..." Caro Milhazes, fala sério.

Jest nas Wielu disse...

2 Pippuskin

Acho que não é preciso ficar enervado, o que eu disse é uma coisa, aquilo que tu estas pressupor é outra, não entendi essa de Sr. Paul Goble ser comprometido, se não concordas com os factos e argumentos dele, contraponha os seus, geralmente só citas os restos da propaganda russa, sem mencionar as fontes. Por isso acho que quem é comprometido é o amigo Pippushkin, pois até estudou em Moscovo...

Já que aqui se fala sobre o suposto desenvolvimento positivo das FA russas, proponho vós ler esta colectânea dos factos, sobre FA, população, gastos e proveitos da Federação Russa. Como dizem os seus autores, qualquer emoção ou sentimento negativo contra os autores da colectânea, desaparecera totalmente após 10 minutos de assistência dos melhores programas humorísticos russos, 3 vezes por dia, 10 minutos minimalmente...

Factos:

Rússia não consegui satisfazer o pedido da China em construir 38 aviões de transporte IL-76 e avião – cisterna Il-78. Neste ano, a Argélia DEVOLVEU a Rússia 10 caças MiG-29 por causa da sua má qualidade. A novidade das nano – tecnologias russas, caça Su-35 é apenas uma modificação do modelo Su-27, que tem mais de 20 anos de história e não pode ser comparada com o caça americano F-22 Raptor.

O famoso helicóptero Ka-50 “Tubarão negro”, foi escolhido para fazer parte das FA e foi fabricado quantidade de 5 (!) unidades. O programa estatal russa pretende comprar até 2015 – 12 helicópteros, que serão acrescentados aos 3 (três), já existentes no exército. Mas só o Tratado das FA Convencionais na Europa: (http://en.wikipedia.org/wiki/Treaty_on_Conventional_Armed_Forces_in_Europe)

Permitiriam que Rússia pudesse ter na zona ao Ocidente dos Montes Urais até 855 helicópteros de combate, etc.

Resumindo, o país não poderá combater a NATO numa guerra não nuclear, mas tem o armamento que basta para poder defender Kremlin e o Moscovo, em caso de um ataque repentino da Finlândia.

Fonte (em russo):
http://www.rf-agency.ru/acn/stat_ru.htm

PortugueseMan disse...

Você baralha-se um bocado com essas informações, sugiro que se informe correctamente dos assuntos.

Nada do que diz corresponde à realidade.

Pippo disse...

Jesthitler,
cada vez mais andas a pesquisar e citar "fontes" totalmente abstrusas! Parabéns!

E continuas a defender o Paul Gobble! O homem "só" trabalhou para a Admin. norte-americana, para a CIA, repito, PARA A CIA, para a RFE/RL, foi condecorado pelos países bálticos pelo seu papel em promover a independência e garantir a retirada das forças russas, etc. Ah, mas é verdade, ele não está nada comprometido. É só mesmo inferição minha.

Não rapes o bigodinho não...

Wandard disse...

Amigo Jest,

Estas informações não batem de forma alguma com a realidade assim como muitas outras que são veiculadas na internet. O desenvolvimento das nanotecnologias são uma realidade, assim como a cápsula de plasma. Como militar me informo com colegas militares de outros países e pasme que a maioria das informações sobre a real estrutura das FA's russas provem dos Estados Unidos mesmo, só que existe a diferença entre as informações entre militares e aquilo que é veiculado pela internet ou através dos "analistas militares e/ou políticos", assim como existe o "jabá" para o mundo artístico ou seja a comissão para se ergure ou derrubar uma estrela existe na guerra de informações pela mídia que hoje é um meio muito utilizado pelos serviços de inteligência.

"Paul Gobble"

Já comentei antes, é ligado aos Estados Unidos. Como sempre respeito suas opiniões, compreendo suas razões como Ucraniano e desejo que o seu país, aonde tenho bons amigos consiga sair da crise e encontrar um caminho de paz e prosperidade.

Grande abraço,

Wandard disse...

Jest,

Só uma curiosidade sobre o Flanker, em uma das últimas feiras aeronáuticas os Russos convidaram os Estados Unidos a disputarem uma simulação de combate entre o Flanker e o Raptor e os americanos se recusaram. Em outra feira Flankers guiados por pilotos indianos derrotaram nas simulações caças americanos, talvez os aviões americanos tivessem melhor chance se tivessem sido pilotados por israelenses, mas provavelmente seriam superados na oportunidade de uso da manobra "Cobra Purgatchov"

Pippo disse...

Já antes, na força aérea indiana, os pilotos indianos consideravam os Mig-29 superiores ao Mirage 2000.
Não há motivos para suspeitar que os Su-37 russos sejam inferiores aos actuais modelos em uso na USAF.

Muito depende, como sempre, dos pilotos, tal como se viu nas guerras isralo-árabes, indo-paquistanesas, a guerra de Angola, ou mesmo na segunda guerra entre a Etiópia e a Eritrea (onde estiveram presentes pilotos russos).