Os analistas russos olham com algum cepticismo para o futuro das relações entre Moscovo e Washington, considerando que isso se deve ao facto de os Estados Unidos não tencionarem fazer alterações sérias na sua política externa em relação à Rússia.
“Da parte russa (em comparação com as opiniões de analistas norte-americanos), o cepticismo é bem mais evidente, porque na Rússia não vêem mudanças reais na política americana e consideram que elas têm um carácter fundamentalmente cosmético”, considera Serguei Karaganov, presidente do Conselho para a Política Externa e de Defesa.
Karaganov apresenta como exemplos a recusa de Washington a travar o alargamento da NATO (à Ucrânia e Geórgia) e as tentativas de se esquivar à assinatura de um acordo sobre segurança europeia, proposta feita pelo Presidente russo, Dmitri Medvedev.
Segundo este analista, as divergências são também provocadas pelo facto de Washington e Moscovo terem interesses vitais diferentes na arena internacional.
“Os interesses vitais ou se encontram a diferentes níveis, ou têm um peso radicalmente diferente para cada uma das partes”, sublinha.
“Entre os interesses vitalmente importantes dos Estados Unidos estão a saída digna do Iraque, a estabilização no Afeganistão, a conservação do Paquistão e o controlo das suas armas nucleares. E, em primeiro lugar, a não aquisição de armas nucleares pelo Irão, o que ameaça com um colapso as posições da América no Médio Oriente, região fulcral para ela”, explica Karaganov.
“Entre os interesses da Rússia estão o domínio no espaço post-soviético e a não permissão nesta área de alianças de outros países, a criação de uma nova arquitectura da segurança europeia e um sistema mais justo de direcção da economia mundial”, acrescenta.
Porém, Karaganov frisa que nenhuma das partes pode resolver os seus problemas vitais sem a cooperação entre elas.
Victor Kremeniuk, vice-director do Instituto dos EUA e Canadá da Academia das Ciências da Rússia, considera ser importante o que poderá provocar mudanças nas relações entre os dois países, acrescentando que “por enquanto, não vejo nada que possa levar a essas mudanças”.
Por isso, o analista defende que é necessário, no mínimo, elevar as relações russo-americanas ao nível conseguido por Mikhail Gorbatchov e Ronand Reagan, quando as partes realizavam consultas regulares.
“A Rússia receia revelar fraqueza se aceitar coordenar a sua política com os americanos. Os americanos receiam que a Rússia enfraqueça ainda mais e não é preciso aceitar compromissos excessivos”, sublinha Kremeniuk.
Uma sondagem realizada pelo Levada-Tsentr na Rússia mostra que 57 pc dos respondentes consideram que as relações russo-americanas não sofreram alterações depois da eleição de Barack Obama para o cargo de Presidente dos Estados Unidos. Em Janeiro, esse número era de 38pc.
Segundo este estudo, 56 pc dos russos consideram que a Rússia não deve aceitar a proposta de Washington de reduzir significativamente o número de cargas nucleares e dos seus vectores, tendo em conta os planos dos Estadosa Unidos de reforçar o seu sistema de defesa antimíssil.
“Da parte russa (em comparação com as opiniões de analistas norte-americanos), o cepticismo é bem mais evidente, porque na Rússia não vêem mudanças reais na política americana e consideram que elas têm um carácter fundamentalmente cosmético”, considera Serguei Karaganov, presidente do Conselho para a Política Externa e de Defesa.
Karaganov apresenta como exemplos a recusa de Washington a travar o alargamento da NATO (à Ucrânia e Geórgia) e as tentativas de se esquivar à assinatura de um acordo sobre segurança europeia, proposta feita pelo Presidente russo, Dmitri Medvedev.
Segundo este analista, as divergências são também provocadas pelo facto de Washington e Moscovo terem interesses vitais diferentes na arena internacional.
“Os interesses vitais ou se encontram a diferentes níveis, ou têm um peso radicalmente diferente para cada uma das partes”, sublinha.
“Entre os interesses vitalmente importantes dos Estados Unidos estão a saída digna do Iraque, a estabilização no Afeganistão, a conservação do Paquistão e o controlo das suas armas nucleares. E, em primeiro lugar, a não aquisição de armas nucleares pelo Irão, o que ameaça com um colapso as posições da América no Médio Oriente, região fulcral para ela”, explica Karaganov.
“Entre os interesses da Rússia estão o domínio no espaço post-soviético e a não permissão nesta área de alianças de outros países, a criação de uma nova arquitectura da segurança europeia e um sistema mais justo de direcção da economia mundial”, acrescenta.
Porém, Karaganov frisa que nenhuma das partes pode resolver os seus problemas vitais sem a cooperação entre elas.
Victor Kremeniuk, vice-director do Instituto dos EUA e Canadá da Academia das Ciências da Rússia, considera ser importante o que poderá provocar mudanças nas relações entre os dois países, acrescentando que “por enquanto, não vejo nada que possa levar a essas mudanças”.
Por isso, o analista defende que é necessário, no mínimo, elevar as relações russo-americanas ao nível conseguido por Mikhail Gorbatchov e Ronand Reagan, quando as partes realizavam consultas regulares.
“A Rússia receia revelar fraqueza se aceitar coordenar a sua política com os americanos. Os americanos receiam que a Rússia enfraqueça ainda mais e não é preciso aceitar compromissos excessivos”, sublinha Kremeniuk.
Uma sondagem realizada pelo Levada-Tsentr na Rússia mostra que 57 pc dos respondentes consideram que as relações russo-americanas não sofreram alterações depois da eleição de Barack Obama para o cargo de Presidente dos Estados Unidos. Em Janeiro, esse número era de 38pc.
Segundo este estudo, 56 pc dos russos consideram que a Rússia não deve aceitar a proposta de Washington de reduzir significativamente o número de cargas nucleares e dos seus vectores, tendo em conta os planos dos Estadosa Unidos de reforçar o seu sistema de defesa antimíssil.
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